CONTRADIÇÕES NA GESTÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE URBANAS NO BRASIL
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Este estudo examina a gestão das Áreas de Preservação Permanente (APPs) urbanas no Brasil, destacando as limitações estruturais, normativas e político-institucionais que comprometem sua eficácia na proteção ambiental e promoção da equidade socioespacial. As APPs são fundamentais para a regulação climática e a proteção de ecossistemas sensíveis, mas enfrentam pressões associadas à ocupação irregular, especulação imobiliária e fragmentação da governança pública. O objetivo do estudo é analisar os desafios que afetam a gestão dessas áreas e propor diretrizes que integrem planejamento territorial, governança colaborativa e educação ambiental crítica, visando à transformação das APPs em territórios regenerativos e inclusivos. A pesquisa adota o método dedutivo, com abordagem qualitativa, exploratória e descritiva. A coleta de dados foi realizada por meio de revisão bibliográfica abrangente e análise de dados secundários, como legislações, estudos de caso e relatórios técnicos. A hermenêutica geográfica foi utilizada como ferramenta para interpretar as dinâmicas socioambientais e normativas. Os resultados apontam que contradições normativas, conflitos político-institucionais e lacunas nas políticas públicas são os principais entraves à gestão dessas áreas. O caso da Represa Billings exemplifica como a ocupação irregular e a deficiência de políticas habitacionais eficazes agravam a degradação ambiental e a exclusão social. Conclui-se que uma abordagem sistêmica e interdisciplinar, que incorpore planejamento integrado, participação comunitária e estratégias educativas, é indispensável para transformar as APPs em instrumentos efetivos de sustentabilidade e justiça socioambiental.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos autorais (c) .
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Referências
AHERN, J. “From fail-safe to safe-to-fail: sustainability and resilience in the new urban world”. Landscape and Urban Planning, vol. 100, n. 4, 2011.
ALVIM, A. T. B.; KATO, V. R. C.; ROSIN, J. R. G. “A urgência das águas: intervenções urbanas em áreas de mananciais”. Cadernos Metrópole, vol. 17, n. 33, 2015.
ANTHONY JR., B. “The role of community engagement in urban innovation towards the co-creation of smart sustainable cities”. Journal of the Knowledge Economy, vol. 15, n. 1, 2023.
ARANTES, O. B. F.; VAINER, C. B.; MARICATO, E. A cidade do pensamento único: desmanchando consensos. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.
BENEDICT, M. A.; McMAHON, E. T. Green Infrastructure: Linking Landscapes and Communities. Island Press, 2006.
BENINI, S. M. et al. “Smart Cities for Urban Planning: A Bibliometric-Conceptual Analysis”. International Journal of Business and Management, vol. 19, n. 6, 2024.
BRASIL. Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012. Brasília: Planalto, 1965. Disponível em: . Acesso 21/12/2024.
BRASIL. Lei n. 4.771, de 15 de setembro de 1965. Brasília: Planalto, 1965. Disponível em: . Acesso 21/12/2024.
CANIL, K. et al. “Vulnerabilities, risks and environmental justice in a macro metropolitan scale”. Mercator, vol. 20, 2021.
CHAKRABORTY, S. et al. “Same planet but different worlds! Diverging convergence pattern of urban form typologies across 413 cities with million+ inhabitants and their sustainability trade-offs”. Habitat International, vol. 145, 2024.
CMMAD - Comissão Mundial Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1988. Disponível em: . Acesso em: 23/09/2024.
DAVIS, M. Planet of Slums. London: Verso Books, 2006.
FERRARA, L. “Políticas ambientais e urbanização desordenada: o caso do reservatório Billings em São Paulo”. Revista de Política Ambiental, vol. 9, n. 2, 2013.
FITZGERALD, J. et al. “Green urbanism: learning from European cities”. Journal of Urban Design, vol. 25, 2021.
GODOY, J. A. R. “Formation of a territory: the production process of the urban space of São Bernardo do Campo/SP”. Periódico Eletrônico Fórum Ambiental da Alta Paulista, vol. 19, n. 1, 2023.
GODOY, J. A. R.; BENINI, S. M.; PALMISANO, A. “Social vulnerability and illegal occupation in urban APP areas: legal and environmental perspectives in Brazil”. Revista de Gestão Social e Ambiental, vol. 18, n. 11, 2024.
GUIMARÃES, M. “Educação ambiental crítica: teoria e prática para a justiça socioambiental”. Revista de Educação Ambiental, vol. 12, n. 1, 2006.
HARVEY, D. Cidades rebeldes: do direito à cidade à revolução urbana. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2014.
JACOBI, P. “Desafios da governança ambiental urbana face à emergência climática”. Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, vol. 23, n. 1, 2023.
LEFEBVRE, H. The production of space. Oxford: Blackwell, 2009.
LEFF, E. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Editora Vozes, 2008.
MARIA, N. C.; MEDEIROS‐SOUSA, A. R.; SLOVIC, A. D. “An environmental health typology as a contributor to sustainable regional urban planning: the case of the metropolitan region of São Paulo (MRSP)”. Sustainability, vol. 11, n. 20, 2019.
MARICATO, E. O impasse da política urbana no Brasil. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
MARTINS COTTING, A. L. et al. “Análise das inovações metodológicas nos planos municipais de redução de riscos, 2020-2021, de São Bernardo do Campo e Franco da Rocha, estado de São Paulo, Brasil”. Revista Ecologias Humanas, vol. 10, n. 12, 2024.
MENDES, W. A. et al. “O papel da gestão pública e do controle social no desenvolvimento humano”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 19, n. 56, 2024.
ROCCO, R.; ROYER, L. D. O.; GONÇALVES, F. M. “Characterization of spatial planning in Brazil: the right to the city in theory and practice”. Planning Practice and Research, vol. 34, n. 4, 2019.
ROSIN, J. A. R. “Áreas de mananciais: desafios dos programas de intervenções urbanas em áreas protegidas da sub-bacia da Billings, São Bernardo do Campo”. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, vol. 7, n. 50, 2019.
ROSIN, J. A. R. Áreas de Preservação Permanente e as dinâmicas urbanas e socioambientais: avanços e desafios das políticas de proteção e recuperação aos mananciais (Tese de Doutorado em Arquitetura e Urbanismo). São Paulo: UPM, 2016.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Editora da USP, 2006.
SÃO PAULO. Lei n. 13.579, de 13 de julho de 2009. São Paulo: Assembleia Legislativa, 2009. Disponível em: . Acesso 21/12/2024.
SILVA, A. L. C.; BENINI, S. M.; GODOY, J. A. R. “Cidades inteligentes e cidades sustentáveis: contradições e sinergia para a construção de um modelo integrado”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 20, n. 58, 2024.
YANG, L.; ZHAO, S. “A stronger advance of urban spring vegetation phenology narrows vegetation productivity difference between urban settings and natural environments”. Science of the Total Environment, vol. 868, 2023.