CORRELAÇÃO ENTRE A EXPERIÊNCIA PSICODÉLICA INDUZIDA POR REALIDADE VIRTUAL E A FLEXIBILIDADE COGNITIVA DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
A rigidez cognitiva pode comprometer a adaptação comportamental, reduzir a criatividade e dificultar a resolução de problemas, representando um fator de vulnerabilidade psicológica. Considerando o potencial das experiências psicodélicas para ampliar a flexibilidade cognitiva, o presente estudo teve como objetivo investigar a relação entre a experiência psicodélica induzida por realidade virtual (RV) e a flexibilidade cognitiva em estudantes universitários do Centro Universitário FACENS. Foram coletados dados primários por meio do Questionário de Estados de Consciência (SoCQ), do Teste Torre de Londres (ToL), do Teste de Stroop e de uma entrevista semidirigida. Dez voluntários foram avaliados em duas condições distintas de realidade virtual (RV): uma condição controle e uma condição psicodélica, permitindo comparar alterações cognitivas e subjetivas entre os dois momentos. Os resultados indicaram que, no SoCQ, a maioria dos participantes apresentou redução dos escores após a condição psicodélica, embora os relatos qualitativos tenham descrito percepções visuais intensas. O ToL revelou tendência à significância estatística, com melhora em planejamento e solução de problemas, enquanto o Stroop apresentou melhora em parte dos casos, sem significância estatística. Tais achados sugerem que a experiência psicodélica em RV pode favorecer a flexibilidade cognitiva, ainda que não reproduza integralmente os efeitos das substâncias psicodélicas clássicas. O estudo também aponta que instrumentos criados para contextos farmacológicos, como o SoCQ, podem não captar plenamente vivências em RV. Conclui-se que a RV psicodélica representa uma ferramenta não farmacológica promissora para investigar a cognição e os estados de consciência.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos autorais (c) . 
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Referências
BARROS, R. S. et al. “Viabilidade do tratamento comunitário na américa latina: perspectivas inovadoras para o cuidado de pessoas em sofrimento social”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 18, n. 54, 2024.
BRIZZI, G. et al. “Cyberdelics: Virtual reality hallucinations modulate cognitive-affective processes”. Dialogues in Clinical Neuroscience, vol. 27, n. 1, 2025.
CARHART-HARRIS, R. L. et al. “REBUS and the Anarchic Brain: Toward a Unified Model of the Brain Action of Psychedelics”. Pharmacological Reviews, vol. 71, n. 3, 2019.
CASTRO, S. L. et al. “Teste Stroop Neuropsicológico em Português”. Portal Eletrônico da Universidade do Porto [2009]. Disponível em: . Acesso em: 03/09/2025.
DEBIASI, N. S. F. Um estudo de associação entre sintomas de déficit de atenção/hiperatividade e medidas neuropsicológicas de flexibilidade cognitiva e atenção seletiva em crianças (Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Psicologia). Porto Alegre: UFRGS, 2013.
GRECCO, C et al. “Virtual psychedelics increase brain entropy and promote perceptual flexibility: Insights from immersive hallucination-like experiences”. Consciousness and Cognition, vol. 125, 2025.
GRECO, A. et al. “Increased Entropic Brain Dynamics during DeepDream-Induced Altered Perceptual Phenomenology”. Entropy, vol. 23, n. 7, 2021.
GRIFFITHS, R. R. et al. “Psilocybin can occasion mystical-type experiences having substantial and sustained personal meaning and spiritual significance”. Psychopharmacology, vol. 187, n. 3, 2006.
HAYES, S. C. et al. “Terapia de aceitação e compromisso: modelo, processos e resultados”. Behaviour Research and Therapy, vol. 44, n. 1, 2006.
HAYES-SKELTON, S. et al. “Decentering as a common link among mindfulness, cognitive reappraisal, and social anxiety”. Behavioural and Cognitive Psychotherapy, vol. 41, 28, 2013.
HEIMERL, F. et al . “Word Cloud Explorer: Text Analytics Based on Word Clouds”. 47th Hawaii International Conference on System Sciences. Waikoloa: IEEE, 2014.
