PRONTA-RESPOSTA DO EXÉRCITO BRASILEIRO À DESASTRES NATURAIS E OS ASPECTOS ESTRUTURAIS NO COMANDO MILITAR DA AMAZÔNIA

Contenido principal del artículo

Lucas Barreto Rodrigues
Marcos Vinícius Rodrigues Sant'Ana
Juvêncio Antônio Lobo
Paulo Cordeiro Azeredo

Resumen

O objetivo deste texto é apresentar o nível em que se encontra a evolução doutrinária e institucional do Exército Brasileiro para emprego em operações de resposta a desastres naturais, tendo como parâmetro a agenda internacional acerca das mudanças climáticas e respectivas movimentações de Forças Armadas de países do centro global. Para tal, baseando-se em bibliografia composta por autores e documento de Estado e organizações internacionais, o trabalho descreve a evolução internacional da agenda preocupada com os impactos das mudanças climáticas ao passo que localiza as movimentações das Forças Armadas de países do centro global acerca de sua composição especializada em ajuda humanitária destinada a resposta à eventos relativos às mudanças climáticas; em seguida, apresenta-se o contexto jurídico e organizacional sob o qual o Brasil estrutura seus meios de resposta a desastres naturais para localizar o Exército Brasileiro nesse esforço conjunto. Por fim, tomando como caso a aplicação dos meios militares do Comando Militar da Amazônia para suporte e atenção à populações atingidas por enchentes, avaliamos, comparativamente, os direcionamentos institucionais que expõem a aplicação de doutrina especializada na resposta a questões climáticas e ajuda humanitária derivada desse tipo de desastre. Os resultados e conclusões apresentam as direções que a agenda climática sugere aos Estados e norteia os parâmetros para comparar as doutrinas. No caso do Exército Brasileiro, a atenção empregada na criação de unidades especializadas nesse tipo de operação apresenta-se como embrionária e dependente de articulações quase improvisadas para atender emergências motivadas por desastres como enchentes na Amazônia Ocidental.

Detalles del artículo

Cómo citar
RODRIGUES, L. B.; SANT’ANA, M. V. R.; LOBO, J. A.; AZEREDO, P. C. PRONTA-RESPOSTA DO EXÉRCITO BRASILEIRO À DESASTRES NATURAIS E OS ASPECTOS ESTRUTURAIS NO COMANDO MILITAR DA AMAZÔNIA. Boletín de Coyuntura (BOCA), Boa Vista, v. 14, n. 42, p. 552–570, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.8041080. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/855. Acesso em: 27 nov. 2024.
Sección
Ensayos

Citas

ALCOFORADO, W.; MIRANDA NETO, M. “Força de Ajuda Humanitária: a geração da capacidade de resposta a desastres por parte do Exército Brasileiro”. Defesa Nacional, vol. 105 2018.

BRASIL. “Defesa Civil Nacional e Exército debatem parceria na resposta a desastres naturais”. Gov.br [2022]. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Planalto, 1988. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Decreto n. 11.065, de 06 de maio de 2022. Brasília: Planalto, 2022b. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Diretriz de Planejamento de Ações Subsidiárias do COTER. Brasília: Ministério da Defesa, 2014. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Lei Complementar n. 97, 09 de junho de 1999. Brasília: Planalto, 1999. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Lei n. 12.608, de 10 de abril de 2012. Brasília: Planalto, 2012. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Plano de Emprego das Forças Armadas em caso de desastres. Brasília: Ministério da Defesa, 2013. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Política Nacional de Defesa e Estratégia Nacional de Defesa. Brasília: Ministério da Defesa, 2012a. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

BRASIL. Protocolo de Ações entre o Ministério da Integração Nacional, Ministério da Defesa e Ministério da Saúde. Brasília: Ministério da Integração Regional, 2012b. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023

BRZOSKA, M. “Climate change and the military in China, Russia, the United Kingdom, and the United States”. Bulletin of the Atomic Scientists, vol. 68, n. 2, 2012.

BURGESS, J. P. The Routledge Handbook of New Security Studies. New York: Routledge, 2010.

BUSINARI, M. “Incêndio mais mortal do país faz 60 anos; historiador lembra como ‘escapou’”. UOL [2021]. Disponível em . Acesso em: 12/01/2023.

BUZAN, B.; WAEVER, O.; WILDE, J. Security: A new framework for analysis. London: Lynne Rienner Publishers, 1998.

CARNEIRO, C. L. A preparação de material de um batalhão de infantaria em operações de ajuda humanitária: desafios de logística de material enfrentados pela 14ª brigada de infantaria motorizada no estado de Santa Catarina (Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Militares). Rio de Janeiro: EsAO, 2020.

CARVALHO, C. “Tragédias como as da Bahia já ocorreram anteriormente no país; relembre as maiores”. O Globo [2021]. Disponível em . Acesso em: 12/06/2023.

CASAGRANDE, A. E.; SOUZA, E. B. C. “O espaço e a demografia: o planejamento regional em perspectiva nas margens paranaenses do Lago de Itaipu”. Sociedade e Território, vol. 24, n. 1, 2012.

CASTRO, E. “Urbanização, pluralidade e singularidades das cidades amazônicas”. In: CASTRO, E. (org.). Cidades na floresta. São Paulo: Editora Annablume, 2008.

CAVALCANTE, K. V. et al. “O extrativismo no século XXI: a castanha no Amazonas”. Anais do Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. Brasília: Ecoeco, 2011.

