A ORDEM DAS LETRAS NA PRODUÇÃO ESCRITA: O QUE DIZEM CRIANÇAS EM PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
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Resumo
Este artigo apresenta dados da pesquisa exploratória, ancorada no marco psicogenético, cujo tema versa sobre a apropriação do sistema de escrita pelas crianças em processo de alfabetização, com objetivo principal de analisar compreensivamente as conceitualizações de crianças brasileiras que já fonetizam a escrita, trazendo as reflexões realizadas e decisões tomadas sobre a ordem das letras na produção escrita. As crianças participantes tinham 6 e 7 anos de idade e estavam cursando o 1º ano do Ensino Fundamental. A metodologia utilizada na investigação pautou-se na abordagem qualitativa, com o método clínico-crítico, que teve como procedimentos de levantamento de dados o uso de análise documental e entrevista semiestruturada. A análise dos dados respalda-se na análise de conteúdo proposta por Bardin (2016). Os resultados evidenciaram a potência dos atos de escrita e revisão pelas próprias crianças, destacando a desordem com pertinência como um fenômeno que apareceu a partir das escritas categorizadas como silábicas-alfabéticas; problemas cognitivos foram enfrentados quanto à desordem com pertinência quando havia consoante na posição de ataque duplo (consoante-consoante-vogal) e as crianças escreviam mantendo a estrutura silábica, porém em desordem, transformando a consoante-consoante-vogal em consoante-vogal-consoante ou a dissílaba em trissílaba com estrutura consoante-vogal. A partir da análise dos dados conclui-se que é fundamental considerar as ideias das crianças, como uma decisão política de oportunizar o direito de elas serem escutadas e compreendidas por meio de uma alfabetização respeitosa.
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