COOPERATIVAS DE RECICLAGEM COMO INSTRUMENTO DE EFETIVAÇÃO DE DIREITOS DA PERSONALIDADE: UMA BREVE PERPECTIVA BRASILEIRA E MUNDIAL

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Dirceu Pereira Siqueira
Matheus Ribeiro de Oliveira Wolowski

Resumo

O texto tem por objetivo trazer reflexões jurídicas quanto a utilização das cooperativas de reciclagem na gestão de resíduos sólidos como um instrumento de efetivação de direitos da personalidade. Considerando que o ordenamento jurídico brasileiro propugna pela promoção da dignidade humana, verifica-se que as cooperativas de reciclagem podem ser um importante instrumento de acesso à liberdade, saúde, alimentação e outros direitos, por ser capaz de possibilitar a emancipação do indivíduo. Partindo de premissas teóricas de Amartya Sen, a pesquisa realizou uma revisão sistemática de literatura, abordando pesquisas que retratassem os benefícios e desafios de cooperativas de reciclagem no Brasil e em outros países como Argentina, Bolívia, Chile, Indonésia, Vietnã e outros mais. Com os resultados dessa revisão, extraíram-se conclusões indutivas no sentido de reconhecer a importância ambiental e social das cooperativas e sugerindo a efetiva implantação da Logística Reversa como uma ferramenta que busque superar os desafios relatados na literatura.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
SIQUEIRA, D. P. .; WOLOWSKI, M. R. de O. COOPERATIVAS DE RECICLAGEM COMO INSTRUMENTO DE EFETIVAÇÃO DE DIREITOS DA PERSONALIDADE: UMA BREVE PERPECTIVA BRASILEIRA E MUNDIAL. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 15, n. 44, p. 225–245, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.8200355. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/1772. Acesso em: 21 dez. 2024.
Seção
Artigos

Referências

ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil”. ABRELPE [2022]. Disponível em: . Acesso em: 10/07/2023.

BOBBIO, N. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2004.

BRASIL. Decreto n. 10.936, de 12 de janeiro de 2022. Brasília: Planalto, 2022. Disponível em: . Acesso em: 30/07/2023.

BRASIL. Decreto n. 11.413, de 13 de fevereiro de 2023. Brasília: Planalto, 2023. Disponível em: . Acesso em: 30/07/2023.

BRASIL. Decreto n. 11.414, de 13 de fevereiro de 2023. Brasília: Planalto, 2023. Disponível em: . Acesso em: 30/07/2023.

BRASIL. Lei n. 12.305, de 02 de agosto de 2010. Brasília: Planalto, 2010. Disponível em: . Acesso em: 30/07/2023.

ESTEVES, R. A. “A indústria do resíduo: perfil das cooperativas de reciclagem e dos catadores de resíduos no estado do Rio de Janeiro”. Revista Monografias Ambientais, vol. 14, 2015.

FACHIN, L. E. “Fundamentos, limites e transmissibilidade: anotações para uma leitura crítica, construtiva e de índole constitucional da disciplina dos direitos da personalidade no Código Civil brasileiro”. Revista da Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro Emerj, vol. 8, n. 31, 2005.

FERRONATO, N. et al. “Formal and informal waste selective collection in developing megacities: Analysis of residents’ involvement in Bolivia”. Waste Management and Research, vol. 39, n. 1, 2021.

FRASER, N. “Da redistribuição ao reconhecimento. Demandas da justiça na era pós-moderna”. In: SOUZA, J. (org.). Democracia hoje: Desafios para a teoria democrática contemporânea. Brasília: UnB, 2001.

GALVÃO, H. M.; BRENZAN, R.; OLIVEIRA, L. M. “A logística reversa aplicada na política nacional de resíduos sólidos e na lei estadual paulista do resíduo tecnológico em Pindamonhangaba-SP”. Diálogo, n. 33, 2016.

IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Situação Social das Catadoras e dos Catadores de Material Reciclável e Reutilizável. Brasília: IPEA, 2013. Disponível em: . Acesso em: 17/07/2023.

JIMÉNEZ-DE-ALIAGA, K. M. et al. “A cross-sectional study on the environmental culture and occupational health of informal waste pickers in Lima, Peru”. Medwave, vol. 20, n. 6, 2020.

