JEAN-JACQUES ROUSSEAU: DA NEGAÇÃO DO TEATRO DE CLASSE À ACEITAÇÃO DA FESTA PÚBLICA
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Resumo
A discussão sobre a instalação de uma companhia de teatro em Genebra do século XVIII é um tema importante para a filosofia moderna e contemporânea, sobretudo por sua relação com a cultura e a arte. Este estudo tem como objetivo analisar os motivos e argumentos que levaram o filósofo Jean-Jacques Rousseau a defender a república de Genebra dos efeitos nocivos do teatro e consentir a festa pública, alegando uma possibilidade de cultivo do sentimento cívico dos cidadãos. Metodologicamente, a pesquisa configura-se como um estudo empírico de natureza descritiva, adotando o método teórico-dedutivo e o procedimento de revisão bibliográfica para o levantamento dos dados. Para a análise e interpretação desses dados, utilizou-se uma abordagem qualitativa, empregando o método hermenêutica, com o objetivo de extrair significados, relações e contextos presentes nos textos pesquisados. Inspirando-se nas contribuições teóricas de Fairclough e van Dijk, o estudo realizou um exame crítico das obras de Jean-Jacques Rousseau, com ênfase em textos como a Carta a d’Alembert sobre os espetáculos, bem como em comentários de autores contemporâneos. A investigação resultou na definição da proposta das festas cívicas defendida por Rousseau, inserida na contemporaneidade, resgatando as relações humanas, sem os luxos excessivos de um espetáculo teatral. Conclui-se que a implantação de alguns espetáculos poderá desencadear o gosto pelo luxo exacerbado, optando, dessa forma, pelas festas cívicas, onde o cidadão é uno, livre e selando a união tão necessária na sociedade.
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