RACISMO NO ENSINO SUPERIOR: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ESTUDANTES NEGROS
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Resumo
O estudo teve como objetivo identificar as representações sociais de universitários(as) negros(as) sobre o racismo no ensino superior. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória e qualitativa, fundamentada na Teoria das Representações Sociais, com abordagem estrutural. Participaram 52 estudantes autodeclarados(as) negros(as) dos cursos de graduação e pós-graduação em Enfermagem de uma Universidade Federal localizada no estado do Rio Grande do Sul. Os dados primários foram coletados por meio de um questionário estruturado e da técnica de evocações livres a partir do termo indutor “racismo no ensino superior”, registradas com o uso da plataforma OpenEvoc. A coleta foi viabilizada por meio da leitura de QR Code divulgado em mídias sociais, cartazes e visitas em salas de aula. A análise envolveu a padronização das evocações, elaboração de um dicionário de termos e construção do quadro de quatro casas no OpenEvoc, considerando frequência e ordem média de evocação. O corpus da pesquisa resultou em 253 palavras, sendo o núcleo central composto por: preconceito, inaceitável, discriminação, desigualdade e medo. A primeira periferia apresentou os termos: assédio, tristeza, velado, crime, solidão e exclusão. A zona de contraste incluiu: vergonha, sofrimento, evasão e cotas; enquanto a segunda periferia destacou a palavra luta. Conclui-se que as representações revelam que o racismo é percebido como frequente, gerando sentimentos de medo, tristeza e solidão, com impacto direto na permanência acadêmica. Apesar das ações afirmativas, persistem barreiras significativas à permanência de estudantes negros(as) no ensino superior, associadas à discriminação, ao preconceito e ao assédio velado. Recomenda-se a ampliação de políticas institucionais de combate ao racismo e o fortalecimento de ações de acolhimento, permanência e representatividade no ambiente acadêmico.
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