A PRISÃO DA MENTE: ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE

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Vanessa Castro Fonseca Coelho
Nara Ramos Dourado
Karla Monique Fagundes Queiroz
Kênia Souto Moreira
Josiane Santos Brant Rocha

Resumo

Este estudo analisou os fatores associados à ansiedade e depressão em mulheres privadas de liberdade por meio de abordagem quantitativa, transversal e analítica. Amostragem censitária constituída por mulheres privadas de liberdade, assistidas em uma unidade no Norte de Minas Gerais, Montes Claros/MG, Brasil. As variáveis foram investigadas por meio de questionários estruturados e validados que incluíram características sociodemográficas, hábitos de vida, medidas antropométricas, fatores clínicos, situação prisional, ansiedade, depressão e desesperança por meio dos Inventários de Beck. Foi realizada análise descritiva dos dados, posteriormente realizou-se análises bivariadas que buscaram associações entre as variáveis independentes e o risco para ansiedade e depressão por meio do teste Qui-quadrado de Person e Fisher, considerando p <0,05, calculou- se os Odds Ratio com respectivos intervalos de confiança de 95%. A amostra final incluiu 56 mulheres com idade entre 18 e 59 anos. Observou-se elevada prevalência da ansiedade leve/moderada/grave (76,8%) e depressão presente (85,7%). Os níveis de ansiedade associaram-se de forma significativa com cor de pele não branca (p<0,003 OR= 11,42 IC% 2,30-56,70), padrão de sono alterado (p<0,006 OR= 6,00 IC% 1,54-23,33) e a presença de depressão (p< 0,001 OR= 17,572, IC% 93-105,222), evidenciando-os como fatores de risco, enquanto a idade acima de 33 anos (p<0,027OR= 0,19IC% 0,04-0,81) mostrou-se fator de proteção. A presença da depressão associou-se ao padrão de sono alterado (p<0,002OR= 15,00 IC% 2,55-88,17) como um fator de risco. Com esse estudo, foi possível perceber alta prevalência de ansiedade e depressão entre mulheres privadas de liberdade, associada a fatores como cor de pele, depressão e qualidade do sono. Estes achados destacam a necessidade de intervenções focadas em saúde mental no contexto prisional, considerando as vulnerabilidades específicas dessa população. Embora o estudo seja limitado a uma unidade prisional, os resultados fornecem subsídios para futuras pesquisas e intervenções específicas ao bem-estar mental.

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Como Citar
CASTRO FONSECA COELHO, V.; DOURADO, N. R. .; QUEIROZ, K. M. F.; MOREIRA, K. S.; SANTOS BRANT ROCHA, J. A PRISÃO DA MENTE: ANSIEDADE E DEPRESSÃO EM MULHERES PRIVADAS DE LIBERDADE. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 20, n. 58, p. 224–248, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.14232880. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/6075. Acesso em: 18 dez. 2024.
Seção
Artigos

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