DIVERSIFICAÇÃO DA RENDA E SEUS EFEITOS NA RENTABILIDADE E NO RISCO: UM ESTUDO SOBRE BANCOS BRASILEIROS

Resumo

Os bancos, de maneira geral, possuem dois grandes tipos de receitas: as relacionadas a juros, normalmente chamadas na literatura de receitas interest, e as receitas não relacionadas a juros, comumente chamadas de receitas noninterest. Este estudo apresenta uma análise do impacto que a diversificação das receitas tem sobre a rentabilidade (medida pelo ROE e pelo ROA), o risco de insolvência (medido pelo ZScore) e o retorno ajustado ao risco (medido pela razão do ROE e do ROA pelos seus respectivos desvios-padrão) dos bancos, de modo que é analisada tanto a diversificação entre os grupos de receitas (interest e noninterest) quanto a diversificação dentro de cada um desses grupos, casos em que foram considerados os diferentes tipos de receitas interest e noninterest. A amostra utilizada é composta de dados de 16 bancos brasileiros representativos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) para o período de 2012 a 2021, sendo oito bancos públicos e oito bancos privados; os dados foram coletados, quase em sua totalidade, do sistema IF.data do Banco Central do Brasil (Bacen). Foi adotado um modelo de regressão linear múltipla com dados em painel balanceado, empregando o método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) com efeitos fixos, sendo considerado tanto o efeito fixo das entidades quanto o efeito fixo do tempo e utilizando, além dos índices de diversificação de receitas, outras variáveis de controle comumente utilizadas na literatura. Não foram encontradas evidências robustas de contribuição da diversificação das receitas bancárias sobre a rentabilidade, o risco de insolvência e o retorno ajustado ao risco para os dados da amostra, não sendo possível concluir que a diversificação de receitas tem, por si só, um impacto positivo nos bancos.