FUNDAMENTOS DA ANÁLISE LINGUÍSTICA ENUNCIATIVA: HUMBOLDT, BAKHTIN, FRANCHI E A QUESTÃO DO ESTRITAMENTE LINGUÍSTICO

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Sirleide de Almeida Lima
Sinval Martins de Sousa Filho

Resumo

Neste texto, tratamos dos fundamentos da Análise Linguística Enunciativa (ALE), uma proposta teórico-metodológica brasileira pensada para ser utilizada nos processos de ensino-aprendizagem de línguas. Objetivamos analisar as proposições fundamentais teórico-metodológicas da ALE, visando a articulação dessas com o pensamento bakhtiniano, a fim de contribuir com as ressignificações da orientação da ALE. Metodologicamente, é um estudo bibliográfico de cunho qualitativo. A fundamentação teórica parte de estudos da linguística discursivo-enunciativa e da abordagem de linguagem como atividade constitutiva do pensamento e do conhecimento. Como resultado do estudo, emerge a reflexão sobre a filiação dos bakhtinianos e dos propositores da ALE às ideias de tradição humboldtiana e, ainda, uma discussão sobre as limitações das propostas estudadas com relação ao estritamente gramatical. Sendo assim, com base nos resultados e discussões apresentados, conclui-se que às ressignificações nas orientações teórico-metodológicas da ALE, composta por complexos saberes científicos que fundamentam posturas pedagógicas, suscitam a compreensão e a projeção das atividades de ALE na escola, bem como o tratamento a ser conferido ao gramatical propriamente dito, tanto no âmbito da educação básica quanto na educação superior.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
LIMA, S. de A. .; SOUSA FILHO, S. M. de . . FUNDAMENTOS DA ANÁLISE LINGUÍSTICA ENUNCIATIVA: HUMBOLDT, BAKHTIN, FRANCHI E A QUESTÃO DO ESTRITAMENTE LINGUÍSTICO. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 15, n. 44, p. 559–586, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.8274418. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/1989. Acesso em: 22 dez. 2024.
Seção
Ensaios
Biografia do Autor

Sinval Martins de Sousa Filho, Universidade Federal de Goiás (UFG)

S

Referências

BAKHTIN, M. M. “From Notes Made in 1970-71”. In: BAKHTIN, M. M. Speech Genres & Other Late Essays. Austin: University of Texas System, 1986.

BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2010.

BAÚ, M. F. F.; SOUSA FILHO, S. M. Ensino da Língua Portuguesa no Ensino Médio por meio da Pedagogia de Projetos: projeto minha autoria. São Paulo: Paco Editorial, 2020.

BEZERRA, M. A.; REINALDO M. A. Análise linguística: afinal a que se refere? Recife: Editora Pipa Comunicação, 2020.

BRAIT, B. “Bakhtin e a natureza constitutivamente dialógica da linguagem”. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin, dialogismo e construção de sentido. Campinas: Editora da UNICAMP, 1997.

CULIOLI, A. “Why Teach How to Learn to Teach What is Best Learnt Untaught”. Cahiers Charles V, vol. 1, n. 1, 1979.

EMERSON, C. “Introduction: Dialogue on Every Comer, Bakhtin in Every Class”. In: MANDELKER, A. (org.). Bakhtin in Contexts: Across the Disciplines. Evanston: Northern University Press, 1995.

FARACO, C. A. “Voloshinov: um coração humboldtiano?” In: FARACO, C. A.; TEZZA, C.; C. G. (orgs.). Vinte ensaios sobre Mikhail Bakhtin. Petrópolis: Editora Vozes, 2006.

FARACO, C. A. Linguagem & Diálogo: as ideias linguísticas do Círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.

FRANCHI, C. “Criatividade e gramática”. Trabalhos em Linguística Aplicada, vol. 9, n. 1, 1987.

FRANCHI, C. “Linguagem - atividade constitutiva”. Revista do GEL, vol. 1, n. 1, 2002.

FRANCHI, C. “Prefácio”. In: GERALDI, J. W. Portos de passagem. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997.

GERALDI, J. W. “João Wanderley Geraldi: um pensador além de seu tempo com o pé na escola”. Revista Interdisciplinar, vol. 20, n. 1, 2014.

