TURISMO AFROCENTRADO E EDUCAÇÃO ANTIRRACISTA: RELATOS A PARTIR DA HASHTAG #AFROTURISMO NO INSTAGRAM
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Resumo
Este estudo apresenta como tema as intersecções entre Turismo e Relações Raciais. O objetivo é investigar experiências turísticas afrocentradas a partir de registros na rede social Instagram. O procedimento metodológico adotado para o levantamento dos dados foi a netnografia, realizada através da busca pela hashtag #afroturismo no Instagram, entre os meses de outubro de 2022 a fevereiro de 2023. Foram encontradas 723 postagens, as quais foram analisadas conforme a analise temática. A discussão dos achados foi realizada a partir de uma ótica decolonial, dialogando com a Teoria Crítica da Raça. O levantamento dos principais temas abordados a partir do uso da hashtag #afroturismo trouxe como resultados uma variedade de contextos que extrapola a área do turismo. Contudo, de maneira central, o estudo mostra que o Afroturismo abrange conceitos e práticas do turismo de raízes, turismo étnico-afro e o novo Black Travel Moviment (BTM). Entre os lugares de memória afro-brasileiros citados nas postagens destacam-se o Parque Memorial Quilombo dos Palmares e a cidade de Salvador. Por fim, os relatos de experiência e registros de atividades turísticas afrocentradas evidenciam a potência do Afroturismo enquanto ação educativa antirracista junto a grupos de turistas, grupos escolares, colaboradores de empresas e magistrados, compondo um dos três caminhos possíveis no combate ao racismo no Brasil, conforme apontado pelo antropólogo Kabengele Munanga: a educação cidadã antiracista, as leis e as ações afirmativas. Enquanto contribuição prática, esta pesquisa pode nortear políticas públicas para o Afroturismo e até iniciativas para o trade turístico, no sentido de precaver e coibir situações de discriminação e/ou preconceitos de origem étnico-racial.
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