DA EXPLORAÇÃO À FLEXIBILIZAÇÃO: UMA ANÁLISE ONTOLÓGICA E HISTÓRICA DO TRABALHO NO CAPITALISMO GLOBALIZADO
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Resumo
O trabalho constitui uma atividade central na constituição do ser social e na mediação das relações entre os seres humanos e a natureza, sendo uma categoria fundamental para a compreensão das sociedades humanas. No entanto, sob a lógica do capitalismo globalizado, o trabalho passou por sucessivas transformações que intensificaram sua exploração, precarização e alienação. Este estudo tem como objetivo analisar a trajetória histórica do trabalho no interior do modo de produção capitalista, destacando suas bases ontológicas e as mudanças ocorridas até a flexibilização das relações laborais no contexto neoliberal contemporâneo. A pesquisa adota uma abordagem qualitativa, com método teórico-bibliográfico, fundamentada em revisão sistemática da literatura. O levantamento de dados foi realizado em bases acadêmicas e periódicos especializados, a partir de palavras-chave relacionadas ao trabalho, ao capitalismo e à precarização, contemplando obras clássicas e contemporâneas de referência. A análise dos dados seguiu uma perspectiva crítico-dialética, articulando conceitos marxistas e categorias explicativas das transformações no mundo do trabalho. Como principais resultados, identifica-se que a transição dos modelos produtivos, do fordismo ao toyotismo, somada à mundialização do capital e à implementação de políticas neoliberais, resultou na intensificação da flexibilização, na desregulamentação das relações laborais e no aumento da precariedade e instabilidade do emprego. Conclui-se que tais transformações reforçam a necessidade de resgatar o trabalho como princípio educativo e emancipatório, a partir de uma crítica radical à lógica de exploração e alienação própria do capitalismo contemporâneo.
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