ESTADO PATRIARCAL E POLÍTICAS PARA MULHERES: DA LUTA PELA EQUIDADE DE GÊNERO AO CASO DE POLÍCIA
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Resumo
O Brasil é um país marcado pelo processo de formação social-histórica-política alicerçado em bases coloniais (racista-patriarcal-capitalista), que opera sobre as relações sociais e formas de vida. Observa-se uma formação do Estado Moderno em nosso país que legitimou a superexploração dos corpos e da vida das mulheres; estupradas, escravizadas, dominadas e inferiorizadas. O presente artigo, assim, propõe-se como um ensaio teórico-crítico que visará analisar o desenvolvimento de políticas públicas para as mulheres, analisando as medidas adotadas para a equidade de gênero, e observando uma abordagem patriarcal do Estado brasileiro ao sucatear, precarizar e findar as políticas para as mulheres, abordando, por fim, a problemática da desigualdade/violência de gênero e da violência doméstica como um “caso de polícia”. Tal cenário acentua ainda mais a violência contra as mulheres, exigindo uma repolarização da política, com a despatriarcalização e feministação do Estado e das relações sociais, com a produção de novas sínteses e teias de sentido a partir da desnaturalização das relações de exploração-dominação-opressão patriarcal, da luta organizada das mulheres, do reconhecimento da pluralidade e das interseccionalidades, com políticas sociais efetivas e com a ocupação da política institucional.
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