A POLÍTICA MIGRATÓRIA BRASILEIRA E A CRIMIGRAÇÃO
Contenido principal del artículo
Resumen
A Teoria da Crimigração é um tema de grande interesse acadêmico, que surge da necessidade de investigar a relação entre migração, direito penal e soberania dos Estados. A política migratória brasileira passou por uma mudança de paradigma com a promulgação da Lei de Migração e, nesse sentido, é possível refletir se houve a influência dessa doutrina na política migratória brasileira por meio de reflexões sobre a criminalização das migrações, das bases normativas da política migratória brasileira, assim como a influência da teoria sobre a Lei de Migração. A pesquisa utilizou a hermenêutica jurídica como principal procedimento de análise, baseando-se em uma abordagem qualitativa e em dados bibliográficos e exploratórios. Além de revisões recentes da literatura nacional e internacional sobre migração e crimigração, foram analisados relatórios da ACNUR e da OIM. A partir disso, percebe-se que a Lei de Migração, legislação base da política migratória brasileira, ao compreender o migrante como sujeito e possuidor de direitos humanos, respeita os ditames constitucionais e internacionais, inclusive princípios, não se sujeitando à doutrina da criminalização das migrações.
Detalles del artículo

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Copyright (c). Boletim de Coyuntura (BOCA)
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.
Citas
ACNUR - United Nations High Commissioner for Refugees. Global Trends: Forced Displacement in 2022. Genebra: ACNUR, 2022. Disponível em: Disponível em: . Acesso em: 27/06/2024.
ALFARAZ, A. I. G. “El “crimigrante”: un culpable sin delito”. In: MARTÍN, H. C.; LLAMAS, M. A. A. Procesos migratórios y desafios en el marco del pacto mundial para la migración segura, ordenada y regular. Salamanca: Ediciones Universidad de Salamanca, 2023.
AMARAL, A. P. M.; COSTA, L. R. “A (não) criminalização das migrações e políticas migratórias no Brasil: do Estatuto do Estrangeiro à nova Lei de Migração”. Revista Justiça do Direito, vol. 31, n. 2, 2017.
ATALANIO, M. “Brasil, multiculturalismo e combate ao racismo”. Focus.jor [2021]. Disponível em: . Acesso em: 18/04/2023.
ATALANIO, M. A política migratória brasileira e a responsabilidade civil do Estado. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2022.
BARROSO, L. R. Curso de Direito Constitucional Contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. São Paulo: Editora Saraiva, 2018.
BARROSO, L. R. Sem data venia: um olhar sobre o Brasil e o mundo. Rio de Janeiro: Editora História Real, 2020.
BAUMAN, Z. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2001.
BOVE, V.; NUSSIO, E.; STEELE, B. “The consequences of terrorism on migration attitudes across Europe”. Political Geography, vol. 75, 2019.
BRASIL. Decreto n. 9.199, de 20 de novembro de 2017. Brasília: Planalto, 2017b. Disponível em: . Acesso em: 18/04/2024.
BRASIL. Decreto-Lei n. 2.848, de 07 de dezembro de 1940. Brasília: Congresso Nacional, 1940. Disponível em: . Acesso em: 18/04/2024.
BRASIL. Lei n. 13.445, de 24 de maio de 2017. Brasília: Planalto, 2017. Disponível em: . Acesso em: 18/04/2024.
BRITTO, C. A. O humanismo como categoria constitucional. Belo Horizonte: Editora Fórum, 2012.
CASTLES, S.; MILLER; M. J.; HAAS, H. The Age of Migrations: International Population Movements in the Modern World. Nova Iorque: Palgrave Macmillan, 2014.
CHERON, C. et al. “O ser migrante, as violências que o afetam e o horizonte aberto pelas provocações de Umberto Eco em Migração e Intolerância”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 12, n. 35, 2022.
CUNHA, D. F. S. Sociologia Jurídica. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2020.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Editora da USP, 2019.
HAUGERUD, A. “Public Anthropology in 2015: Charlie Hebdo, Black Lives Matter, Migrants, and More”. American Anthropologist, vol. 118, n. 3, 2016.
HUNT, L. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo: Editora Cia das Letras, 2007.
IOM – International Organization for Migration. World Migration Report 2022. Geneva: IOM, 2022. Disponível em: . Acesso em: 18/04/2024.
JUBILUT, L. L.; APOLINÁRIO, S. M. O. S. “A necessidade de proteção internacional no âmbito da migração”. Revista Direito GV, vol. 6, n. 1, 2010.
MARINUCCI, R. “Criminalização das migrações e dos migrantes”. Revista Interdisciplinar de Mobilidade Humana, vol. 23, n. 45, 2015.
MÁRMORA, L. Las politicas de migraciones internacionales. Buenos Aires: Paidós, 2004.
RAMOS, A. C. Curso de direitos humanos. São Paulo: Editora Saraiva, 2019.
REZEK, F. Direito Internacional Público: Curso elementar. São Paulo: Editora Saraiva, 2011.
SASSEN, S. Guests and Aliens. Nova Iorque: The New Press, 1999.
STAGEMAN, D. L. “Immigrants and crime”. City University of New York [2020]. Acesso em: . Disponível em: 04/05/2024.
STUMPF, J. “The Crimmigration Crisis: Immigrants, Crime, and Sovereign Power”. American University Law Review, vol. 56, n. 2, 2006.
SUXBERGER, A. H. G. “O Direito nas Políticas Públicas: o Déficit de Efetividade dos Direitos é um Problema Normativo ou Institucional”. In: CALHAO, A. E. P.; M.; SÁ, R. L. V. (orgs.). Direitos Humanos e Democracia: estudos em homenagem ao Professor Vital Moreira. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2018.
TEIXEIRA, G. H. Crimigração e controle migratório no contexto da justiça atuarial (Dissertação de Mestrado em Direito). Brasília: UniCEUB, 2013.
TRINDADE, A. A. C. Tratado de Direito Internacional dos Direitos Humanos. Porto Alegre: Sergio Antônio Fabris Editor, 2003.
TUMLIN, K. C. “Suspect First: How Terrorism Policy Is Reshaping Immigration Policy”. California Law Review, vol. 92, n. 4, 2004.
VASAK, K. Les droits de l’Homme à l’aube du XXIème siècle. Bruxelas: Bruylant, 1999.
WENDEN, C. W. Atlas des migrations: un équilibre mondial à inventer. Paris: Autrement, 2018.
WENDEN, C. W. La question migratoire au XXIème siècle: migrants, refugiés et relations internationals. Paris: Sciences Po, 2017.
WENDLING, K. C. S.; NASCIMENTO, F. L.; SENHORAS, E. M. “A crise migratória venezuelana”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 8, n. 24, 2021.