CUNHA, R. R. A atuação das Forças Armadas em operações de logística humanitária (Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Militares). Rio de Janeiro: EsAO, 2019.

ESPANHA. Ley Orgánica n. 5, de 17 de noviembre de 2005. Madrid: Boletín Oficial del Estado, 2005. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

EUA. Energy Supportability and Demand Reduction in Capability Development. Washington: Deputy Secretary of Defense, 2022. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

FERREIRA, L. F. T. “Os desafios às operações de logística na Amazônia: fricção no abastecimento de unidades de fronteira”. Revista Hoplos, vol. 4, n. 6, 2020.

FERREIRA, L.; CIEGLINSKI, A. “´Pior enchente´ do Rio de Janeiro completa 50 anos”. Empresa Brasileira de Comunicações [2016]. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

FRANCHI, T. Da conquista do inferno verde à proteção do paraíso tropical: o discurso militar brasileiro sobre a Amazônia no século XX (Tese de Doutorado em Desenvolvimento Sustentável). Brasília: UnB, 2013.

HEASLIP, G.; BARBER, E. “Using the military in disaster relief: systemising challenges and opportunities”. Journal of Humanitarian Logistics and Supply Chain Management, vol. 4, 2014.

JIMÉNEZ, R. X. V. “Las relaciones cívico-militares y la actuación de Fuerzas Armadas en apoyo a la gestión de riesgos”. Repositorio Universidad de las Fuerzas Armadas [2019]. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

KALDOR, M. “Velhas guerras, guerras frias, novas guerras e a guerra contra o terror”. Política Internacional, vol. 42, n. 4, 2005.

KOBIYAMA, M. et al. Prevenção de desastres naturais: conceitos básicos. Curitiba: Editora Organic Trading, 2006.

LAGO, A. Conferências de Desenvolvimento Sustentável. Brasília: FUNAG, 2013

LIMA, F. S. et al. “Clusters na cadeia de fornecimento humanitária: o centro conjunto de logística das Nações Unidas – UNJLC”. Anais do XXV Congresso de Pesquisa e Ensino em Transportes. Belo Horizonte: ANPET, 2011.

MAIA NETO, J. “O processo de transformação do exército brasileiro: um estudo sobre os reflexos da era do conhecimento”. Revista das Ciências Militares, n. 24, 2011.

MARGULIS, S. Mudanças do clima: tudo o que você queria e não queria saber. Rio de Janeiro: Konrad Adenauer Stiftung, 2020

MENDES, F. L.; SILVA, C. A. B.; SENHORAS, E. M. “O papel das igrejas e organizações religiosas na migração venezuelana em Roraima (2018-2022)”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 10, n. 30, 2022.

OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte. Strategic concept. Madrid: OTAN, 2022.

PAIM, R. A.; FRANCHI, T.; FRANÇA, R. L. “Operações de Garantia da Lei e da Ordem e de faixa de fronteira: breve análise do ordenamento jurídico atual”. Revista da Escola Superior de Guerra, vol. 34, n. 72, 2019.

PAIM, R. As contribuições do Exército nos processos de vivificação da Amazônia Brasileira (Tese de Doutorado em Ciências Militares). Rio de Janeiro: ECEME, 2020.

PESSINI, L.; SGANZERLA, A. “Evolução histórica e política das principais conferências mundiais da ONU sobre o clima e meio ambiente”. Revista Iberoamericana de Bioética, n. 1, 2016.

PLATONOW, V. “Petrópolis registrou 250 deslizamentos em 24 horas por causa da chuva”. Agência Brasil [2022]. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

PÖRTNER, H. O. et al. Climate Change 2022: Impacts, Adaptation and Vulnerability. Amisterdã: Summary for Policymakers, 2022.

SILVA, A. C. C. As cheias excepcionais e os impactos socioambientais na cidade de Tefé-AM (Dissertação de Mestrado em Geografia). Manaus: UFAM, 2018.

SILVA, S. H. Autopoiese nos agroecossistemas das Ilhas do Valha-me-Deus e Chaves–Juruti/PA (Tese de Doutorado em Ciências Agrárias). Manaus: UFAM, 2015.

SIMÕES, G.; CERÁVOLO, L. E. S.; FRANCHI, T. “A evolução da legislação sobre o refúgio no âmbito internacional, regional e nacional e seus impactos para a Operação Acolhida1”. A Defesa Nacional, n. 846, 2021.

SIMÕES, L. C.; FRANCHI, T. Operação Acolhida: um balanço do executado até 2019. Observatório Militar da Praia Vermelha [2022]. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

TRINDADE JÚNIOR, S. C.; TAVARES, M. G. C. Cidades Ribeirinhas na Amazônia–mudanças e permanências. Belém: Editora da UFPA, 2008.

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Atlas Digital de Desastres no Brasil. Florianópolis: UFSC: 2020. Disponível em: . Acesso em: 12/06/2023.

VALENCIO, N. “Desastres, ordem social e planejamento em defesa civil: o contexto brasileiro. Saúde e Sociedade”. Saúde e Sociedade, vol. 19, 2010.

VILLES, V. et al. “Água como bem econômico: dessalinização para o combate da escassez hídrica no agronegócio”. Multitemas, vol. 24, 2019.

WENDLING, K. C. S.; NASCIMENTO, F. L.; SENHORAS, E. M. “A crise migratória venezuelana”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 8, n. 24, 2021