RASTROS DE PAPÉIS E PESSOAS: UMA ETNOGRAFIA DO COTIDIANO DE UMA POLÍTICA PÚBLICA PARA MULHERES EM SÃO LUÍS/MA
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Resumen
Para o atendimento das mulheres vítimas de violência sexual, em São Luís/MA existe a Casa da Mulher Brasileira, uma das ações do programa do governo federal “Mulher, viver sem Violência”, hoje nomeado “Mulher segura e protegida”. Trata-se de um espaço público que analiso a partir de uma perspectiva etnográfica, com uso de observação participante e análise de documental, como os processos entre servidora-vítimas-processos forjam o seu funcionamento e dinâmicas. Além disso, compreendo como um serviço do Estado se constitui e se (re)faz a partir das microinvenções cotidianas, incorporadas pelas suas administradoras como uma ferramenta que pode, em certa medida, gerar dignificação na vida da mulher, dentro e fora do serviço. Pois, entendo que as diferentes profissionais são também atravessadoras da política e gestoras da governabilidade do Estado. Isso porque produzem oficialidades, reconhecimento e compreensões sobre o fato e a vida precária a vida passível de humanidade – de ser vivida, reconhecida, enlutada. Assim, esta etnografia é sobre a produção e manipulação de documentos, leis e vidas na única Casa da Mulher Brasileira funcionando no Nordeste, de forma integral e em rede de atendimento no Brasil.
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