LIMA, L. R.; GUTIERREZ, R. F.; CRUZ, S. A. “A perspective of the COVID-19 pandemic in the plastic waste management and cooperatives of waste pickers in Brazil”. Circular Economy and Sustainability, vol. 2, 2022.

MAGNI, A. A. C.; GÜNTHER, W. M. R. “Cooperativas de catadores de materiais recicláveis como alternativa à exclusão social e sua relação com a população de rua”. Saúde e Sociedade, vol. 23, 2014.

MANAFRA, R. P. “Desafios do cooperativismo na cadeia da reciclagem: um olhar a partir da experiência dos catadores”. Revista Tecnologia e Sociedade, vol. 11, 2015.

MEDINA, M. The World’s Scavengers: Salvaging for Sustainable Consumption and Production. Lanham: Altamira Press, 2007.

MITCHELL, C. L. “Altered landscapes, altered livelihoods: The shifting experience of informal waste collecting during Hanoi’s urban transition”. Geoforum, vol. 39, n. 6, 2008.

MNCR - Movimento Nacional dos Catadores de Materias Recicláveis. “Quantos Catadores existem em atividade no Brasil?” Portal MNCR [2017]. Disponível em: . Acesso em: 17/07/2023.

NASCIMENTO, A. A.; OLIVEIRA, R. J.; MENEZES, J. E. “A reciclagem do lixo urbano como fonte de renda, e a preservação dos recursos naturais e ambientais”. Revista Gestão Industrial, vol. 13, n. 1, 2017.

NAVARRETE HERNÁNDEZ, P. De cartoneros a recicladores urbanos: el rol de las políticas locales en mejorar la sustentabilidad de los recolectores de base. Santiago: Universidad de Chile, 2016.

NERY, C. “Síntese de Indicadores Sociais: Extrema pobreza atinge 13,5 milhões de pessoas e chega ao maior nível em 7 anos”. Agência IBGE Notícias [2019]. Disponível em: . Acesso em: 18/07/2023.

NEVES, A. C. R. R.; CASTRO, L. O. A. “Separação de materiais recicláveis: panorama no Brasil e incentivos à prática”. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, vol. 8, 2013.

OPUSZKA, P. R. Cooperativismo Popular: Os limites da organização coletiva do trabalho a partir da experiência da pesca artesanal do extremo sul do Brasil (Tese de Doutorado em Direito). Curitiba: UFPR, 2010.

PARANÁ. Chamada Pública n. 001/2018. Curitiba: Instituto Água de Terras, 2018. Disponível em: . Acesso em: 29/06/2023.

RIBEIRO, H.; BESEN, G. R. “Panorama da coleta seletiva no Brasil: desafios e perspectivas a partir de três estudos de caso”. InterfacEHS, vol. 2, n. 4, 2007.

RODE, G. F.; STOFFEL, J.; MOURA, G. S. “Análise do perfil de catadores de materiais recicláveis do município de Laranjeiras do Sul, Paraná”. Interações, vol. 22, 2021.

SARLET, I. W. Dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais. Porto Alegre: Editora Livraria do Advogado, 2009.

SASAKI, S. et al. “Average Income and Repayment of Debt in a Society of Waste Pickers: The Case of Bantar Gebang in Indonesia”. Journal of Asia-Pacific Studies, vol. 39, 2020.

SEN, A. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2000.

SILVA, P. L. C. et al. “Dificuldades enfrentadas no cotidiano de trabalho em cooperativas de triagem de material reciclável”. Revista Gestão e Sustentabilidade Ambiental, vol. 7, n. 2, 2018.

SILVA, V. A. “O Judiciário e as políticas públicas: entre transformação social e obstáculo à realização dos direitos sociais”. In: SOUZA NETO, C. P.; SARMENTO, D. (orgs.). Direitos sociais: fundamentação, judicialização e direitos sociais em espécies. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008.

SIQUEIRA, D. P.; WOLOWSKI, M. R. O. “Inteligência artificial e o positivismo jurídico: benefícios e obstáculos para efetivação da justiça”. Revista Brasileira de Direito, vol. 18, n. 1, 2022.

WORLD BANK. Fact Sheet: an adjustment to global poverty lines. Washington: World Bank, 2022. Disponível em: . Acesso em: 30/06/2023.