MODELO EXPLICATIVO DO PRECONCEITO CONTRA PESSOAS GORDAS BASEADO NOS ESTEREÓTIPOS, NAS ATRIBUIÇÕES DE CONTROLE E INSTABILIDADE DO PESO E NA CULPABILIZAÇÃO

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Thaís de Sousa Bezerra de Menezes
Silvana Carneiro Maciel

Resumo

O excesso de peso (que inclui sobrepeso e obesidade), apesar de ser um fenômeno que envolve aspectos sociais, é majoritariamente investigado a partir da priorização de aspectos individuais. O presente artigo teve por objetivo propor um modelo explicativo do preconceito contra pessoas gordas pautado nos Estereótipos sobre as pessoas gordas, na Atribuição de locus interno e controle sobre o início do ganho de peso, na Atribuição de instabilidade do excesso de peso e na Crença na culpa pelo excesso de peso. Para mensurar essas variáveis foram utilizadas as adaptações transculturais das escalas Controllability Scale-Revised (PARRY, 2011); Implicit Theories of Weight Management (Burnette, 2010); Competence e Warmth Stereotype Content Model de Fiske et al. (2002); Paternalistic Anti-Fat Attitudes Scale (PARRY, 2011) e da Measure of Fat Bias (UMB-FAT) (LATNER et al., 2008), validadas para o português brasileiro por Menezes (2022) e também utilizou o instrumento de culpabilização contra pessoas gordas validado por Obara e Alvarenga (2018) para testar um modelo explicativo do preconceito contra pessoas gordas. O modelo foi construído no software Mplus versão 8. Espera-se com este trabalho estimular estudos futuros e intervenções que apresentem informações acuradas sobre o excesso de peso que possam diminuir o preconceito em relação às pessoas gordas.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
MENEZES, T. de S. B. de; MACIEL, S. C. MODELO EXPLICATIVO DO PRECONCEITO CONTRA PESSOAS GORDAS BASEADO NOS ESTEREÓTIPOS, NAS ATRIBUIÇÕES DE CONTROLE E INSTABILIDADE DO PESO E NA CULPABILIZAÇÃO. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 13, n. 37, p. 184–214, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.7818332. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/1118. Acesso em: 9 maio. 2024.
Seção
Ensaios

Referências

ABRAMS, D. et al. Developing a national barometer of prejudice and discrimination in Britain. London: Equality and Human Rights Commission, 2018.

ALLPORT, G. W. The nature of prejudice. Boston: Addison Wesley, 1954.

APA - American Psychiatric Association. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Editora Artmed, 2014.

ARONSON, E. et al. Social psychology. Hoboken: Prentice Hall, 2002.

AMBIEL, R. A. M. et al. “E viveram felizes para sempre: a longa (e necessária) relação entre psicologia e estatística”. In: AMBIEL, R. A. M. et al. (eds.). Avaliação Psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia. Perdizes: Editora Casa do Psicólogo, 2011.

BAGRICHEVSKY, M. Saúde coletiva: dialogando sobre interfaces temáticas. Blumenau: Editora do IFC, 2016.

BRASIL. Resolução n. 510, de 07 de abril de 2016. Brasília: Conselho Nacional de Saúde, 2016. Disponível em . Acesso em: 05/04/2023.

CARVALHO, M. Quando tem, tá caro! Examinando a influência da percepção de justiça e da raiva em cenários de out-of-stock seguidos de over price (Tese de Doutorado em Administração). São Paulo: UNINOVE, 2022.

CAMPOS, S. D. S. et al. “Num relance de olhar... a estigmatização das pessoas gordas: do passado aos dias de hoje”. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto, vol. 14, n. 3, 2015.

CHAIKEN, S. et al. “Principles of persuasion”. In: HIGGINS, E. T.; KRUGLANSKI, A. W. (eds.). Social psychology: Handbook of basic principles. New YorK: Guilford, 1996.

CRANDALL, C. S.; ESHLEMAN, A. “A justification-suppression model of the expression and experience of prejudice”. Psychological Bulletin, vol. 129, n. 3, 2003.

CONNOR, R. A.; FISKE, S. T. “Not minding the gap: How hostile sexism encourages choice explanations for the gender income gap”. Psychology of Women Quarterly, vol. 43, n. 1, 2019.

DARDENNE, B. et al. “Insidious dangers of benevolent sexism: Consequences for women’s performance”. Journal of Personality and Social Psychology, vol. 93, n. 5, 2007.

DIAS, C. C. V. et al. “Mudanças de estereótipos e representações sociais: desafios para a superação do preconceito frente à doença mental”. In: MACIEL, S. C. et al. (eds.). Saúde Mental e Dependência Química: Políticas de cuidado e inclusão social. João Pessoa: Editora Idéia, 2017.

DISTEFANO, C.; MORGAN, G. B. “A Comparison of Diagonal Weighted Least Squares Robust Estimation Techniques for Ordinal Data”. Structural Equation Modeling, vol. 21, n. 3, 2014.

FISKE, S. T. et al. “A model of (often mixed) stereotype content: Competence and Warmth respectively follow from perceived status and Competition”. Journal of Personality and Social Psychology, vol. 82, n. 6, 2002.

GORSUCH, R. L. Factor analysis. Lawrence: Erlbaum Associates Inc, 1983.