JATOBÁ, J. C. Efeitos da ayahuasca sobre a cognição: uma revisão sistemática de estudos em humanos (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Biomedicina). Uberlândia: UFU, 2022.
JOHNKO, C. et al. “The influence of cognitive flexibility on treatment outcome and cognitive restructuring skill acquisition during cognitive behavioural treatment for anxiety and depression in older adults: results of a pilot study”. Behaviour Research and Therapy, vol. 57, 55, 2014.
KAELEN, M. et al. “O terapeuta oculto: evidências do papel central da música na terapia psicodélica. Psicofarmacologia, vol. 235, n. 2, 2018.
KELMENDI, B. et al. “Psychedelics”. Current biology: CB, vol. 32, 2022.
LEITE, J. C. L. et al. “Análise psicométrica da Escala Medo da COVID-19 em professores do ensino superior”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 21, n. 62, 2025.
LIMA, L. T. et al. “Saberes docentes e identidade profissional: contribuições de um mestrado profissional na formação de professores”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 65, 2025.
LUPPI, A. I et al. “O LSD altera a integração dinâmica e a segregação no cérebro humano”. NeuroImagem, vol. 227, 2021.
MATUMOTO, P. A. et al. “Avaliação das funções atentivas e flexibilidade mental em dependentes químicos”. Psicologia: Reflexão e Crítica, vol. 26, 2013.
NICHOLS, D. E. “Psychedelics”. Pharmacological Reviews, vol. 68, n. 2, 2016.
PAHNKE, WN. Drugs and Mysticism – An analysis of the relationship between Psychedelic Drugs and the Mystical Consciousness (Thesis Degrees in History and Philosophy of Religion). Cambridge: Harvard University, 1963.
PAULA, P. et al. Realidade virtual na prática de mindfulness em psicoterapia: uma revisão narrativa. Revista Brasileira de Psicologia da Saúde, vol. 13, n. 2, p. 89–104, 2021.
PRELLER, K. H. et al. “Phenomenology, Structure, and Dynamic of Psychedelic States”. Current Topics in Behavioral Neurosciences, vol. 36, 221, 2017.
RASTELLI, C. et al. “Simulated visual hallucinations in virtual reality enhance cognitive flexibility”. Scientific Reports, vol. 12, 2022.
REIS, C. M. “Pandemia e confinamento: o trabalho conectado em tempo integral”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 10, n. 28, 2021.
ROCHA, M. et al. “O desencadeamento da ansiedade e da depressão no âmbito acadêmico: uma revisão de literatura”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 8, n. 24, 2021.
SANTOS, L. A. et al. “Da teoria à métrica: um modelo de avaliação de desempenho para organizações estratégicas”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 67, 2025.
SCHENBERG, E. E. et al. „Tradução e adaptação cultural do States of Consciousness Questionnaire (SoCQ) e validação estatística do Mystical Experience Questionnaire (SOCQ-30) em português do Brasil”. Revista Portuguesa de Psiquiatria e Psicologia Clínica, vol. 43, n. 3, 2017.
SERPA, A. L. O. et al. SAFE – Torre de Londres (SAFE-TOL-BR): manual técnico. São Paulo: Vetor Editora, 2023.
SHALLICE, T. “Specific impairments of planning”. Philosophical Transactions of the Royal Society of London. Biological Sciences, vol. 298, n. 1089, 1982.
STENBÆK, D. S et al. “Brain serotonin 2A receptor binding predicts subjective temporal and mystical effects of psilocybin in healthy humans”. Journal of Psychopharmacology, vol. 35, n. 4, 2021.
SUZUKI, K. et al. “A Deep-Dream Virtual Reality Platform for Studying Altered Perceptual Phenomenology”. Scientific Reports, vol. 7, 2017.
UDDIN, L. Q. “Cognitive and behavioural flexibility: neural mechanisms and clinical considerations”. Nature Reviews Neuroscience, vol. 22, 2021.
WORDCLOUDS.COM. “Free online wordcloud generator and tag cloud creator”. Wordclouds.com [2025]. Disponível em: . Acesso em: 12/09/2025.
YU, Z. et al. “Alterations in brain network connectivity and subjective experience induced by psychedelics: a scoping review”. Frontiers in Psychiatry, vol. 15, 2024.