SISTEMAS PARTICIPATIVOS DE CERTIFICAÇÃO: INOVAÇÃO SOCIAL, ECOINOVAÇÃO OU DESTERRITORIALIZAÇÃO?
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Resumo
Com o objetivo de discutir os Sistemas Participativos de Certificação (SPC) como fator de inovação social e ecoinovação, entendendo as limitações burocráticas e propondo processos alternativos de certificação, cujas tessituras operam em relações que dizem respeito às territorialidades, saberes e práticas em jogo na configuração de discursos, o ensaio apresenta uma análise da estrutura de governança territorial, no contexto das certificações agroecológicas, notadamente no que tange à participação efetiva dos agricultores no processo de controle social. Dentro do bojo de discussões, temas como agroecologia, redes, organização social, governança territorial e certificações agroecológicas articulam-se promovendo a salvaguarda do patrimônio biocultural e, ao mesmo tempo, como um instrumento de inovação social e ecoinovação. A contemporaneidade do assunto advém do controle social como processo político e coletivo, que respeita as territorialidades e, concomitantemente, num círculo virtuoso, propicia a garantia necessária para corroborar a legalidade, rastreabilidade e transparência dos produtos ofertados e certificados como sendo, de fato, originários em base agroecológica.
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