WOMEN’S RESPONSIBILITY FOR CARE WITH THE AUTISTIC SON: HISTORICAL AND DISCURSIVE FACTORS
Main Article Content
Abstract
The inclusion of autistic people in regular schools, made possible by Law No. 12,764, of December 27, 2012, has provoked a series of new reflections by education professionals. An issue that draws our attention is the maternal role in care for children with autism spectrum disorder (ASD), observed by the massive presence of mothers in the various spaces occupied by this group, including the school. This observation is reinforced by its occurrence in research in the most diverse areas, such as languages, education and health, as well as by its dissemination in media pieces. In this text, we aim to delve into the historical roots of this process of making women responsible for caring for autistic people, whether in the family or professional context. Theoretically, this movement will be carried out through Foucauldian Discursive Studies. Within this aspect, using archaeogenealogical methodology, we problematize the conception, still accepted by many people, that women have a “natural talent” for caring for others and their consequent responsibility for caring for their autistic children. To this end, we focus on two Enunciative Series (ESs) of the documentary “Autismo vida real”, regularities and dispersions that point to the subjectification of women. In the interweaving of the different social roles played by women, throughout history, in different conditions of possibility, we identified, as a result of our analysis, powers that want to be exercised over women and the family structure. We conclude, based on these results, that there is a social framework, historically constructed, to make women responsible for care, including for people with autism, who require special attention.
Article Details
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Copyright (c). Conjuncture Bulletin (BOCA)
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
References
BADINTER, E. Um Amor conquistado: o mito do amor materno. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1985.
BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Planalto, 1996. Disponível em: . Acesso em: 01/09/2023.
BRASIL. Lei n. 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Brasília: Planalto, 2012. Disponível em: . Acesso em: 01/09/2023.
BRASIL. Nota técnica n. 24, de 21 de março de 2013. Brasília: Ministério da Educação, 2013. Disponível em: . Acesso em: 01/09/2023.
FEDERICI, S. O patriarcado do salário: notas sobre Marx, gênero e feminismo. São Paulo: Editora Boitempo, 2021.
FOUCAULT, M. “Poder e saber”. In: MOTTA, M. B. (org.). Michel Foucault: estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2006.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2008a.
FOUCAULT, M. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1999.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
FREYRE, G. Casa-grande e senzala. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001.
LACERDA, L. Transtorno do espectro autista: uma brevíssima introdução. Curitiba: Editora CRV, 2017.
NASCIMENTO, G. S. R. Método de alfabetização para alunos autistas (MAPA): alternativa da clínica-escola do autista (Dissertação de Mestrado Profissional em Diversidade e Inclusão). Niterói: UFF, 2016.
NAVARRO, P. “Estudos discursivos foucaultianos: questões de método para análise de discursos”. Revista Estudos Linguísticos, vol. 1, 2020.
NAVARRO, P. “Por uma análise arqueogenealógica do discurso”. In: BARONAS, R. L. (org.). Estudos discursivos à brasileira: uma introdução. Campinas: Editora Pontes, 2015.
NAVARRO, P. “Práticas discursivas de subjetivação: dispositivos de análise”. In: PIOVEZANI, C. et al. (orgs.). Discurso, semiologia e história. São Carlos: Editora Claraluz, 2011.
PINTO, R. N. M. et al. “Autismo infantil: impacto do diagnóstico e repercussões nas relações familiares”. Revista Gaúcha de Enfermagem, vol. 37, 2016.
RIVIÈRES-PIGEON, C. Le travail domestique et de soin réalisé par les mères et les pères d’enfants présentant un trouble du spectre de l’autisme (TSA) au Québec. Québec: IREF, 2016.
RODRIGUES, L. L. G. C. et al. “Do presente ao futuro: a mulher na ciência brasileira”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 7, n. 21, 2021.
SANTOS, N. M. et al. “Female entrepreneurship in Brazil: how scientific literature shapes the sociocultural construction of gender inequalities”. Humanities and Social Sciences Communications, n. 360, 2022.
SCHUH, T. J.; SILVA, M. G. “Divisão sexual do trabalho: uma análise da exploração histórica do trabalho feminino e sua manifestação no Brasil”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 5, n. 14, 2021.
SEPERAK VIERA, R. A. “Influencia de la resiliencia en la sobrecarga subjetiva de madres de niños con trastorno de espectro autista”. Revista de Psicología, vol. 6, n. 1, 2018.
TELLES, C. M. A. Autismo: um acontecimento discursivo (Tese de Doutorado em Linguística). São Carlos: UFSCar, 2016.