TEATRO E MOVIMENTO SOCIAIS NA AMAZÔNIA ACREANA (1970-1980)

Resumo

Este ensaio explora a interseção entre a arte teatral e os movimentos sociais na Amazônia acreana nas décadas de 1970 e 1980, especialmente em Rio Branco. Tem por objetivo investigar como os grupos teatrais atuaram como agentes sociais e políticos, contribuindo para a construção da cidadania e transformação urbana, social e trabalhista durante um período marcado pela ditadura e pela luta dos seringueiros e indígenas pela posse da terra. A metodologia adotada nesta pesquisa é de natureza qualitativa, tendo como principal fonte de dados primários a pesquisa documental e como fonte secundárias referências bibliográficas. O corpus da investigação é composto por relatos artísticos, críticas teatrais, materiais promocionais de grupos de teatro, reportagens jornalísticas e documentos vinculados a movimentos sociais que estabelecem diálogo com práticas cênicas. Para a análise dos dados, foi empregada a abordagem historiográfica, que se baseia na interpretação de documentos para construção historiográfica. Os resultados revelam que o teatro serviu como elo entre diferentes segmentos da sociedade, promovendo o diálogo e engajamento político, e consolidando-se como ferramenta essencial na defesa de direitos e na articulação das lutas sociais acreanas. A análise conclui que as experiências vívidas e as produções criadas por grupos teatrais, como o Grupo Testa e o Grupo De Olho Na Coisa, demonstram que a arte cênica, além de entreter, tem a capacidade de provocar discussão e mobilizar comunidades em torno de questões sociais urgentes. Em tempos de opressão e adversidade, o teatro se destaca como um instrumento potente de engajamento social, promovendo a reflexão crítica e uma possível reconfiguração das relações sociais, políticas e culturais na região do Acre e além.