OS DOIS LADOS DO VINIL: A POLÍTICA CULTURAL DO GOVERNO MILITAR NO BRASIL E A CONTRACULTURA

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Adriana Iop Bellintani
Sueli Sampaio Damin Custódio

Resumo

A cultura serve para a produção de bens funcionais, sendo mais ampla que a arte. A economia da cultura é entendida como um processo de radiação, que se alastra a partir das artes visuais e é impulsionada pela indústria cultural. Este estudo objetiva analisar a política cultural desenvolvida pelo governo militar em meio ao movimento de contracultura promovido pela classe artística. Para tal, usa o método histórico analítico dos conteúdos de forma qualitativa a partir de fontes primárias, como documentos do arquivo do Conselho Nacional de Educação, antigo Conselho Federal de Educação, e levantamento bibliográfico em livros e artigos especializados. O resultado da análise permite afirmar que o governo desenvolveu uma estratégia política cultural que financiou a indústria cultural brasileira e, nesse ínterim, alguns artistas foram cooptados e outros fizeram resistência. A pesquisa conclui que, ao mesmo tempo que o governo militar fazia forte repressão e censura no meio artístico nacional, também apoiava a produção cultural direcionada por meio da indústria cultural.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
BELLINTANI, A. I.; CUSTÓDIO, S. S. D. . OS DOIS LADOS DO VINIL: A POLÍTICA CULTURAL DO GOVERNO MILITAR NO BRASIL E A CONTRACULTURA. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 19, n. 55, p. 41–59, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.13338647. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/5115. Acesso em: 16 out. 2024.
Seção
Ensaios

Referências

ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do Esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1985.

ALASUUTARI, P.; KANGAS, A. “The global spread of the concept of cultural policy”. Poetics, vol. 82, 2020.

BOBBIO. N. Política e Cultura. São Paulo: Editora da UNESP, 2015.

BRAGA, N. Política da Educação, da Cultura e do Desporto. Rio de Janeiro: Editora da UEM, 1975.

BRASIL. Boletim do Conselho Federal de Cultura. Brasília: Ministério da Educação, 1970. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Decreto 59.213, de 15 de setembro de 1966. Brasília: Planalto, 1966. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Decreto n. 57.393, de 7 de dezembro de 1965. Brasília: Planalto, 1965. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Decreto n. 60.610, de 24 de abril de 1967. Brasília: Planalto, 1967. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Decreto n. 74, de 21 de novembro de 1966. Brasília: Planalto, 1966. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Decreto n. 862, de 12 de setembro de 1969. Brasília: Planalto, 1969. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Política Nacional de Cultura. Brasília: Ministério da Educação, 1975. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Revista Documenta: n. 33. Brasília: Ministério da Educação, 1965. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

BRASIL. Revista Documenta: n. 47. Brasília: Ministério da Educação, 1966. Disponível em: . Acesso em: 23/02/2024.

CANCLINI, N. G. “Políticas culturales y crisis de desarrollo: un balance latinoamericano”. In: CANCLINI, N. G. (org.). Políticas culturales en América Latina. Buenos Aires: Grijalbo, 1987.

CHARTIER, R. “Textos, Impressão, leitura”. In: HUNT, L. A Nova História Cultural. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2001.

CHAUÍ, M. Cultura e Democracia: o discurso competente e outras falas. São Paulo: Editora Cortez, 1980.

COELHO, T. Dicionário Crítico de Política Cultural: cultura e imaginário. São Paulo: Editora Iluminuras, 1999.

COELHO, T. O que é indústria cultural. São Paulo: Editora Brasiliense, 1980.

FERNANDES, N. M. “A política cultural à época da ditadura militar”. Contemporânea, vol. 3, n. 1, 2013.

FURTADO, J. P. “Engajamento Político e resistência cultural em múltiplos registros. Sobre transe, trânsito, política e marginalidade urbana nas décadas de 1960 e 1990”. In: REIS, D. et al. (orgs.). O Golpe e a Ditadura Militar. Bauru: EDUSC, 2004.

GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 1978.

GIRARD, A. Cultural development: experiences and policies. Paris: UNESCO, 1983.

GUIMARÃES, B. C. “Concentração cultural: por que podemos dizer que, no Brasil, o investimento na Cultura está mais concentrado que o PIB?”. Mediações, vol. 25, n. 2, 2020.

MCGUIGAN, J. Culture and the Public Sphere. London: Routledge. 1996.

MICELI, S. A noite da Madrinha. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2005.

NAPOLITANO, M. “Os Festivais da canção como eventos de oposição ao regime militar brasileiro”. In: REIS, D.; RIDENTI, M.; MOTA, R. (orgs.). O Golpe e a Ditadura Militar. Bauru: EDUSC, 2004.

NAPOLITANO, M. Cultura Brasileira: utopia e massificação (1950-1980). São Paulo: Editora Contexto, 2008.

NAPOLITANO, M. História e Música. Belo-Horizonte: Editora Autêntica, 2005.

ORLANDI, E. P. As Formas do Silêncio: No movimento dos sentidos. São Paulo: Editora da Unicamp, 1997.

REBOULLET, A. L’enseignement de la civilization française. Paris: Hachette, 1973.

RIDENTI, M. “Culture et Politique Brésiliennes: faut-il enterer les années 60?” In: ROLLAND, D. et al. Intellectuels et politique Brésil-Europe. Paris: L’harmattan, 2003.

RIDENTI, M. O Fantasma da Revolução Brasileira. São Paulo: Editora da USP, 1993.

RUBIM, A. A. C.; ROCHA, S. C. “Brazilian cultural policies during the governments of Lula da Silva and Dilma Rousseff: domestic decentralization and supranational regionalization”. Sul Global, vol. 1, n. 2, 2020.

SILVA, M. G. “Ditadura, história e esquecimento no Brasil”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 1, n. 1, 2020.

STARLING, H. M. M. “Coração Americano. Panfletos e Canções do Clube da Esquina”. In: REIS, D. et al. (orgs.). O Golpe e a Ditadura Militar. Bauru: EDUSC, 2004.

TSIOLKAS, C.; WRIGHT, C. Australia’s Cultural Policy for the next five years: A place for every story, a story for every place. Camberra: Commonwealth of Australia, 2023.

ZYSS, W. “Política Cultural”. Revista de Informação Legislativa, vol. 12, 1975.