DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL A PARTIR DA INTEGRAÇÃO DA AQUICULTURA: ESTUDO DE CASO SOBRE A PRODUÇÃO RURAL DE SANTA RITA, TERESÓPOLIS (RJ)
Contenido principal del artículo
Resumen
O desenvolvimento territorial possui caráter endógeno importante e determinante que deve servir como base para a elaboração de políticas públicas. Essa concepção, sem afastar a importância de estruturas exógenas, é utilizada para entender como uma atividade produtiva, como a aquicultura num cenário de pluriatividade, pode contribuir para o desenvolvimento de um território. A partir de uma pesquisa fundamentada na observação participante de produtores integrantes de um circuito turístico de Santa Rita – Teresópolis – RJ, buscou-se entender esta potencialidade e refletir sobre caminhos que possam promover o desenvolvimento territorial. A produção da região de Santa Rita, como grande parte do município de Teresópolis, é realizada por pequenos agricultores com suas produções focadas no cultivo de olerícolas. Identificou-se que há uma crescente contribuição de pequenas propriedade que passam a diversificar suas atividades, incluindo a exploração turística. Apesar do grande crescimento da aquicultura no Mundo e no próprio Brasil, foi constatado que a produção de organismos aquáticos ainda é pouco desenvolvida economicamente em Santa Rita. Contudo, pôde-se averiguar que as características rurais de diversificação produtiva aliada ao turismo configuram uma oportunidade de integração da produção de organismos aquáticos às atividades agrícolas tradicionais da região. No cenário de busca de produções mais sustentáveis, somente a aquicultura atrelada aos princípios da agroecologia pode resultar em um desenvolvimento efetivo do território de Santa Rita, contribuindo para uma maior resilência das propriedades frente às mudanças climáticas. Portanto, a aquicultura agroecológica tem o potencial de desenvolver o território de Santa Rita como parte integrante das atividades já estabelecidas, podendo incrementar a renda, emprego e segurança alimentar no campo.
Detalles del artículo

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Copyright (c). Boletim de Coyuntura (BOCA)
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.
Citas
ABRAMOVAY, R. O Futuro das Regiões Rurais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.
AUBIN, J.; HUSSENOT, J. “Integrated Aquaculture - Agriculture and Agroecology in Aquaculture: views from Europe”. Conference Advancing Integrated Agriculture Aquaculture through Agroecology. Noirmoutier: INRA, 2019.
BOISIER, S. “¿Hay espacio para el desarrollo local em la globalización?” Revista de La Cepal, vol. 86, 2005.
BOISIER, S. “Desarrollo Territorial y Descentralización. El desarrollo en el lugar y en las manos de la gente”. Revista Eure, vol. 30, n. 90, 2004.
BRAGA, T. M. “Desenvolvimento Local Endógeno: entre a competitividade e a cidadania”. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, vol. 5, 2002.
CASACA, J. M. Policultivo de peixes integrados à produção vegetal: avaliação econômica e socioambiental (Peixe-verde) (Tese de Doutorado em Aquicultura). São Paulo: Unesp, 2008.
CASTRO, L. A.; FUGIMURA, M. M. S.; VAZ, L. J. “Caracterização da Piscicultura em Tanque-rede na Comunidade de Anã – Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, Santarém, Pará”. Biodiversidade Brasileira, vol. 12, n. 5, 2022.
CEPEA - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. PIB do Agronegócio – Rio de Janeiro – ano base 2017-2020. Piracicaba: CEPEA, 2024. Disponível em: . Acesso em: 01/12/2024.
CEPERJ - Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro. PIB RJ Municipal. Relatório 2020/2021. Rio de Janeiro: CEPERJ, 2021. Disponível em: . Acesso em: 01/12/2024.
DELGADO, C. L.; SIAMWALLA, A. “Rural Economy and Farm Income Diversification in Developing Countries”. In: PETERS, G. H.; VON BRAUN, J. Food and Security, Diversification and Resource Management: Refocusing the Role of Agriculture? London: Routlrdge, 1999.
EMATER-RIO - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Rio de Janeiro. Acompanhamento Sistemático de Produção Agrícola – ASPA: Relatório de Produção 2023. Niterói: EMATER-RIO, 2024. Disponível em: . Acesso em: 01/12/2024.
FAO - Food and Agriculture Organization. The State of World Fisheries and Aquculture 2024 – Blue Transformation in action. Rome: FAO, 2024. Disponível em: . Acesso em: 05/12/2024.
