PERSPECTIVA MATERNA DOS DESAFIOS DO RETORNO AO TRABALHO

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Naiara Tavares da Silva
Ana Carolina de Gouvêa Dantas Motta

Resumo

Este artigo teve como objetivo verificar as principais dificuldades enfrentadas pelas mães no retorno ao trabalho após a licença-maternidade. O marco teórico foi baseado em três vertentes que discutem a desigualdade de gênero nas organizações, abordando questões relacionadas à maternidade, aos papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres e à sobrecarga materna. O mundo do trabalho ainda é marcado por desigualdades de gênero e a maternidade contribui para intensificar essas desigualdades. Considerando que a vida profissional afeta a vida pessoal e vice-versa, dado que essa sobrecarga na esfera pessoal também contribui para a desigualdade de gênero dentro das organizações. O estudo adotou uma abordagem descritiva, utilizando métodos mistos (quantitativos e qualitativos). A coleta de dados primários foi realizada por meio de um formulário on-line estruturado via Google Forms, contendo 23 questões. A análise dos dados quantitativos foi realizada com o uso do R e R Studio, permitindo descrever o perfil socioeconômico das respondentes e estabelecer correlações entre as respostas. Para a análise dos dados qualitativos, utilizou-se a metodologia de análise de conteúdo. Os dados foram analisados em dois eixos principais: 1) Dificuldades enfrentadas na rotina de recém-mães no retorno ao trabalho e 2) Fatores que auxiliaram no retorno ao trabalho de recém-mães. Dentro desses eixos, foram elencadas três subcategorias específicas: “rede de apoio”, “apoio organizacional” e “preconceito”. Os resultados apontam para a carência de apoio organizacional no retorno ao trabalho de recém-mães, bem como para a importância da rede de apoio nesse processo. O estudo conclui que as dificuldades enfrentadas no retorno ao trabalho decorrem de preconceito, falta de compreensão organizacional sobre a realidade materna, dificuldade de adaptação à nova realidade e dificuldade em manter a amamentação.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
SILVA, N. T. da; MOTTA, A. C. de G. D. . PERSPECTIVA MATERNA DOS DESAFIOS DO RETORNO AO TRABALHO. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 19, n. 55, p. 395–419, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.13382024. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/5262. Acesso em: 16 out. 2024.
Seção
Artigos

Referências

ALAVI, A.; HEIDARY, Y. “Relationship between Glass Ceiling and Job Promotion in Women Employees of Health Centers”. Journal of Social Behavior and Community Health, vol. 7, n. 2, 2023.

ANTONIAZZI, C. B. “Maternidade: uma forma de opressão?”. Cadernos de Ética e Filosofia Política, vol. 39, n. 2, 2021.

ASHBY, E. L.; DONEPUDI, S.; PADILLA, H. M. “Understanding lactation policies and resources across a university system: survey and document review”. BMC Pregnancy Childbirth, vol. 24, 2024.

BADINTER, E. O conflito: a mulher e a mãe. Rio de Janeiro: Editora Record, 2022.

BELTRAMINI, L. M.; CEPELLOS, V. M.; PEREIRA, J. J. “Mulheres jovens, ‘teto de vidro’ e estratégias para o enfrentamento de paredes de cristal”. Revista de Administração de Empresas FGV EASP, vol. 62, n. 6, 2022.

BETTINELLI, M. E. et al. “ABM Position Statement: Paid Maternity Leave – Importance to Scociety, Breastfeeding, and Sustainable Development”. Breastfeeding Medicine, vol. 19, n. 3, 2024.

BRAGA, E. S.; SANTOS, J. N. “A percepção da mulher sobre oportunidade e igualdade de gênero no mercado de trabalho em Rondonópolis (MT)”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 17, n. 50, 2024.

BRASIL. “Amamentação”. Ministério da Saúde [2024]. Disponível em: . Acesso em: 24/08/2024.

BRASIL. Decreto-Lei n. 5.452, de 01 de maio de 1943. Rio de Janeiro: Congresso Nacional, 1943. Disponível em: . Acesso em: 24/08/2024.

BUZZANELL, P. M. “Motherhood at Work: Positive Communication and Maternity Leave Negotiations (Un)Bounded by Job Types”. International Journal of Business Communication, vol. 61, n. 4, 2024.

CNJ – Conselho Nacional de Justiça. Direitos das mulheres. Brasília: CNJ, 2023. Disponível em: . Acesso em: 27/04/2024.

COSTANTINI, A. et al. "Return to work after maternity leave: the role of support policies on work attitudes of women in management positions". Gender in Management, vol. 36, n. 1, 2021. CRESWELL, J. W.; CRESWELL, J. D. Research Design: Qualitative, Quantitative, and Mixed Methods Approaches. Los Angeles: SAGE, 2018.

CUNNINGHAM, S. et al. “Breastfeeding in US working mothers: A systematic review”. Work, vol. 78, 2024.

DESTEFANIS, S.; MAZZOTTA, F.; PARISI, L. “Goldin’s Last Chapter on the Gender Pay Gap: An Exploratory Analysis Using Italian Data”. Work, Employment and Society, vol. 38, n. 2, 2024.

DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. “A Lei da Igualdade salarial entre homens e mulheres Lei n° 1.085, de 2023”. Síntese Especial Subsídios para Debate, n. 13, 2023.

FARRUGIA, M.; BORG, A.; THAKE, A. M. “Investigating the gender pay gap in the Maltese financial and insurance sector: a macro and micro approach”. Equality, Diversity and Inclussion: An International Journal, vol. 43, n. 1, 2024.

FEIJÓ, J. “Diferenças de gênero no mercado de trabalho”. Revista LIDE FGV [2023]. Disponível em: . Acesso em: 29/06/2024.