GERALDI, J. W. “O ensino de língua portuguesa - e a Base Nacional Comum Curricular”. Revista Retratos da Escola, vol. 9, n. 17, 2015.

GERALDI, J. W. et al. (orgs.). O texto na sala de aula. São Paulo: Editora Ática, 2011.

GERALDI, J. W. Portos de passagem. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1997.

GLUSHKOVA, M.; DOMINGUES, T. “Wilhelm von Humboldt: paralelos com o círculo de Bakhtin e contribuição para a questão da diversidade linguística”. ALFA: Revista de Linguística, vol. 66, 2022.

HUMBOLDT, W. V. “Form der Sprachen”. In: HEIDERMANN, W.; WEININGER, M. J. (orgs.). Linguagem, Literatura e Bildung. Florianópolis: Editora da UFSC, 2006.

HUMBOLDT, W. v. On Language: The Diversity of Human Language - Structure and its Influence on the Mental Development of Mankind. Cambridge: Cambridge University Press, 1988.

HUMBOLDT, W. v. Schriften zur Sprachphilosophie: Werke in fünf Bänden III. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1963.

HURCH, B. “Die Formierung der grammatischen Analyse: Die Rolle des Baskischen auf dem Weg Humboldts als Grammatiker: Einige editorische Anmerkungen zu den frühen bascologischen Arbeiten”. Anuario del Seminario de Filología Vasca Julio de Urquijo, vol. 38, n. 1, 2004.

KARSTEN, A. Schreiben im Blick: Schriftliche Formendersprachlichen Tätigkeitausdialogischer Perspektive. Berlim: Lehmmans Media Verlag, 2014.

LAFONT, C. “‘Apertura del mundo’ y referencia”. In: VIEJA, M. T. L. (org.). Figuras del logos: entre la filosofía y la literatura. Ciudad de México: Fondo de Cultura Económica, 1994.

LIMA, S. A.; SOUSA FILHO, S. M. “Expressividade na escrita escolar: ensino/aprendizagem da língua viva”. Domínios de Lingu@gem, vol. 12, n. 3, 2018.

MEDVIÉDEV, P. O Método Formal nos Estudos Literários. São Paulo: Editora Contexto, 2012.

POLATO, A. D. M.; MENEGASSI, R. J. “Epistemologia teórica do nascimento da prática de análise linguística: décadas de 80 e 90”. In: PEREIRA, R. A.; COSTA-HÜBES. T. C (orgs.). Prática de análise linguística nas aulas de Língua Portuguesa. São Carlos: Pedro e João Editores, 2021.

SEGATTO, A. I. “Tradução: Sobre pensamento e linguagem Wilhelm Von Humboldt”. Transformação, vol. 1 n. 32, 2009.

SIMÃO, D. Hipóteses sobre a teoria franchiana da linguagem (Tese de Doutorado em Estudos Linguísticos). Curitiba: UFPR, 2020.

SOUSA FILHO, S. M. “A Ausência da Atividade Epilinguística no Eixo Pedagógico Prática de Análise Linguística da BNCC”. In: SILVA, K. A.; XAVIER, R. P. (orgs.). Múltiplos olhares para a base nacional comum curricular: língua portuguesa e língua inglesa. Campinas: Pontes Editores, 2021.

SOUSA FILHO, S. M.; TEIXEIRA, M. “Para uma Didática da Análise Linguística Enunciativa na Educação Libertadora? De Freire e Franchi à Agenda 2030”. In: FIGUEIRA-BORGES, G.; LUTERMAN, L. A.; VIEIRA, M. S. (org.). Estudos linguísticos e interculturalidade: texto, discurso e ensino. São Paulo: Editora Todas as Musas, 2022.

VALLE, J. C. A.; SANTOS, V. M. “The teaching participation in curricular elaboration processes: Paulo Freire's democratic experience”. Acta Scientiae , vol. 8, n.8, 2021.

VOLÓCHINOV, V. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Editora 34, 2017.

YEREMEYEV, Y. N. “Language. Antinomy. Dialogue”. Web Archive [2023]. Disponível em: . Acesso em: 07/07/2023.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)