CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO, PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO E VALOR DE MERCADO: EVIDÊNCIAS DO MERCADO BRASILEIRO
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
A adoção de estratégias de planejamento tributário constitui um elemento central na gestão corporativa, porém expõe as organizações a conflitos de agência e riscos significativos quando conduzida de forma agressiva. Diante da escassez de evidências em mercados emergentes, este estudo examina em que medida as características do conselho de administração afetam o nível de agressividade fiscal e o valor de mercado de empresas brasileiras de capital aberto. A pesquisa utiliza dados de painel com modelagens econométricas que relacionam atributos do conselho — independência, diversidade de gênero, dualidade do CEO, tamanho e board interlocking — a indicadores de redução de carga tributária e desempenho de mercado. Os resultados apontam que a independência e a diversidade do conselho exercem papel moderador, reduzindo a probabilidade de adoção de estratégias fiscais agressivas. Em contraste, conselhos pouco diversos e com concentração de autoridade executiva apresentam maior inclinação a práticas de elisão avançada. Além disso, verificou-se que a agressividade fiscal não promove aumentos sistemáticos no valor de mercado, sugerindo que benefícios tributários podem ser neutralizados por riscos legais e reputacionais. Conclui-se que conselhos mais estruturados e heterogêneos contribuem tanto para maior conformidade tributária quanto para preservação do valor corporativo no longo prazo. As evidências reforçam a importância de políticas de governança que ampliem a qualidade do monitoramento e o alinhamento entre práticas fiscais e geração sustentável de valor.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos autorais (c) . 
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Referências
ADAMS, R.; FERREIRA, D. “Women in the boardroom and their impact on governance and performance”. Journal of Financial Economics, vol. 94, n. 2, 2009.
AGUILERA, R. V. et al. “Corporate governance and institutional diversity”. Journal of Management, vol. 107, 2019.
ALMEIDA, H.; CAMPELLO, M. “Financial constraints, asset tangibility, and corporate investment”. Review of Financial Studies, vol. 20, n. 5, 2007.
ARMSTRONG, C. S. et al. “Corporate governance, incentives, and tax avoidance”. Journal of Accounting and Economics, vol. 60, 2015.
BARNEY, J. B. “Firm resources and sustained competitive Advantage”. Journal of Management, vol. 17, 1991.
BEBCHUK, L.; WEISBACH, M. “The state of corporate governance research”. Review of Financial Studies, vol. 23, 2010.
BENNOURI, M. et al. “Gender-diverse boards and performance”. Journal of Business Ethics, vol. 23, 2018.
BLACK, B.; JANG, H.; KIM, W. “Does corporate governance predict firms’ market values?” Journal of Law, Economics, and Organization, vol. 22, n. 2, 2006.
BRAITHWAITE, J. Markets in Vice, Markets in Virtue. New York: Oxford University Press, 2005.
BRICK, I. E.; CHIDAMBARAM, N. “Board monitoring and CEO compensation”. Journal of Corporate Finance, vol. 15, 2010.
BROWN, J.; VRIES, T.; THOMPSON, A. “Tax governance: corporate oversight and tax risk”. Accounting Review, vol. 21, 2018.
CAI, J.; SEVILIR, M.; XIE, J. “Board interlocks and corporate innovation”. Journal of Financial Economics, vol. 24, 2019.
CARTER, D. A.; SIMKINS, B.; SIMPSON, W. G. “Corporate governance, board diversity, and firm value”. Financial Review, vol. 38, 2003.
CHAN, K. H.; LIN, K. Z.; MO, P. “Will a departure from tax neutrality enhance shareholder wealth?” Journal of Accounting and Public Policy, vol. 18, 2010.
CHEN, S. et al. “Corporate tax aggressiveness and firm valuation”. Contemporary Accounting Research, vol. 6, 2019.
COLES, J.; DANIEL, N.; NAVEEN, L. “Boards: Does one size fit all?” Journal of Financial Economics, vol. 87, 2008.
CUMMING, D. et al. “Corporate governance and tax avoidance”. Journal of Banking & Finance, vol. 18, 2017.
DAHYA, J.; DIMITROV, O.; MCCONNELL, J. “Board independence and firm performance”. Journal of Financial Economics, vol. 4, 2008.
DANG, C.; LI, F.; YANG, C. “Measuring firm size”. Review of Finance, vol. 86, 2018.
DESAI, M.; DHARMAPALA, D. “Corporate tax avoidance and firm value”. Journal of Financial Economics, 2009.
