DESCONFIANÇA PERANTE A DEMOCRACIA E AS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS NO RESULTADO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2018
Contenido principal del artículo
Resumen
Este artigo tem por objetivo analisar como a desconfiança de parcela significativa dos brasileiros tanto em suas instituições democráticas, quanto em relação à própria democracia, influenciou a eleição do presidente Jair Bolsonaro. Para isso, realizamos uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se das teorias institucionalistas e, especialmente, culturalistas. Assim, percebemos como possíveis fatores explicativos, por um lado, a recente democracia brasileira que conserva resquícios do passado ditatorial na sua cultura política. Por outro lado, as distorções entre o funcionamento das instituições democráticas, em um contexto de incentivo às “democracias delegativas”, que “orienta” parcela dos cidadãos a se identificar com lideranças carismáticas que se apresentam como outsiders dentro desse sistema político descreditado. No cenário em que os meios de comunicação tiveram papel central nas disputas eleitorais.
Detalles del artículo
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Copyright (c). Boletim de Coyuntura (BOCA)
Este obra está bajo una licencia de Creative Commons Reconocimiento 4.0 Internacional.
Citas
ABRANCHES, S. H. “O presidencialismo de coalizão: o dilema institucional brasileiro”. Dados: Revista de Ciências Sociais, vol. 3, n. 1, 1988.
ALMEIDA, C. A. A Cabeça do Brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Record, 2007.
ALMOND, G. A.; VERBA, S. The Civic Culture: political attitudes and democracy in five nations. Boston: Little Brown, 1965.
ALVES, M. “Campanha não oficial – A Rede Antipetista na eleição de 2014”. Revista Fronteiras – Estudos Midiáticos, vol. 19, n. 1, 2017.
BAQUERO, M. “Cultura política e processo eleitoral no brasil: o que há de novo?” Em Debate, vol. 2, n. 7, 2010.
BAQUERO, M. “Cultura política participativa e desconsolidação democrática: reflexões sobre o Brasil contemporâneo”. São Paulo em Perspectiva, vol. 15, n. 4, 2001.
BAQUERO, M. “Democracia formal, cultura política informal e capital social no Brasil”. Opinião Pública, vol. 14, n. 2, 2008.
BAQUERO, M.; PRÁ, J. R. A Democracia Brasileira e a Cultura Política no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007.
CHAIA, V. L. M; BRUGNAGO, F. “A nova polarização política nas eleições de 2014: Radicalização ideológica da direita no mundo contemporâneo do Facebook”. Aurora: Revista de Arte, Mídia e Política, vol. 7, n. 21, 2014.
CIOCCARI, D.; PERSICHETTI, S. “Armas, ódio, medo e espetáculo em Jair Bolsonaro”. Revista Alterjor, vol. 18, n. 2, 2018.
DI CARLO, J.; KAMRADT, J. “Bolsonaro e a Cultura do Politicamente Incorreto na Política Brasileira”. Revista Teoria e Cultura, vol. 13, n. 2, 2018.
FIACADORI, G.; LERNER, C.; DE MIRANDA PINTO, R. “A. Lula na cadeia: eu fui! - uma análise comparativa do conteúdo das páginas do Movimento Brasil Livre, Movimento Contra Corrupção e VemPraRua no Facebook”. Anais do 42º Encontro Anual da Anpocs. Caxambu: Anpocs, 2018.
FUKUYAMA, F. “Capital Social”. In: HARRISON, L.; HUNTINGTON, S. P. (orgs.) A Cultura Importa: os Valores que Definem o Progresso Humano. Rio de Janeiro: Editora Record, 2002.
GOYA, D. H.; FIACADORI, G.; SANTOS, P. D. “A polarização ideológica no Twitter: um estudo sobre as redes de retweets durante as eleições presidenciais de 2018”. Compolítica, n. 8, 2018.
MELLO, P. C. “Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”. Folha de São Paulo [18/10/2018]. Disponível em: <https://www.folha.uol.com.br>. Acesso em: 10/02/2019.
MOISÉS, J. A. “A desconfiança nas instituições democráticas”. Opinião Pública, vol. 11, n. 1, 2015.
MOISES, J. A. “Cultura Política, Instituições e Democracia: Lições da Experiência Brasileira”. In: MOISÉS, J. Á. (org.) Democracia e Desconfiança. Por que os cidadãos desconfiam das instituições públicas? São Paulo: Edusp, 2010.
MOISÉS, J. A. “Cultura política: crítica ao funcionamento das instituições”. Informações Cedec, n. 4, junho, 1990.
MOISES, J. A. “Dilemas da consolidação democrática no Brasil”. Lua Nova, n. 16, março, 1989.
MOISÉS, J. A. Os brasileiros e a democracia: bases sociopolíticas da legitimidade democrática. São Paulo: Ática, 1995.
NASCIMENTO, D. A.; NEVES, I. B. S. “Contradições do discurso político entre a liberdade de expressão e o ódio”. Revista Profanações, n. 1, janeiro/julho, 2017.
O’DONNELL, G. A. “Democracia Delegativa?” Novos Estudos CEBRAP, n. 31, 1991.
PENTEADO, C. L. C; LERNER, C. “A direita na rede: mobilização online no impeachment de Dilma Rousseff”. Em Debate, vol. 10, n. 1, 2018.
PESCHARD, J. La Cultura Política Democrática. Ciudad de México: Instituto Federal Electoral, 2001.
PUTNAM, R. D. Comunidade e Democracia: a experiência da Itália moderna. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006.
REZENDE, R. “Jair Bolsonaro, populismo de derecha y fin de ciclo político”. Revista Política Latinoamericana, n. 7, dezembro, 2018.
SILVA, J. C. G. A democracia brasileira entre cultura e instituições: teorias e argumentos em perspectiva comparada (Tese de Doutorado em Ciência Política). Recife: UFPE, 2012.
SILVA, R. “Democracia Delegativa ou Vicissitudes da Transição?”. Revista de Sociologia e Política, n. 4-0, dezembro, 1995.
SILVEIRA, A. “América Latina: o ocaso da esperança? Brasil em evidência”. Rebela, vol. 6, n. 1, 2016.
TATAGIBA, L. “Entre as ruas e as instituições: os protestos e o impeachment de Dilma Rouseff”. Lusotopie, vol. 17, n. 1, 2018.