O LETRAMENTO VERNACULAR E AS SUAS CONTRADIÇÕES

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Alexandra Gomes dos Santos Matos

Resumo

O presente ensaio analisa a negação do direito ao letramento vernacular, com ênfase nos resultados obtidos em 2011, em 2017 e em 2019, nos testes de língua portuguesa do Sistema de Avaliação da Educação Básica, pelos alunos concluintes do ensino fundamental II do Colégio Estadual Antônio Balbino (CEAB). Nessa linha, demonstra-se como a teoria legal não tem achado guarida na vida prática desses educandos, corroborando não apenas com minha práxis pedagógica como professora, como também com os estudos científicos que analisam o direito aprender a que tem todo o aluno, além de coadunarem com o baixo desempenho do CEAB no índice de Desenvolvimento da Educação Básica dos referidos anos. O letramento vernacular tem sua força motriz nas aulas de língua portuguesa e literatura brasileira, embora não se limitem a ela. Assim, defende-se a necessidade de que o docente seja letrado, em sua respectiva área de conhecimento, sobretudo na de Língua Portuguesa, para que esse panorama seja revertido. Ademais, considera-se também a vulnerabilidade socioeconômica como um outro agravante do aprendizado desses discentes. Outrossim, em se tratando do ensino de língua e do direito de ser letrado em seu próprio idioma, insta considerar que a dissociação entre língua e literatura obstaculiza a efetivação do letramento vernacular e, por conseguinte, do direito de aprender.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
MATOS, A. G. dos S. O LETRAMENTO VERNACULAR E AS SUAS CONTRADIÇÕES. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 9, n. 25, p. 80–87, 2022. DOI: 10.5281/zenodo.5835178. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/545. Acesso em: 25 abr. 2024.
Seção
Ensaios

Referências

ANDRADE, P. R. Manual do Professor: constituição do gênero, recepção e reflexos no ensino e aprendizado de língua materna (Tese de Doutorado em Letras Vernáculas). Porto Alegre: PUC RS/UNEB, 2014.

BAHIA. Portaria n.º 00028233, de 03 de março de 2019. Disponível em: <https://dool.egba.ba.gov.br>. Acesso em: 08/08/2021.

BAHIA. Portaria n.º 00304338, de 08 de julho de 2021. Disponível em: <https://dool.egba.ba.gov.br>. Acesso em: 08/08/2021.

BAHIA. Termo de Convênio n.º 12/2021, de 23 de agosto de 2021. Disponível em: <http://www.bahia.ba.gov.br>. Acesso em: 08/08/2021.

BORTONI-RICARDO, S. M. Educação em língua materna: a sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa. Brasília: MEC, 1998.

CASTRO, M. L. S. Práticas de Letramentos: uma contribuição ao ensino de língua portuguesa. São Paulo: Scortecci, 2018.

FERRARO, A. R. “Direito à Educação no Brasil e dívida educacional: e se o povo cobrasse?”. Educação e Pesquisa, vol. 34, n. 2, 2008.

GERALDI, J. W. “Concepções de linguagem e ensino de português”. In: GERALDI, J. W. (org.). O Texto na Sala de Aula. São Paulo: Ática, 2004.

GERALDI, J. W. Portos de passagem. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2002.

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. “Boletim de Saeb 2017 revela que apenas 1,6% dos estudantes brasileiros do Ensino Médio demonstraram níveis de aprendizagem considerados adequados em Língua Portuguesa”. Portal Eletrônico do INEP [2018a]. Disponível em: < https://www.gov.br/inep>. Acesso em: 07/07/2019.

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. “Boletim de Desempenho do Colégio Estadual Antônio Balbino no SAEB (2017)”. Portal Eletrônico Prova Brasil [2018b]. Disponível em: <https://www.gov.br/inep>. Acesso em: 07/07/2019.

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. “SAEB Testes e Questionários”. Portal Eletrônico do INEP [2019a]. Disponível em: <https://www.gov.br/inep>. Acesso em: 28/07/2020.

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. “Escala de proficiência de Língua Portuguesa do 5º ano do ensino fundamental”. Portal Eletrônico Prova Brasil [2019b]. Disponível em: <https://www.gov.br/inep>. Acesso em: 28/07/2020.

INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira. “Boletim de Desempenho do Colégio Estadual Antônio Balbino no SAEB (2019)”. Portal Eletrônico do INEP [2020]. Disponível em: <https://www.gov.br/inep>. Acesso em: 28/07/2020.

OLIVEIRA, R. P.; ARAÚJO, G. C. “Qualidade do Ensino: uma nova dimensão da luta pelo direito à educação”. Revista Brasileira de Educação, n. 28, janeiro/abril, 2005.

QEDU. “Colégio Estadual Antônio Balbino: IDEB 2017”. Portal Eletrônico QEdu [2018a]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

QEDU. “Taperoá: IDEB 2017”. Portal Eletrônico QEdu [2018b]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

QEDU. “Bahia: IDEB 2017”. Portal Eletrônico QEdu [2018c]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

QEDU. “Brasil: IDEB 2017”. Portal Eletrônico QEdu [2018d]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

QEDU. “Colégio Estadual Antônio Balbino: IDEB 2019”. Portal Eletrônico QEdu [2021a]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

QEDU. “Taperoá: IDEB 2019”. Portal Eletrônico QEdu [2021b]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

QEDU. “Bahia: IDEB 2019”. Portal Eletrônico QEdu [2021c]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

QEDU. “Brasil: IDEB 2019”. Portal Eletrônico QEdu [2021d]. Disponível em: <https://www.qedu.org.br>. Acesso em: 10/01/2022.

RAIMANN, E. G. “Formação de Professores, Complexidade e Trabalho Docente”. Anais do XII Congresso Nacional de Educação. Goiás: PUC-PR, 2015.

SOARES, M. “Letrar é mais que alfabetizar: uma entrevista com Magda Soares”. Jornal do Brasil [26/11/2000]. Disponível em: <http://aelam-aelam.blogspot.com>. Acesso em: 10/01/2022.