PREVALÊNCIA DE DEPRESSÃO EM IDOSOS NÃO INSTITUCIONALIZADOS: FATORES COMPORTAMENTAIS E A SOLIDÃO COMO DETERMINANTES

Resumo

Este estudo analisou a prevalência de depressão em idosos não institucionalizados e os fatores associados, utilizando uma abordagem quantitativa, transversal e analítica. A amostragem foi constituída por idosos atendidos em dois serviços de saúde em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Os dados foram coletados por meio de questionários estruturados e validados, que incluíram características sociodemográficas, comportamentais e medidas da solidão e depressão, avaliadas pelas Escalas de Depressão Geriátrica (GDS) e de Solidão da UCLA. Foi realizada uma análise descritiva inicial dos dados, seguida por análises bivariadas para investigar as associações entre as variáveis independentes e a presença de depressão. Utilizou-se o teste Qui-quadrado de Pearson, considerando p < 0,05, e foi calculada a Razão de Prevalência (RP) com intervalos de confiança de 95%. A amostra final incluiu 281 idosos com idade a partir de 60 anos. A prevalência de depressão encontrada foi de 31,7%, e os fatores associados de forma significativa foram a ausência de prática de atividade física (RP ajustada=2,12; p=0,001) e a presença de solidão (RP ajustada=2,49; p<0,001). Outros fatores, como sexo, idade, cor de pele e estado civil, não apresentaram associações estatisticamente significativas. Este estudo evidenciou que a inatividade física e a solidão são fatores de risco para depressão em idosos, destacando a necessidade de intervenções que promovam a prática de atividades físicas e o fortalecimento de vínculos sociais. Apesar de sua limitação a uma amostra específica, os resultados fornecem subsídios importantes para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à saúde mental dos idosos e para futuras pesquisas no contexto do envelhecimento saudável e ativo.