ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E EVIDÊNCIAS DA VALIDADE DA CONTROLLABILITY SCALE-REVISED PARA USO NO BRASIL

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Thaís de Sousa Bezerra de Menezes
Silvana Carneiro Maciel
Camila Cristina Vasconcelos Dias
João Victor Cabral da Silva

Resumo

A Controllability Scale-revised é uma escala desenvolvida para avaliar o grau em que se acredita que as pessoas gordas têm controle sobre a causa de sua gordura. O propósito do estudo foi realizar a adaptação transcultural desta escala, bem como, identificar suas propriedades psicométricas para a população brasileira de maneira exploratória. MÉTODOS: Todos os procedimentos da adaptação transcultural seguiram as recomendações de Borsa et al. (2012). A versão final da escala adaptada transculturalmente foi administrada em uma amostra de 200 sujeitos adultos da população geral de residentes no Brasil, sendo a maior parte dos participantes do gênero feminino (86,5%; N = 176) e a média de idade da amostra de 42,87 anos (DP = 14,12). Para identificar as propriedades psicométricas, foi realizada Análise Fatorial Exploratória (AFE) no software FACTOR. A AFE foi implementada utilizando a técnica de estimação Robust Diagonally Weighted Least Squares (RDWLS). A decisão sobre o número de fatores a ser retido foi tomada utilizando-se a técnica da Análise paralela otimizada com Permutação Aleatória dos Dados Observados (Optimal implementation of Parallel Analysis). Para análise da consistência interna de cada dimensão foi empregado o coeficiente Confiabilidade Composta. RESULTADOS: Após a adaptação transcultural, o comitê de juízes considerou que a versão para o português da escala apresentou equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual. A AFE confirmou a estrutura de 1 dimensões, como originalmente proposto, explicando 61,33% da variância total. Os valores de consistência interna foram satisfatórios: Confiabilidade Composta apresentou coeficiente 0,827, enquanto o α de Cronbach apresentou coeficiente 0,81. Os índices de ajuste para a análise exploratória do instrumento foram adequados (χ2 = 28,857, gl = 9; p < 0,001; RMSEA = 0,109; CFI = 0,981; TLI = 0,968).  CONCLUSÕES: A adaptação transcultural e as qualidades psicométricas exploratórias da escala Controllability Scale-revised foram satisfatórias, no entanto, recomenda-se a realização de estudos com Análises Fatoriais Confirmatórias para confirmação de suas propriedades psicométricas e aplicação em futuros estudos no Brasil.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
MENEZES, T. de S. B. de; MACIEL, S. C.; DIAS, C. C. V.; SILVA , J. V. C. da. ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E EVIDÊNCIAS DA VALIDADE DA CONTROLLABILITY SCALE-REVISED PARA USO NO BRASIL. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 8, n. 24, p. 130–140, 2021. DOI: 10.5281/zenodo.7807385. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/1109. Acesso em: 12 out. 2024.
Seção
Ensaios

Referências

ALLISON, D. B., BASILE, V. C.; YUKER, H. E. “The measurement of attitudes toward and beliefs about obese persons”. International Journal of Eating Disorders, vol. 10, n. 5, 1991.

AMBIEL, R. A. M. et al. “E viveram felizes para sempre: a longa (e necessária) relação entre psicologia e estatística”. In: AMBIEL, R. A. M. et al. (eds.). Avaliação Psicológica: guia de consulta para estudantes e profissionais de psicologia. Perdizes: Editora Casa do Psicólogo, 2011.

ASPAROUHOV, T.; MUTHÉN, B. Simple second order chi-square correction. Los Angeles: Muthén and Muthén, 2010.

BORSA, J. C.; DAMÁSIO, B. F.; BANDEIRA, D. “Adaptação e validação de instrumentos psicológicos entre culturas: algumas considerações”. Revista Paidéia, vol. 22, n. 53, 2012.

BRASIL. Resolução n. 466, de 12 de dezembro de 2012. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. Disponível em: . Acesso em: 02/01/2021.

BRASIL. Resolução n. 510, de 07 de abril de 2016. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: . Acesso em: 02/01/2021.

BROWN, T. Confirmatory Factor Analysis for Applied Research. New York: Guilford Press, 2015.

FERRANDO, P. J.; LORENZO-SEVA U. “Assessing the quality and appropriateness of factor solutions and factor score estimates in exploratory item factor analysis”. Educational and Psychological Measurement, vol. 78, n. 5, 2018.

FERRANDO, P. J. et al. “Practical Person-Fit Assessment with the Linear FA Model: New Developments and a Comparative Study”. Frontiers in Psychology, vol. 27, n. 7, 2016.

GORSUCH, R. L. Factor analysis. Lawrence: Erlbaum Associates Inc, 1983.

HAIR, H. J. “Exploratory factor analysis: A review of research from 1993 to 2003”. Journal of Managment, vol. 14, n. 4, 2005.

HUTCHESON, G.; SOFRONIOU, N. The Multivariate Social Scientist: Introductory Statistics Using Generalized Linear Models. London: Sage Publications, 1999.

LORENZO-SEVA, U. et al. “The Hull method for selecting the number of common factors”. Multivariate Behavioral Research, vol. 46, n. 2, 2011.

MARDIA, K. V. “Measures of multivariate skewnees and kurtosis with applications”. Biometrika, vol. 57, n. 3, 1970.

MENEZES, T. S. B. Modelo explicativo do preconceito contra pessoas gordas (Tese de Doutorado em Psicologia Social). João Pessoa: UFPB, 2022.

MORRISON, T. G.; O'CONNOR, W. E. “Psychometric properties of a scale measuring negative attitudes toward overweight individuals”. The Journal of Social Psychology, vol. 139, n. 4, 1999.

PARRY, M. V. Beyond hostile prejudice and blame: the weight of paternalistic anti-fat attitudes and related beliefs in understanding social reactions to fat persons (Doctoral Thesis in Psychology). Toowoomba: University of Southern Queensland, 2011.

TABACHNICK, B. G.; FIDELL, L. S.; ULLMAN, J. B. Using multivariate statistics. Sydney: Pearson, 2007.

TIMMERMAN, M. E.; LORENZO-SEVA, U. “Dimensionality Assessment of Ordered Polytomous Items with Parallel Analysis”. Psychological Methods, vol. 16, n. 2, 2011.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)