PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA OBESIDADE INFANTIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Miriam de Andrade Brandão
Janaína Lúcio Dantas
Mariana Pôrto Zambon

Resumo

A obesidade infantil é um problema de saúde pública que tem adquirido proporções crescentes no mundo, elevando as taxas de morbimortalidade em crianças pré-escolares, principalmente na faixa etária de 2 a 5 anos. Diante desse contexto, surge a necessidade da identificação dos fatores de risco que possam estar associados com o evento, assim como a identificação da prevalência média de casos já existentes. Objetivo: identificar a prevalência e fatores de risco da obesidade infantil desde o período gestacional até a faixa etária dos 5 anos. Método: Trata-se de uma revisão sistemática com meta- análise. Foram pesquisados nas fontes Web of Science, PubMed, Scopus e Embase entre o período de outubro e dezembro de 2022. Foi  realizado análise de risco de viés usando o software OBS versão 9,0 e estatística com uso do software R 4.0. A construção da questão de pesquisa foi feita pelo formato PICOT, (P) população na faixa etária entre 0 e 5 anos, (I) saúde da criança, (C) não houve grupo de comparação, (O) o impacto na saúde das crianças, (T) sem período pré-estabelecido. Para gerenciamento dos resultados foi utilizado o EndNote, para exclusão dos artigos duplicados, posteriormente o programa Rayyan QCRI® para seleção dos textos. Resultados: Inicialmente foram encontrados 6.229 estudos, 14 atenderam aos critérios de elegibilidade. Com a análise conjunta dos estudos, foi possível verificar uma Odds ratio de 5% para obesidade significativa, com intervalo de confiança entre 4% e 7%. Os resultados indicam que entre as causas, estão os fatores genéticos, disfunções endócrinas e o estilo de vida, o qual inclui a alimentação desbalanceada e a falta de atividades físicas, sendo a prevalência maior entre as meninas na faixa etária.  Conclusão: Vários fatores de risco estão positivamente associados com o desenvolvimento de obesidade infantil o que incita a uma necessidade considerável de implementação de estratégias preventivas, devido a existência de muitas das evidências serem inconclusivas até o momento, pois muitos estudos citam fatores culturais, que estão vinculados aos hábitos alimentares, como um dos motivos da obesidade infantil e por isso estudos mais controlados devem ser realizados para que tenhamos dados mais conclusivos para que medidas de intervenção sejam realizadas de forma mais específica. Assim sugere-se que futuros estudos possam ser realizados levando em consideração o fator cultural na alimentação.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
BRANDÃO, M. de A.; DANTAS, J. L. .; ZAMBON, M. P. PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCO PARA OBESIDADE INFANTIL: REVISÃO SISTEMÁTICA E META-ANÁLISE. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 13, n. 38, p. 161–176, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.7679066. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/941. Acesso em: 9 maio. 2024.
Seção
Artigos

Referências

AGUILAR CORDERO, M. J. et al. “Obesity in a school children population from Granada: assessment of the efficacy of an educational intervention”. Nutrición Hospitalaria, vol. 26, n. 3, 2011.

ANDRIANI, H. “Birth weight and childhood obesity: effect modification by residence and household wealth”. Emerging Themes in Epidemiology, vol. 18, n. 1, 2021.

BRAVO-SAQUICELA, D. M. et al. “Has the Prevalence of Childhood Obesity in Spain Plateaued? A Systematic Review and Meta-Analysis”. International Journal of Environmental Research and Public Health, vol. 19, n. 9, 2022.

BROCCOLI, S. et al. “Early life weight patterns and risk of obesity at 5 years: A population-based cohort study”. Preventive Medicine, vol. 134, 2020.

CHEN, J. et al. “Trends and Prevalence of Overweight and Obesity among Children Aged 2-7 Years from 2011 to 2017 in Xiamen, China”. Obesity Facts, vol. 12, n. 4, 2019.

CHENYANG, W. et al. “Associations between Fast-Food Restaurants Surrounding Kindergartens and Childhood Obesity: Evidence from China”. International Journal of Environmental Research and Public Health, vol. 18, n. 17, 2021.

