AVALIAÇÃO DA ESPESSURA INTIMA-MÉDIA CARÓTIDA COMO FERRAMENTA PREVENTIVA EM ADULTOS BRASILEIROS NÃO DIAGNOSTICADOS COM NÍVEIS DE TRIGLICERÍDEOS ALTERADOS

Resumo

A relação entre o perfil lipídico, a espessura médio-intimal da carótida (c-IMT) e a aterosclerose subclínica não está totalmente elucidada. Atualmente, a medição da c-IMT não é recomendada como teste de triagem para aterosclerose e doenças cardiovasculares. Foi realizado um estudo transversal abordando a associação entre o perfil lipídico e o espessamento carotídeo em adultos não diagnosticados. A análise hierárquica foi utilizada para examinar a associação entre o perfil lipídico e a c-IMT em cada sexo. O estudo incluiu 201 adultos sem diagnóstico prévio de doença aterosclerótica ou diabetes tipo 2 (idade média 51±14,6 anos; 62,2% mulheres), selecionados por amostragem probabilística aleatória simples. O resultado medido foi o c-IMT. As variáveis ​​independentes foram os níveis de lipoproteína de baixa densidade, colesterol total, triglicerídeos, lipoproteínas de muito baixa densidade e lipoproteínas de alta densidade. Os potenciais confundidores foram idade, renda familiar, atividade física, tabagismo, hipertensão, obesidade e diabetes. A c-IMT foi maior (0,92±0,33 μm) quando os indivíduos apresentaram valores alterados de triglicerídeos [homens: 0,001 g/L (IC 95%: 0,0002–0,002); e mulheres: 0,0005 g/L (IC 95%: 0,00009–0,001)] na análise ajustada. Isto sugere que os níveis de triglicerídeos são um marcador simples de elevação da c-IMT em adultos brasileiros não diagnosticados. Na prática clínica, os profissionais de saúde devem ser incentivados a medir precocemente a espessura médio-intimal da carótida em pacientes assintomáticos com níveis alterados de triglicerídeos, a fim de prevenir a aterosclerose e doenças cardiovasculares.