INICIATIVAS DE APOIO A CANDIDATURAS E MANDATOS COLETIVOS COMO FORMAS DE REINVENÇÃO DA PARTICIPAÇÃO POLÍTICA INSTITUCIONAL NO BRASIL
Contenido principal del artículo
Resumen
O artigo aborda os desafios da ocupação da política institucional legislativa por grupos historicamente marginalizados dos espaços de poder formal. Discute-se a configuração hegemônica da política partidária e são mapeadas algumas das estratégias contemporâneas de “hackear” a política institucional, trazendo para o polo representacional expressões antes tidas como apenas extra-representacionais, como a ocupação direta e coletiva dos espaços por novos corpos, pautas e lutas. A ênfase recai sobre as iniciativas de apoio a candidaturas e sobre os chamados mandatos coletivos. Argumenta-se que a experiência dos mandatos coletivos tem conseguido, até o momento, fissurar algumas barreiras, ainda que tímidas. Novos estudos sobre o tema poderão contribuir para compreender melhor os desafios concretos enfrentados pelos grupos políticos que se propõem a fazer uma efetiva “nova” política, contra os vícios que ainda fazem da “velha” política o modelo hegemônico no Brasil.
Detalles del artículo
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Copyright (c). Boletim de Coyuntura (BOCA)
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.
Citas
BORBA, J. “Participação política: uma revisão dos modelos de classificação”. Revista Sociedade e Estado, vol. 27, n. 2, 2012.
CAMPOS, B. L. Juntas em um único número na urna? Uma análise das experiências de mandatos coletivos no Brasil (2016-2020) (Tese de Doutorado em Ciência Política). Belo Horizonte: UFMG, 2021.
COSTA, J. F. A. Só a luta muda a vida: um estudo sobre lutas sociais e mandatos coletivos na atual crise da democracia brasileira (Tese de doutorado em Psicologia Social). São Paulo: USP, 2022.
FARIA, F. De l’activisme urbain à la politique institutionnelle: acteurs et dynamiques de la démocratie de l’expérience à São Paulo et à Belo Horizonte (Thèse de Doctorat en Sociologie). Paris: EHESS, 2021.
FRANCO, M. “A emergência da vida para superar o anestesiamento social frente à retirada de direitos: o momento pós-golpe pelo olhar de uma feminista, negra e favelada”. In: BUENO, W. et al. (orgs.). Tem saída? Ensaios críticos sobre o Brasil. São Paulo: Editora Zouk, 2017.
GATTO, M. A. C.; RUSSO, G. A.; THOMÉ, D. “+Representatividade: relatório”. Instituto Update! [2021]. Disponível em: . Acesso em: 04/06/2022.
JANOTTI, M. L. M. O coronelismo: uma política de compromissos. São Paulo: Editora Brasiliense, 1992.
LEAL, V. N. Coronelismo, enxada e voto: o município e o regime representativo no Brasil. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2012.
LOURENÇO, A. C.; MARQUES, J. (coords.). Mulheres negras decidem: para onde vamos. Rio de Janeiro: Instituto Marielle Franco, 2020.
MORAIS OLIVEIRA, L.; GONDO MACEDO, R. “Movimentos de renovação política no Brasil: o engajamento da sociedade civil na era digital”. Agenda Política, vol. 8, n. 2, 2022.
MOURA, G. V. A interação entre os Movimentos de Renovação Política e os partidos na dinâmica eleitoral de 2018 (Dissertação de Mestrado em Ciência Política). Brasília: UnB, 2019.
NASCIMENTO, C. E. G. “Crise da representatividade e o mandato coletivo como uma afirmação da democracia participativa no Brasil”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 5, n. 13, 2021.
NICOLAU, J. Representantes de quem?: Os (des)caminhos do seu voto da urna à Câmara dos Deputados. Rio de Janeiro: Zahar, 2017.
NOBRE, M. Imobilismo em movimento: da abertura democrática ao governo Dilma. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2013.
RONDEROS, S.; CHICARINO, T.; SEGURADO, R. “Collectivizing political mandates: A discursive approach to the Brazilian Bancada Ativista’s campaign in the 2018 elections”. Politics, vol. 42, n. 3, 2022.
ROSSINI, A. M. “Mandatos coletivos e compartilhados no Poder Legislativo: potencialidades de inovação democrática e propostas de regulação”. Revista de Movimentos Sociais e Conflitos, vol. 7, n. 2, 2021.
SECCHI, L. et al. Mandatos coletivos e compartilhados: Desafios e possibilidades para a representação legislativa no século XXI. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019.
SECCHI, L.; CAVALHEIRO, R. A.; BAUMGARTEN, C. V. “Collective Mandates in Brazil: Democratic Innovations to Boost Participation in Legislature”. Representation: Journal of Representative Democracy [2023]. Disponível em: . Acesso em: 23/05/2023.
SEPÚLVEDA, B. T. “Para se socializar a política: mulheres negras e mandatos coletivos no Brasil”. Serviço Social em Perspectiva, vol. 4, 2021.
SILVA, A. E. F. A.; AVELAR, S. A. R.; PEREIRA, J. R. “Cidadania deliberativa: um estudo de caso sobre o processo de discussão promovido pelo primeiro mandato coletivo do Brasil”. Redes, vol. 26, 2021.
SINGER, A. “Lula’s return”. New Left Review, vol. 139, 2023.
SINGER, A. O lulismo em crise: um quebra-cabeça do período Dilma (2011-2016). São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2018.
SINGER, A. “The Failure of Dilma Rousseff’s Developmentalist Experiment: A Class Analysis”. Latin American Perspectives, vol. 47, n. 1, 2020.
SOUZA, J. A elite do atraso: da escravidão à Lava Jato. São Paulo: Editora LeYa, 2017.
TELLES, P. “Democracia de quem? Um estudo sobre desigualdades e eleições no Brasil”. Instituto Update! [2019]. Disponível em: . Acesso em: 04/06/2023.