AS CRIANÇAS COM AUTISMO E AS VIVÊNCIAS NO JARDIM SENSORIAL

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Danielle Marafon
Vânia Lemos Matozo dos Santos

Resumo

O debate sobre o papel da escola como ambiente inclusivo para crianças com autismo é corrente, reconhecendo a importância de oferecer espaços acessíveis e acolhedores que atendam às diversas necessidades de aprendizagem, nessa perspectiva o espaço escolar proporciona outras possibilidades de ensino que vão além do acondicionamento da sala de aula, por meio do seu espaço externo, que pode ser usado como dispositivo de inclusão e aproximação das crianças autistas com a natureza.  Nesse sentido esta investigação tem por objetivo analisar o uso de espaços externos, particularmente um Jardim Sensorial, como ferramenta pedagógica para a aprendizagem e inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).  A pesquisa segue a abordagem qualitativa e participante. A coleta de dados foi realizada em uma escola pública municipal de Paranaguá-PR, durante o ano letivo de 2023, com professoras do AEE por meio de um grupo focal. Assim sendo, constatamos que a interação dos autistas com a natureza desempenha papel fundamental na sua integração em um modelo de educação inclusiva, possibilitando a implementação de ações educacionais variadas e a certeza de que todo o espaço escolar é passível de aprendizagem.

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Como Citar
MARAFON, D.; SANTOS, V. L. M. dos. AS CRIANÇAS COM AUTISMO E AS VIVÊNCIAS NO JARDIM SENSORIAL. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 18, n. 52, p. 400–417, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.11177140. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/4070. Acesso em: 8 out. 2024.
Seção
Ensaios

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