FRANZOI, I. G. et al. “Returning to work after maternity leave: a systematic literature review”. Archives of Women’s Mental Health, vol. 67, 2024.

FREITAS, G. L. T.; SANTOS, J. C. S.; JACINTO, P. M. S. “Inserção da mulher negra no mundo do trabalho: uma revisão de literatura”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 9, n. 26, 2022.

FREITAS, H.; OLIVEIRA, M.; SACCOL, A. Z.; MASCAROLA, J. “O método de pesquisa survey”. Revista de Administração, vol. 35, n. 3, 2000.

GATRELL, C. J. “Maternal body work: how women managers and professionals negotiate pregnancy and new motherhood at work”. Human Relations, vol. 66, n. 5, 2013.

GIRSBERGER, E. M. et al. “Mothers at work: How mandating a short maternity leave affects work and fertility”. Labour Economics, vol. 84, 2023.

GOLDIN, C. Career and Family: Women’s Century-Long Journey toward Equity. Princeton: Princeton University Press, 2021.

HEGGENESS, M.L.; SURI, P. “Telework, Childcare, and Mothers’ Labor Supply”. Opportunity and Inclusive Growth Institute, n. 52, 2021.

HOOKS, B. O feminismo é pra todo mundo: políticas arrebatadoras. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 2020.

JONES, K.; FLOYD, A. “Women academics experiences of maternity leave in the neoliberal university: Unmasking governmentality”. Gender, Work and Organization, vol. 31, n. 1, 2024.

KUNDE, S.; LOURENÇO, M. L. “Motherhood Penalty: uma revisão sistemática da literatura internacional em administração”. Revista Gestão e Planejamento, vol. 23, 2022.

LOTT, Y. “Is maternal labor market re-entry after childbirth facilitated by moder’s and partner’s flextime?”. Human relations, vol. 73, n. 8, 2020.

MADALOZZO, R. “CEOS e Composição do Conselho de Administração: a Falta de Identificação Pode Ser Motivo para Existência de Teto de Vidro para Mulheres no Brasil?” Revista de Administração Contemporânea, vol. 15, n. 1, 2011.

MCCARDEL, R. et al. “Experiences With Work-Family Conflict, Breastfeeding, and Perinatal Mental Health Among Women Returning to Work After Giving Birth: a mixed methods study”. Journal of Occupational and Environmental Medicine, vol. 3, n. 66, 2024.

MEIRELES, D.; FREGUGLIA, R.; CORSEUIL, C. H. Os impactos do aumento da licença-maternidade sobre os padrões de oferta de trabalho feminina ao nível das empresas. Brasília: IPEA, 2021.

MOZZATO, A. R.; GRZYBOVSKI, D. “Análise de Conteúdo como Técnica de Análise de Dados Qualitativos no Campo da Administração: Potencial e Desafios”. Revista de Administração Contemporânea, vol. 15, n. 4, 2011.

MUNIZ, J. O.; VENEROSO, C. Z. “Diferenciais de Participação Laboral e Rendimento por Gênero e Classes de Renda: uma Investigação sobre o Ônus da Maternidade no Brasil”. Dados, vol. 62, n. 1, 2019.

OLIVEIRA, G.S. Metodologias, Técnicas e Estratégias de Pesquisa. Uberlândia: Editora da FUCAMP, 2022.

ONU – Organização das Nações Unidas. “Mulheres”. ONU [2023]. Disponível em: . Acesso em: 24/08/2024.

PASSOS, L.; MACHADO, D. C. “Diferenciais salariais de gênero no brasil: comparando os setores público e privado”. Revista de Economia Contemporânea, vol. 26, n. 1, 2022.

PASSOS, L.; SOUZA, L. P. “Vulnerabilidades cruzadas: As mulheres e suas experiências diversificadas”. Katálysis, vol. 24, n. 1, 2021.

PIASNA, A.; SPIEGELAERE, S. “Redução do tempo de trabalho: para alcançar o equilíbrio entre vida profissional e vida privada e a igualdade de gênero”. In: ROSSO, S. D. et al. O futuro é a redução da jornada de trabalho. Porto Alegre: Editora CirKula, 2022.

RAPISARDA, S.; SANTORO, V.; DAL CORSO, L. “Unleashing the potential of metaphors: a categorization system for exploring return to work after maternity”. Archives of Women’s Mental Health, vol. 27, 2024.

SANTOS, I. et al. “Análise dos desafios enfrentados por mulheres que ocupam cargos de lideranças na região de Presidente Prudente/SP”. Administração de Empresas em Revista, vol. 2, n. 28, 2022.

SCALES, B. J. “Qualitative analysis of student assignments: A practical look at ATLAS.ti”. Reference Services Review, vol. 41, n. 1, 2013.

SERPA, I. L. et al. “Maternidade no trabalho: os obstáculos enfrentados pelas mulheres nas organizações”. Anais do VI Encontro Internacional de Gestão, Desenvolvimento e Inovação. Naviraí: UFMS, 2022.

SOUZA, P. V. S.; SILVA, C. A. T. “Discriminação salarial entre os gêneros no mercado de trabalho assalariado contábil brasileiro”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 13, n. 39, 2023.

SUNARYO, S. et al. “Leader-member exchange and glass ceiling: the effects on career satisfaction and work engagement”. Cogent Business & Management, vol. 11, n. 1, 2024.

TAHERDOOST, H. “What are different research approaches? Comprehensive Review of Qualitative, quantitative, and mixed method research, their applications, types, and limitations”. Journal of Management Science and Engineering Research, vol. 5, n. 1, 2022.

YANG, S. et al. “Working Women Pressure: Social Attitude and Government Policy”. Advances in Social Science, Education and Humanities Research, vol. 653, 2022.