AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DO JORNALISTA: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS DO VALE DOS SINOS - RS
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Resumo
O cenário do mundo do trabalho contemporâneo vem sofrendo significativas transformações, não apenas por causa da pandemia da Covid-19, mas com certeza potencializadas por ela. De acordo com o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre de 2022, a taxa de informalidade no mercado de trabalho chegou a 40,4% da população ocupada no Brasil. No Rio Grande do Sul esse número chegou a 41,1%. Desta forma, atingiu mais de 38 milhões de pessoas no país. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, quase 3 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. Este estudo é estruturado a partir dos pressupostos teóricos das categorias trabalho e trabalho precário, do trabalho e da teoria das representações sociais. O objetivo deste texto é compreender as representações sociais sobre o trabalho criadas e vivenciadas por jornalistas freelancers que trabalham em situação de informalidade e precariedade no Vale do Rio dos Sinos – RS. Os procedimentos metodológicos adotados para a realização da pesquisa foram: do ponto de vista da forma da abordagem do problema, optou-se pelo paradigma qualitativo; quanto aos seus objetivos, a pesquisa possui uma proposta descritiva e exploratória; como procedimento técnico foi produzida uma pesquisa de campo, a fim de analisar os depoimentos colhidos a partir dos fundamentos da Teoria das Representações Sociais foram utilizados os principais pressupostos da análise de conteúdo. A análise do trabalho foi feita a partir de três categorias, que são: a) O primeiro impacto: meu trabalho sem garantias; b) Será que sou jornalista? A identidade não conquistada; e c) Perspectivas futuras. A partir da divisão das categorias foi possível compreender os impactos da precarização do trabalho na vida dos indivíduos.
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