A UNIFICAÇÃO DAS CLASSES DE AÇÕES É UMA BOA PRÁTICA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA? EVIDÊNCIAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS

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Pâmela Amado Tristão
Igor Bernardi Sonza

Resumo

O estudo tem como objetivo analisar a influência da unificação das classes de ações nas práticas de governança corporativa adotadas pelas empresas brasileiras listadas no Novo Mercado (NM). O estudo buscou entender se a adesão ao NM e, consequentemente, a adoção do princípio de uma ação-um-voto, impacta o Índice de Governança Corporativa calculado por meio de uma Análise Fatorial com os benefícios explícitos dos executivos pela estimativa do modelo Diff- in-Difff, comparando o grupo de tratamento (empresas listadas em NM) e o de controle (Tradicional) no período de 2009-2016. Nosso principal resultado evidencia que as empresas que ingressaram na NM entre 2001-2013 não apresentaram melhores práticas de governança corporativa se comparadas às empresas não listadas em segmentos especiais da B3. Essa constatação contraria parcialmente as evidências teóricas e coloca em dúvida a eficiência de ser listada em diferentes segmentos da B3. Uma possível explicação está no fato de que, apesar de possuírem todos os requisitos para aderir a segmentos diferenciados de governança corporativa, algumas empresas não o fazem, gerando pouca diferença em termos de governança para ambos os grupos.

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Como Citar
TRISTÃO, P. A.; SONZA, I. B. A UNIFICAÇÃO DAS CLASSES DE AÇÕES É UMA BOA PRÁTICA DE GOVERNANÇA CORPORATIVA? EVIDÊNCIAS DE EMPRESAS BRASILEIRAS. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 14, n. 42, p. 467–480, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.8076452. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/1525. Acesso em: 21 nov. 2024.
Seção
Artigos

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