ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E EVIDÊNCIAS DA VALIDADE DAS ESCALAS COMPETÊNCIA E SOCIABILIDADE DO MODELO DO CONTEÚDO ESTEREOTÍPICO PARA USO NO BRASIL

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Thaís de Sousa Bezerra de Menezes
Silvana Carneiro Maciel
Camila Cristina Vasconcelos Dias
João Victor Cabral da Silva

Resumo

O Modelo do Conteúdo Estereotípico (Stereotype Content Model) hipotetiza que existem duas dimensões fundamentais para apreensão dos estereótipos que são Competência (Competence) e Sociabilidade (Warmth). O propósito do estudo foi realizar a adaptação transcultural das escalas Competence e (Warmth) do Stereotype Content Model, bem como, identificar suas propriedades psicométricas para a população brasileira de maneira exploratória. MÉTODOS: Todos os procedimentos da adaptação transcultural seguiram as recomendações de Borsa et al. (2012). A versão final da escala adaptada transculturalmente foi administrada em uma amostra de 354 sujeitos adultos da população geral de residentes no Brasil, sendo a maior parte dos participantes do gênero feminino (74%; N = 262) e a média de idade da amostra de 43,25 anos (DP = 14,04). Para identificar as propriedades psicométricas, foi realizada Análise Fatorial Exploratória (AFE) no software FACTOR. A AFE foi implementada utilizando a técnica de estimação Robust Diagonally Weighted Least Squares (RDWLS). A decisão sobre o número de fatores a ser retido foi tomada utilizando-se a técnica da Análise paralela otimizada com Permutação Aleatória dos Dados Observados (Optimal implementation of Parallel Analysis). A rotação utilizada foi a Robust Promin em todas as análises com mais de um fator.  Para análise da consistência interna de cada dimensão foi empregado o coeficiente Confiabilidade Composta. RESULTADOS: Após a adaptação transcultural, o comitê de juízes considerou que a versão para o português da escala apresentou equivalências semântica, idiomática, cultural e conceitual. A AFE confirmou a estrutura de 2 dimensões, como originalmente proposto, explicando 25,50% da variância total. Os valores de consistência interna foram satisfatórios: Confiabilidade Composta apresentou coeficiente 0,919 para o Fator 1 (Competência) e 0,890 para o Fator 2 (Sociabilidade), enquanto o α de Cronbach apresentou coeficiente 0,87. Os índices de ajuste para a análise exploratória do instrumento foram adequados (χ2 = 229,939, gl = 43; p < 0,001; CFI = 0,967; TLI = 0,950), à exceção do RMSEA = 0,111, que foi considerado pobre (acima de 0,100).  CONCLUSÕES: A adaptação transcultural e as qualidades psicométricas exploratórias das escalas Competence e (Warmth) do Stereotype Content Model foram satisfatórias, no entanto, recomenda-se a realização de estudos com Análises Fatoriais Confirmatórias para confirmação de suas propriedades psicométricas e aplicação em futuros estudos no Brasil.

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Como Citar
MENEZES, T. de S. B. de; MACIEL, S. C.; DIAS, C. C. V.; SILVA , J. V. C. da. ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E EVIDÊNCIAS DA VALIDADE DAS ESCALAS COMPETÊNCIA E SOCIABILIDADE DO MODELO DO CONTEÚDO ESTEREOTÍPICO PARA USO NO BRASIL. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 9, n. 25, p. 101–110, 2022. DOI: 10.5281/zenodo.7812137. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/1110. Acesso em: 28 abr. 2024.
Seção
Ensaios

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