APOROFOBIA SÓCIO TERRITORIAL COMO CATEGORIA DE ANÁLISE GEOGRÁFICA

Resumo

O tema apresentado neste artigo trata da “aporofobia” como categoria sociológica e filosófica e da “aporofobia sócio territorial” como categoria de análise geográfica. O objetivo é o de analisar a aporofobia a partir de aportes conceituais da Geografia Política contemporânea (relações de poder, desigualdades, opressão e democracia) como ações em sua dimensão sócio territorial, ou seja, aportes do empírico (real aparente) e do concreto (real pensado). Por tratar-se de uma pesquisa que busca aprofundar o alcance político da ciência geográfica, ou seja, sobre relações hegemonizadas e subalternizadas de poder, no âmbito do cotidiano social, a metodologia fundamentou-se em eixos complementares: pesquisa suscitada na literatura, buscando aportes teóricos que sustentem o debate do tema; estudo de casos empíricos como referência para identificar a categoria “aporofobia territorial” ou “sócio territorial”, por meio de reportagens de jornais online; análise da relação entre as evidências empíricas e o diálogo com a aporofobia, na literatura de Adela Cortina, e a categoria “territorial” ou sócio territorial, na literatura geográfica. Os resultados identificados no estudo demonstram que a aporofobia, como conceito e como prática preconceituosa, não é reconhecida, no Brasil, como um problema social real que demanda atenção, reflexão e legislação que criminalize seu exercício e; a aporofobia se acentua a depender do recorte territorial que ocorre, como as periferias em suas diversas escalas (mundo-regional-local), tornando autêntica a conjuntura de que esta é também territorial ou sócio territorial. A conclusão, portanto, é de que a aporofobia sócio territorial, além de ser causada por todos os aspectos de origem da aporofobia, é causada também pelo recorte territorial de existência daquele que a sofre, com estereótipos negativos de que territórios de pobres ou da pobreza são territórios de perigo.