UMA ANÁLISE DO FILME BARBIE (2023), DA BONECA E SUAS IMPLICAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Contenido principal del artículo
Resumen
Barbie, a boneca mais vendida desde 1959, retoma os holofotes em 2023 a partir da exibição do filme dirigido por Greta Gerwig. No entanto, no filme, o universo glamouroso e cor-de-rosa da boneca é atravessado por dilemas e problemáticas sociais que permeiam a contemporaneidade. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo fazer uma análise fílmica do longa-metragem Barbie (2023) e discutir a participação da boneca Barbie no desenvolvimento das crianças. A metodologia da análise fílmica será empregada na análise dos dados após a decomposição do filme em confronto com o arcabouço teórico obtido por meio de pesquisas em bases de dados, tais como Google acadêmico, Scielo e livros que abordam o tema, bem como a elaboração de um mapa semiótico. Os resultados indicaram que o filme aborda o brinquedo como algo que não pode ser manipulado pela criança, que os padrões de beleza que a boneca representa são incompatíveis com o corpo humano provocando problemas de saúde física e mental para aqueles que usam a boneca como modelo. Por fim, concluímos que embora o filme traga novas discussões sobre o patriarcado e sobre a posição da mulher na sociedade, a boneca Barbie continua sendo uma representação social de uma pequena parcela da sociedade. Ademais, a marca Barbie possui uma gama de animações empobrecidas no tocante à criatividade, linguagem e crítica social, educacional disponíveis nos streamings, e que carregam fortes valores de riqueza, perfeição e beleza, em um padrão não-humano e opressor, principalmente, para as mulheres.
Detalles del artículo

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Copyright (c). Boletim de Coyuntura (BOCA)
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.
Citas
ALMEIDA, D. “Das telas para a vida real Barbie: Mattel revela boneca inspirada na Barbie Estranha do filme”. Observatório do Cinema [2023] Disponível em: . Acesso em: 08/08/2023.
ALTMANN, H. “Barbie e sua história: gênero, infância e consumo”. Pro-Posições, vol. 24, n. 1, 2013.
AMOIAN, F.; MOTLAGH, B. N. “Semiotic Analysis of Barbie Dolls Using Roland Barthes’ Mythologies”. Bagh-e Nazar, vol. 19, n. 112, 2022
BARROS, M. P. et al. “O brincar, as intervenções e as transgressões de gênero no campo infantil”. In: BARROS, M. P. (org.). Educação e Gênero: Estudos Multidisciplinares. Boa Vista: Editora Iole, 2022.
BENJAMIN, W. Reflexões sobre a criança, o brinquedo e a educação. São Paulo: Duas Cidades Editora 43, 2002.
BROUGÉRE, G. “A criança e a cultura lúdica”. In: KISHIMOTO, T. M. (org.). O brincar e suas teorias. São Paulo: Editora Cencage Learning, 2011.
BROUGÉRE, G. Brinquedo e cultura. São Paulo: Editora Cortez, 2014.
CAGNIN, D. C.; SPAZIANI, R. B. “‘Lute como uma princesa’: pedagogias feministas na educação das infâncias”. Diversidade e Educação, vol. 10, n. 2, 2023.
CASTRO, D. “Barbie marca gerações com busca por um padrão de beleza inatingível”. Portal USP [2023]. Disponível em: . Acesso em: 08/08/2023.
CECHIN, M. B. C.; SILVA, T. “Assim falava Barbie: uma boneca para todos e para ninguém”. Fractal: Revista de Psicologia, vol. 24, n. 3, 2012.
CORDEIRO, R. I. N.; AMÂNCIO, T. “Análise e representação de filmes em unidades de informação”. Ciência da Informação, vol. 34, n. 1, 2005.
DAVID, R. S. “Meninas brincam de rosa, meninos brincam de azul: representações sociais do brincar e do brinquedo na publicidade”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 10, n. 29, 2022.
DIAZ, H. F. “El cine y los sentidos: una reflexión estética, filosófica y antropológica”. Revista Profissão Docente, vol. 22, n. 47, 2022.
DOMINGUES, I.; MIRANDA, A. P. Consumo de Ativismo. São Paulo: Editora Estação das Letras e Cores, 2022.
ECO, U. “La estructura ausente”. In: ECO, U. Introducción a la semiótica. Barcelona: Editorial Lumen, 1986.
ELKONIN. D. B. Psicologia do Jogo. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2009.
FERREIRA, A. T. R. J. F. et al. “A representatividade de mulheres latinas no cinema: revisão sistemática”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 14, n. 42, 2023.
FORD, J. “More than mumblecore and bigger than Barbie – who is Greta Gerwig?”. The Conversation [2023]. Disponível em: . Acesso em: 08/08/2023.
GIBSON, S.; BRIDGES, D.; WULFF, E. “Is the Barbie movie a feminist triumph or flop? Three gender studies academics have their say”. Women's Agenda [2023]. Disponível em: . Acesso em: 30/08/2023.
GILL, R. “Postfeminist Media Culture: Elements of a Sensibility”. European Journal of Cultural Studies, vol. 10, n. 2, 2007.
HERSINTA.; KURNIANA, I.; ELLIS, K. “Playing with Barbie: Teaching Inclusivity and Diversity through Play in Indonesia”. M/C Journal, vol. 26, n. 2, 2023.
