PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ACERCA DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

Resumen

O processo de escolarização dos alunos da Educação Especial é resultado de avanços legais e atitudinais, em âmbito nacional e internacional, e, no Brasil, teve início na década de 90. No entanto, isso não representa, até os dias de hoje, a certeza de uma aprendizagem efetiva dos conhecimentos escolares.  Observamos que uma dessas dificuldades mais prementes, diz respeito à promoção da inclusão escolar de estudantes com Deficiência intelectual, em função do despreparo dos professores para tornar o currículo acessível adequado às especificidades deste público. Neste sentido, foi investigado o entendimento de 20 professores de disciplinas ministradas nos anos finais do Ensino Fundamental acerca das suas concepções sobre deficiência intelectual, inclusão escolar, necessidades pedagógicas e dificuldades reais por eles vivenciadas na rotina diária em sala de aula. Para tanto, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a partir de encontros presenciais, em duas escolas municipais que atendem 1.890 alunos, dos quais 41 (2,17%) com laudo de DI. Utilizou-se a análise de conteúdo para interpretar os dados e o estudo respeitou critérios éticos e sistematizou a metodologia aplicada para cumprir o rigor científico. O estudo apontou que os professores apresentam uma concepção de inclusão escolar baseada em dois aspectos: socialização e aprendizagem, no entanto, alguns priorizam apenas um destes aspectos. Como também que a concepção acerca da DI apresentada pelos participantes da pesquisa revelou-se superficial. Sabemos que a falta de conhecimento aprofundado sobre DI impacta as práticas pedagógicas e destaca a necessidade de melhores políticas públicas para uma inclusão escolar efetiva. Os resultados aqui obtidos confirmam a necessidade de que investimentos em políticas públicas favoreçam a formação continuada dos professores como forma de aperfeiçoar a compreensão que estes têm da deficiência intelectual, bem como aprimorem substancialmente suas estratégias envolvidas no processo de desenvolvimento e aprendizagem de alunos com DI, em especial nos anos finais do ensino fundamental