LA A EVOLUÇÃO DO RETRATO DO HOMOSSEXUAL NA PRODUÇÃO AUDIOVISUAL: UM ESTUDO COMPARATIVO NO CONTEXTO BRASILEIRO
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Resumo
A homossexualidade no Brasil constitui-se ainda em um tema delicado, apesar dos grandes avanços de direitos por parte desses indivíduos na sociedade. Baseado neste tema, decidiu-se avaliar a evolução da representação deste grupo na filmografia brasileira. Objetivo e Metodologia: Com o intuito de traçar, através de uma metodologia comparativa, um paralelo entre o tempo de lançamento, escolheu-se três produções cinematográficas e um curta durante o período de 1967 a 1985 (O menino e o vento, 1967; Um clássico, dois em casa, nenhum jogo fora, 1968; Os imorais, 1979; e O beijo da mulher aranha, 1985) do século XX, enquanto foi elegida quatro produções longa-metragem no período de 2013 a 2018 (Tatuagem, 2013; Hoje eu quero voltar sozinho, 2014; Praia do Futuro, 2014; e Sócrates, 2018) do século XXI, totalizando oito produções em um recorte corte de tempo de 51 anos (1967-2018) no cinema nacional. Os critérios de inclusão foram a exigência que houvesse um protagonista masculino que tivesse interesse afetivo ou sexual por um indivíduo do mesmo sexo, ao mesmo tempo que os critérios de exclusão eliminam retratações homossexuais por personagens secundários na história. Resultados: Em comparações com as obras do século XX, as representações da figura do homossexual nas produções audiovisuais brasileiras vêm sofrendo grandes transformações positivas. Os modelos marginalizados estão sendo trocados por representações mais realistas. Discussão e Conclusão: Feita com base nos conceitos foucaultianos de poder sobre os corpos de sujeitos marginalizados, a discussão conclui que o retrato da homossexualidade nas produções mais antigas era reflexo de como o cinema era uma ferramenta de reprodução social de opressão para com sexualidades dissidentes baseado no imaginário popular de sua época.
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Referências
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