VIOLÊNCIA POLÍTICA: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS MOBILIZADAS POR COMENTÁRIOS ANTIFEMINISTAS

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Caroline Matos Romio
Adriane Roso

Resumo

O avanço do debate sobre os direitos das mulheres por políticas feministas, cuja arena de diálogo frequentemente é a internet, enfrenta oposição e mobilizações antifeministas. Considerando este contexto, o presente artigo busca analisar comentários difundidos em mídias sociais para compreender as representações sociais mobilizadas por antifeministas sobre a participação das mulheres feministas na política. O estudo, de cunho qualitativo, se dedica a explorar os registros em Diário de Campo, derivados de uma etnografia na internet. A análise e interpretação das informações deu-se à luz das teorias feministas e da Teoria das Representações Sociais. Os resultados indicam que as políticas feministas são depreciadas no seu intelecto, na sua aparência, tem sua imagem sexualizada, e são constantemente ameaçadas. Concluímos que por meio do argumento do desinteresse das mulheres pela política, da estetização das feministas, da acusação de imoralidade do feminismo e da negativa da violência política de gênero se produz um cenário que repercute em violência para as mulheres.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
ROMIO, C. M.; ROSO, A. VIOLÊNCIA POLÍTICA: AS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS MOBILIZADAS POR COMENTÁRIOS ANTIFEMINISTAS. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 18, n. 52, p. 442–461, 2024. DOI: 10.5281/zenodo.11177201. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/4092. Acesso em: 29 jun. 2024.
Seção
Artigos

Referências

ALMAZOR, M. G.; CANTELI, M. J.; CONGOSTO, M. “New approaches to the propagation of the antifeminist backlash on Twitter”. Investigaciones Feministas, vol. 11, n. 2, 2020.

ARRUDA, A. “Despertando do pesadelo: a interpretação”. In: SOUSA, C. P. et al. (eds.). Angela Arruda e as representações sociais. São Paulo: Editora Carlos Chagas, 2014.

BAUER, M.; AARTS, B. “A construção do corpus: um princípio para a coleta de dados qualitativos”. In: BAUER, M.; GASKELL, G. (eds.). Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som. Petrópolis: Editora Vozes, 2002.

BELELI, I. “Antifeminismos: os efeitos dos discursos de ódio”. Sexualidad, Salud y Sociedad, n. 38, 2022.

BELTRÁN, S. A.; MORALES, S. S.; CONDE, M. H. “Fascismo digital para bloquear la participación y la deliberación feminista”. Teknokultura. Revista de Cultura Digital y Movimientos Sociales, vol. 20, n. 1, 2023.

BERNAL-TRIVIÑO, A.; SANZ-MARTOS, S. “Las Periodistas Paramos in Spain: Professional, feminist Internet activism”. European Journal of Communication, vol. 35, n. 4, 2020.

BONET-MARTÍ, J. “Análisis de las estrategias discursivas empleadas en la construcción de discurso antifeminista en redes sociales”. Psicoperspectivas individuo y sociedad, vol. 19, n. 3, 2020.

BRAVO-VILLASANTE, M. Á. “Radicalización violenta y misoginia extrema: narrativas antifeministas en la manosphere”. Global Media Journal Mexico, vol. 20, n. 38, 2023.

CERNA, D. C. “La protesta feminista en México. La misoginia en el discurso institucional y en las redes sociodigitales”. Revista Mexicana de Ciencias Políticas y Sociales, n. 240, 2020.

CRENSHAW, K. “Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics”. The University of Chicago Legal Forum, n. 1, 1989.

DANIELE, G.; DIPOPPA, G.; PULEJO M. “Attacking Women or their Policies? Understanding Violence against Women in Politics”. BAFFI CAREFIN Centre Research Paper n. 207, 2023.

FALUDI, S. Backlash: O contra-ataque na guerra não declarada contra as mulheres. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2001.

FEDERICI, S. Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva. São Paulo: Editora Elefante, 2017.

FEDERICI, S. Mulheres e caça às bruxas. São Paulo: Editora Boitempo, 2018.

FEDERICI, S. O Ponto Zero da Revolução: trabalho doméstico, reprodução e luta feminista. São Paulo: Editora Elefante. 2019.

GOSWAMI, I. et al. “Gender And Politics: Examining Women's Representation And Empowerment”. Journal of Namibian Studies: History Politics Culture, vol. 33, 2023.

HINE, C. Ethnography for the Internet: Embedded, Emboidied and Everyday Internet. Londres: Routledge, 2015.

HINE, C. Etnografia Virtual. Barcelona: Editorial UOC, 2004.

LEWIS, R.; ROWE, M.; WIPER, C. “Online abuse of feminists as an emerging form of violence against women and girls”. British Journal of Criminology, vol. 57, n. 6, 2017.

LIMBAUGH, R. The Way Things Ought to Be. New York: Pocket Books. 1992.

MARKOVÁ, I. Dialogicidade e Representações Sociais: as dinâmicas da mente. Petrópolis: Editora Vozes, 2006.

MARTINS, R. A. O universo: teorias sobre sua origem e evolução. São Paulo: Editora Moderna, 1994.

MATOS, M. “A violência política sexista, racista e interseccional: mapeando conceitos da violência política contra mulheres”. In: D’ÁVILA, M. (eds.). Sempre foi sobre nós: relatos de violência política de gênero no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos, 2022.

MAZZOTTI, A. J. A.; CAMPOS, P. H. F. “Cibercultura: uma nova ‘era das representações sociais’”. In: ALMEIDA, A. M. O. et al. (eds.). Teoria das Representações sociais - 50 anos. Brasília: Technopolitik, 2019.

MOSCOVICI, S. A psicanálise, sua imagem e seu público. Petrópolis: Editora Vozes, 2012.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2005.

NAZ, M; MUSHTAQ, A.; SIKANDAR, A. “Consequences of Political Obstacles on Women Political Empowerment in Local Governance of Multan Division”. International Journal of Contemporary Issues in Social Sciences. vol. 3, n. 1, 2024.

OSWALD, S. E. S. “Gender Based Political Violence Against Women in Mexico from a Regional Perspective”. Asia-Pacific Journal of Regional Science, vol. 7, 2022.

PATEMAN, C. O contrato sexual. 2ª ed. São Paulo: Paz & Terra, 2020.

PINHO, T. R. “Debaixo do Tapete: A Violência Política de Gênero e o Silêncio do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados”. Revista Estudos Feministas, vol. 28, n. 2, 2020.

ROCHA, J. “Feminismo Antiproibicionista: uma rede de afetos e cuidados e o compromisso com a reparação histórica”. Boletim dDe Conjuntura (BOCA), vol. 8, n. 22, 2021.

SOTO, C. A. A.; SÁNCHEZ, K. D. V. “Internet violence against chilean feminists and other activists”. Revista Estudos Feministas, vol. 27, n. 3, 2019.

WIGDOR, G. B.; MAGALLANES, M. L. “Argentine hetero-hegemonic masculinism and its strategy from cyberactivism”. Multidisciplinary Journal of Educational Research, vol. 7, n. 1, 2018.