KISHIMOTO, T. M. “O jogo e a educação infantil”. In: KISHIMOTO, T. M et al. (org.) Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Editora Cortez, 2017.
LEAL, T. “O sentimento que nos faz irmãs: construções discursivas da sororidade em mídias sociais”. Revista Eco-Pós, vol. 23 n. 3, 2020.
LEONTIEV, A. N. “Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar”. In: VIGOTSKI, L.S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Editora Ícone, 2017.
LORD, M. “Barbie”. Encyclopedia Britannica [2023]. Disponível em: . Acesso em: 04/08/2023.
LORD, M. G. Forever Barbie: The unauthorized biography of a real doll. New York: Walker and Company, 2004.
MATTEL. “About Barbie”. Barbie [2023]. Disponível em: . Acesso em: 04/08/2023.
MCMAHON, F. “Toy”. Encyclopedia Britannica [2023]. Disponível em: . Acesso em 04/08/2023.
MOMBELLI, N. F.; TOMAIM, C. D. S. “Análise fílmica de documentários: apontamentos metodológicos”. Lumina, vol. 8, n. 2, 2015
NASCIMENTO, K. L.; NASCIMENTO, F. L. “Psicologia infantil: a importância do brincar no desenvolvimento da criança”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 10, n. 30, 2022.
NAYLOR, R. L. Why Barbie and not Oppenheimer: A Film Review of Barbie. Directed: Greta Gerwig. Burbank: Warner Bros Pictures, 2023.
OLIVEIRA NASCIMENTO, A. C. “Divisão sexual dos brinquedos infantis: uma reprodução da ideologia patriarcal”. O Social em Questão, vol. 17 n. 32, 2014.
OLIVEIRA, G. M. “Da menina à mulher: O empoderamento feminino como estratégia de publicidade na propaganda da boneca Barbie em detrimento da vaidade e submissão do primeiro comercial (1961-2015)”. XX Encontro Regional de História. Minas Gerais: ANPUH, 2016.
OMENA, M. “Barbie: quem é Ruth Handler, criadora da boneca e que aparece no filme?”. Revista Exame [2023]. Disponível em: . Acesso em: 04/08/2023.
PALÁCIOS, P.; RODRÍGUEZ, C.; SÁNCHEZ, C. “Communicative Mediation by Adults in the Construction of Symbolic Uses by Infants”. Integrative Psychological and Behavioral Science, vol. 52, 2018.
PENAFRIA, M. “Análise de filmes: conceitos e metodologia(s)”. Anais do VI Congresso da SOPCOM. Braga: Universidade do Minho, 2009.
PENATE, C. Rum, Tobacco, Dance, and Music: The Cuban Mulata in Twentieth-Century Cinema of the Americas (Doctoral Thesis in Philosophy). Texas: University of Texas at Austin, 2021.
RODRÍGUEZ, C. et al. “Ostensive gestures come first: Their role in the beginning of shared reference”. Cognitive Development, vol. 36, 2015.
RODRÍGUEZ, C. et al. “Executive functions and educational actions in an infant school: Private uses and gestures at the end of the first year”. Estudios de Psicología, vol. 38, n. 2, 2017.
ROVERI, F. T.; SOARES, C. L. “Meninas! sejam educadas por Barbie e “com” a Barbie…”. Educar em Revista, n. 41, 2011.
ROVERI, F.T. Barbie: tudo o que você quer ser: ou considerações sobre a educação de meninas (Dissertação de Mestrado em Educação). Campinas: UNICAMP, 2008.
SANTOS, A. F. Brinquedo: infância e contemporaneidade (Dissertação de Mestrado em Educação). Uberlândia: UFU, 2018.
SILVA, T. A. A.; OLIVEIRA, M. R. F. “Os impactos da indústria cultural e consumo na infância: reflexões sobre o brincar tecnológico”. Blucher Social Sciences Proceedings, vol. 2, n. 4, 2016.
STONE, T. L. The Good, The Bad and The Barbie: a doll´s history and her impact on US. New York: Viking, 2010.
SUSANTI, R. H. “Diversity and White Supremacy Concept in The Adaptation of Barbie: from a Doll into a Video Blog”. Jurnal Bahasa Dan Sastra Inggris, vol. 10, n. 2, 2021.
THÁ, F. “O mercado das imagens”. In: ANDRADE, A. Q. (org.). A Imagem Rainha. Rio de Janeiro: Editora Livraria Sette Letras, 1995.
UNIFOR - Universidade de Fortaleza. “O fenômeno mercadológico 'Barbie'“. UNIFOR [2023]. Disponível em: . Acesso em: 10/08/2023.
VELDMEIJER, F. E. M. This Barbie is Woke: an Analysis of Postfeminism in the Barbie Vlogs. Nimega: Radboud University, 2023.
VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento social da mente. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2007.
VIGOTSKI, L. S. Imaginação e criação na infância. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2018.
WEBB, J. B; FORD; M. N.; PADRO, P. M. “Fashion versus fitspo: The effect of viewing images of contemporary Barbie® dolls in passive versus active poses on college women’s body image and affect”. Body Image, vol. 45, 2023.
WIKIPEDIA. “Bild Lilli doll”. Wikipedia [2023]. Disponível em: . Acesso em: 04/08/ 2023.