HAIR, H. J. “Exploratory factor analysis: A review of research from 1993 to 2003”. Journal of Managment, vol. 14, n. 4, 2005.

HOYT, C. L. et al. “The obesity stigma asymmetry model: The indirect and divergent effects of blame and changeability beliefs on antifat prejudice”. Stigma and Health, vol. 2, n. 1, 2017.

JACKMAN, M. R. “Rejection or inclusion of outgroups?” In: DOVIDIO, J. F. et al. (eds.). On the Nature of Prejudice: Fifty Years After Allport. Hoboken: Blackwell, 2005.

JOVANČEVIĆ, A.; JOVIĆ, M. “The Relation Between Anti-Fat Stereotypes and Anti-Fat Prejudices: The Role of Gender as a Moderator”. Psychological Reports, vol. 125, n. 3, 2022.

LATNER, J. D. et al. “Weighing obesity stigma: The relative strength of different forms of bias”. International Journal of Obesity, vol. 32, n. 7, 2008.

LI, C. H. “Confirmatory factor analysis with ordinal data: Comparing robust maximum likelihood and diagonally weighted least Squares”. Behavioral Research Methods, vol. 48, n. 3, 2016.

LIMA, M. E. O. Psicologia Social do Preconceito e do Racismo. São Paulo: Editora Blucher, 2020.

LOPES, D. D. et al. Psicologia social. Porto Alegre: Editora Sagah, 2018.

MENEZES, T. S. B. et al. “Representação social da obesidade: análise com estudantes do ensino médio e universitários”. Ciencias Psicológicas, vol. 15, n. 1, 2021.

MENEZES, T. S. B. Modelo explicativo do preconceito contra pessoas gordas (Tese de Doutorado em Psicologia Social). João Pessoa: UFPB, 2022.

MODESTO, J. G. et al. “Racismo e Políticas Afirmativas: Evidências do Modelo da Discriminação Justificada”. Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol. 33, 2018.

MONTEIRO, C. M.; LOUZADA, M. L. C. “Ultraprocessamento de alimentos e doenças crônicas não transmissíveis: Implicações para políticas públicas”. In: NOGUEIRA, R. P. et al. (orgs.). Observatório Internacional de Capacidades Humanas, Desenvolvimento e Políticas Públicas: Estudos e análises. Brasília: Editora da UnB, 2015.

MYERS, D. G. Psicologia Social. Porto Alegre: Editora AMGH, 2014.

NICOLAS, G. et al. “Comprehensive stereotype content dictionaries using a semi‐automated method”. European Journal of Social Psychology, vol. 51, n. 7, 2021.

OBARA, A. A.; ALVARENGA, M. S. “Adaptação transcultural da Escala de Atitudes Antiobesidade para o português do Brasil”. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 23, n. 5, 2018.

PARRY, M. V. Beyond hostile prejudice and blame: the weight of paternalistic anti-fat attitudes and related beliefs in understanding social reactions to fat persons (Doctoral Thesis in Philosophy). Toowoomba: University of Southern Queensland, 2011.

PETTIGREW, T. F.; MEERTENS, R. W. “Subtle and blatant prejudice in Western Europe”. European: Journal of Social Psychology, vol. 21, n. 5, 1995.

POPOVICOVA, M. et al. “Key predictors of overweight and obesity in adult population”. Clinical Social Work and Health Intervention, vol. 12, n. 5, 2021.

PUHL, R. M.; BROWNELL, K. D. “Bias, discrimination and obesity”. Obesity Research, vol. 9, n. 12, 2001.

RAMASUBRAMANIAN, S.; OLIVER, M. B. “Activating and suppressing hostile and benevolent racism: Evidence for comparative media stereotyping”. Media Psychology, vol. 9, n. 3, 2007.

RAMOS, M. et al. “What hostile and benevolent sexism communicate about men’s and women’s warmth and competence”. Group Processes; Intergroup Relations, vol. 21, n. 1, 2018.

RAYKOV, T. “Estimation of composite reliability for congeneric measures”. Applied Psychological Measurement, vol. 21, n. 2, 1997.

ROSSATO, E. A. “Da meritocracia clássica à meritocracia social”. Revista Espaço Acadêmico, vol. 22, n. 234, 2022.

SIJTSMA, K. “On the use, the misuse, and the very limited usefulness of Cronbach’s alpha”. Psychometrika, vol. 74, n. 1, 2009.

SUN, Y. Therapists' Implicit Bias towards Chinese International Students (Doctoral Thesis in Philosophy). Auburn: Auburn University, 2019.

SWIM, J. K.; STANGOR, C. Prejudice: The target’s perspective. Cambridge: Academic Press, 1998.

TORRES, C.; NEIVA, E. R. Psicologia social. Porto Alegre: Editora Artmed, 2011.

VALENTINI, F.; DAMÁSIO, B. F. “Variância Média Extraída e Confiabilidade Composta: Indicadores de Precisão”. Psicologia: Teoria e Pesquisa, vol. 32, n. 2, 2016.

VISINTIN, E. P. “Contact with older people, ageism, and containment behaviours during the COVID‐19 pandemic”. Journal of Community; Applied Social Psychology, vol. 31, n. 3, 2021.

WEINER, B. Transforming cultural plurality into theoretical unity. Greenwich: Information Age, 2004.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)