DOWNS, B. N. “The feasibility of creating a checklist for the assessment of the methodological quality both of randomised and non-randomised studies of health care interventions”. Journal Epidemiol Community Health, [s. n.], 1998.

FAITH, M. S. et al. “Association of Infant Temperament with Subsequent Obesity in Young Children of Mothers with Gestational Diabetes Mellitus”. JAMA Pediatrics, vol. 173, n. 5, 2019.

FERREIRA, A. P. S. Medidas de excesso de peso e obesidade e fatores associados na população adulta brasileira: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013 e 2019. 2021 (Tese de Doutorado em Ciências). Rio de Janeiro: FGV, 2021.

GARRIDO-MIGUEL, M. et al. “Prevalence and trends of overweight and obesity in European children from 1999 to 2016: a systematic review and meta-analysis”. JAMA Pediatrics, vol. 173, n. 10, 2019.

HEINZ, C. et al “Prevalência de excesso de peso infantil no Brasil: sistemática”. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, vol. 11, n. 5, 2022.

MARTIN, C. L. et al. “Maternal lipid levels during pregnancy and child weight status at three years of age”. Pediatric Obesity, vol. 14, n. 4, 2019.

MASON, K. E. et al. “Impact of cuts to local government spending on Sure Start children’s centres on childhood obesity in England: a longitudinal ecological study”. Journal Epidemiology Community Health, vol. 75, n. 9, 2021.

MITRA, S. et al. “A Community-Based Survey of Household Food Insecurity and Associated Sociodemographic Factors among 2-6 Years Old Children in the Southeast of Iran”. Nutrients, vol. 13, n. 2, 2021.

MOHER, D.; LIBERATI, A.; TETZLAFF, J, A. D. “Preferred reporting items for systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement”. PLoS Med, vol. 6, n. 7, 2009.

MUNIZ, R. V. et al. Projeto de intervenção para abordagem da hipertensão arterial e diabetes mellitus na Estratégia Saúde da Família Albertina Dias de Sousa Cabo Verde, Minas Gerais (Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Gestão do Cuidado em Saúde da Família). Campos Gerais: UFMG, 2020.

PEDRAZA, D. F. et al. “Estado nutricional e hábitos alimentares de escolares de Campina Grande, Paraíba, Brasil”. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 22, 2017.

ROCHA, S. G. M. O. et al. “Environmental, socioeconomic, maternal, and breastfeeding factors associated with childhood overweight and obesity in Ceará, Brazil: A population-based study”. International Journal of Environmental Research and Public Health, vol. 17, n. 5, 2020.

ROSSI, C. E. et al. “Fatores associados ao consumo alimentar na escola e ao sobrepeso/obesidade de escolares de 7-10 anos de Santa Catarina, Brasil”. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 24, 2019.

ROY, M. et al. “Bedtime, body mass index and obesity risk in preschool-aged children”. Pediatric Obesity, vol. 15, n. 9, 2020.

SHEKAR, M.; POPKIN, B. (eds.). Obesity: health and economic consequences of an impending global challenge. Washington: World Bank Publications, 2020.

SIMÃO, M. C. S. A. et al. “Aumento da obesidade em crianças e adolescentes: risco de complicações cardíacas futuras”. Revista Eletrônica Acervo Saúde, n. 57, 2020.

SSERWANJA, Q. et al. “Factors associated with childhood overweight and obesity in Uganda: a national survey”. BMC Public Health, vol. 21, n. 1, 2021.

WANG, Q. et al. “Explorações sobre perfis de risco para sobrepeso e obesidade em 9.501 crianças em idade pré-escolar”. Obesity Research and Clinical Practice, vol. 16, n. 2, 2022.

ZIAUDDEEN, N. et al. “Predicting the risk of childhood overweight and obesity at 4-5 years using population-level pregnancy and early-life healthcare data”. BMC Medicine, vol. 18, n. 1, 2020.