FERREIRA, F. P. M. Territorialidades socioambientais em Teresópolis – RJ: movimentos sociais e transformações territoriais (Tese de Doutorado em Meio Ambiente). Rio de Janeiro: UERJ, 2023.
FIPERJ - Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro. Dados da Produção da Truticultura na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Niterói: FIPERJ, 2024a.
FIPERJ - Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro. Projeto Jundiá Serrano: uma alternativa sustentável para a produção aquícola em ambiente de montanha no estado do Rio de Janeiro. Niterói: FIPERJ, 2024b.
FORTUNATO, A. R. Hospitalidade e solidariedade nos territórios do bem viver. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2020.
FORTUNATO, A. R.; CASTRO, C.M. “Turismo Rural e a Produção de Novas Territorialidades em Teresópolis (RJ)”. Geo UERJ, vol. 31, 2017.
FREITAS, R. R. “Aqüicultura aliada ao turismo como alternativa de lazer e fonte de renda”. Caderno Virtual de Turismo, vol. 6, n. 4, 2006.
HALWART, M.; DABBADIE, L.; BEVERIDGE, M. C. M. “Agroecology in Aquaculture”. FAO Aquaculture Newsletter, n. 60, 2019.
JIANG, Q. et al. “Environmental sustainability and footprints of global aquaculture”. Resource, Conservation and Recycling, vol. 180, 2022.
KAGEYAMA, A. “Desenvolvimento Rural: conceito e medida”. Caderno de Ciência & Tecnologia, vol. 21, n. 3, 2004.
LAURIA, P. T. B. R. et al. “Reflexões sobre territorialidades socioambientais em uma cidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro”. Revista Mosaicos Estudos em Governança, Sustentabilidade e Inovação, vol. 5, n. 1, 2023.
MORAES, M.B. et al. “Espécies Exóticas e Alóctones da Bacia do Rio Paraíba do Sul: implicações para a conservação”. Biodiversidade Brasileira, vol. 7, n. 1, 2017.
NOVA FRIBURGO. Lei Municipal n. 4.512, de 16 de setembro de 2016. Nova Friburgo: Câmara Municipal, 2016. Disponível em: . Acesso em: 12/12/2024.
PEIXE-BR. Anuário Peixe BR da Piscicultura 2023. Pinheiros: PEIXE-BR, 2024. Disponível em: . Acesso em: 12/12/2024.
POKUPEC, D.; LESNIK, T.; BOREC, A. “Agroecology principles in aquaculture: a case study of East Africa”. Journal of Central European Agriculture, vol. 25, n. 3, 2024.
PORCHAS, M. M.; CORDOVA, L. R. M. “World Aquaculture: environmental impacts and troubleshooting alternatives”. The Scientific World Jornal, vol. 2012, n. 1. 2012.
SAMPAIO, I. C. “Um saber necessário: os estudos rurais no Brasil”. Novos Cadernos NAEA, vol. 18, n. 2, 2015.
SANTOS, C. S. O Programa de Arranjos Produtivos Locais de Alagoas (PAPL): avaliação da implementação de ações nos arranjos Delta do São Francisco e Caminhos do São Francisco (2013-2016) (Tese de Doutorado em Ciências Sociais). Natal: UFRN, 2022.
SAQUET, M. A.; SILVA, S. S. “Milton Santos: concepção de geografia, espaço e território”. Geo UERJ, vol. 2, n. 18, 2008.
SARACENO, E. “Políticas Rurales de la Unión Europea y Proyectos Territoriales de Identidad Cultural”. Opera, n. 7, 2007.
TERESÓPOLIS. Decreto Municipal n. 3.693, de 06 de junho de 2009. Teresópolis: Câmara Municipal, 2009. Disponível em: . Acesso em: 05/12/2024.
TERLUIM, I. J. “Differences in economic development in rural regions of advanced countries: an overview and critical analysis of theories”. Journal of Rural Studies, vol. 19, 2003.
VAZQUEZ-BARQUERO, A. “Dinámica productiva y desarrollo em las áreas rurales”. Panorama Económico, vol. 25, n. 3, 2017.
VIVACQUA, M.; VIEIRA, P. F. “Conflitos Socioambientais em Unidades de Conservação”. Política e Sociedade, vol. 7, 2005.
ZAOUAL, H. “O Homo Situs e suas Perspectivas Paradigmáticas”. OIKOS, vol. 9, n. 1, 2010.