DESAI, M.; DHARMAPALA, D. “Taxation and corporate Governance”. Review of Economics and Statistics, vol. 91, 2006.
DYRENG, S.; HANLON, M.; MAYDEW, E. “Long-run corporate tax avoidance”. The Accounting Review, vol. 81, 2008.
FALEYE, O. et al. “Classified boards and firm behavior”. Management Science, vol. 23, 2022.
FAMA, E.; FRENCH, K. “Taxes, financing decisions, and firm value”. Journal of Finance, vol. 53, 1998.
FAMA, E.; FRENCH, K. “The cross-section of expected stock returns”. Journal of Finance, vol. 47, 1992.
FAMA, E.; JENSEN, M. “Separation of ownership and control”. Journal of Law and Economics, vol. 26, 1983.
FERREIRA, M.; MATOS, P. “Board interlocks and shareholder monitoring”. Journal of Financial Economics, vol. 16, 2008.
GARCÍA-MECA, E.; GARCÍA-SÁNCHEZ, I.; MARTÍNEZ-FERRERO, J. “Board diversity and CSR”. Journal of Business Ethics, vol. 24, 2015.
GOMPERS, P.; ISHII, J.; METRICK, A. “Corporate governance and equity prices”. Quarterly Journal of Economics, vol. 18, 2003.
GRAHAM, J. “Tax shields and firm value”. Journal of Finance, vol. 17, 2008.
GRAHAM, J.; LEARY, M. “Capital structure”. Annual Review of Financial Economics, vol. 3, 2011.
HANLON, M.; HEITZMAN, S. “A review of tax research”. Journal of Accounting and Economics, vol. 50, 2010.
HUANG, S. et al. “Board size and monitoring role”. Corporate Governance International Journal, vol. 27, 2021.
JENSEN, M. “Agency costs of free cash flow”. American Economic Review, vol. 76, 1986.
JENSEN, M.; MECKLING, W. “Theory of the firm”. Journal of Financial Economics, vol. 3, 1976.
KIM, J.; LU, Y. “CEO Ownership, governance and tax aggressiveness”. Journal of Financial Economics, vol. 24, 2011.
KRAUSE, R.; SEMADENI, M.; CANNELLA, A. “CEO duality”. Academy of Management Journal, vol. 40, 2014.
LANIS, R.; RICHARDSON, G. “Corporate social responsibility and tax aggressiveness”. Journal of Accounting and Public Policy, vol. 31, 2011.
LARCKER, D.; TAYAN, B. Corporate Governance Matters. Redwood City: Stanford University Press, 2020.
MARTINEZ, A.; RAMALHO, G. “Governança e planejamento tributário no Brasil”. Revista Contabilidade e Finanças, vol. 11, 2014.
MARTINEZ, A.; REGO, S. “Governança no Brasil”. Revista de Administração de Empresas, vol. 12, 2010.
PENROSE, E. The Theory of the Growth of the Firm. New York: Oxford University Press, 1959.
PORTA, R. et al. “Law and finance”. Journal of Political Economy, vol. 106, 1998.
POST, C.; BYRON, K. “Women on boards and firm performance”. Academy of Management Journal, vol. 13, 2015.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R.; JAFFE, J. Corporate Finance. London: McGraw-Hill Education, 2018.
SABBAG, R. Planejamento Tributário. São Paulo: Editora Atlas, 2019.
SCHOUERI, L. Direito Tributário. São Paulo: Editora Saraiva, 2018.
SILA, V.; GONZALEZ, A.; HAGENDORFF, J. “Women on board and risk”. Journal of Corporate Finance, vol. 36, 2016.
SIMONE, L.; MILLS, L.; STOMBERG, B. “Tax risk and reporting transparency”. The Accounting Review, vol. 12, 2020.
TERJESEN, S.; COUTO, E.; FRANCISCO, P. “Women on boards and firm governance”. Corporate Governance: An International Review, vol. 26, 2016.
TITMAN, S.; WESSELS, R. “Determinants of capital structure”. Journal of Finance, vol. 43, 1988.
WILSON, R. “Aggressive tax positions”. The Accounting Review, vol. 28, 2009.
WOOLDRIDGE, J. Econometric Analysis of Cross Section and Panel Data. London: MIT Press, 2010.
YERMACK, D. “Higher market valuation of firms with a small board”. Journal of Financial Economics, vol. 40, 1996.
ZONA, F.; GOMEZ-MEJIA, L.; WITHERS, M. “Board Interlocks”. Academy of Management Annals, vol. 44, 2018.