IMPACTO DE FATORES EXÓGENOS NO RECONHECIMENTO DA PERDA E NA FREQUÊNCIA DO TESTE DE IMPAIRMENT EM EMPRESAS BRASILEIRAS

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Daniella Novak
Josiane de Oliveira Schlotefeldt
Pablo Eduardo Nikolais Teixeira Bonifácio da Silva
Luciano Márcio Scherer

Resumo

O objetivo do artigo é analisar como fatores exógenos influenciam na decisão pelo Teste de Impairment (frequência) e como influenciam no valor a ser reconhecido como perda por redução ao valor recuperável (intensidade). Adotou-se o método teórico-dedutivo, partindo da literatura do teste de impairment, sua frequência (273 empresas) e intensidade (106 empresas) para analisar a relação existente com variáveis externas: mudança de norma contábil, empresa de auditoria, relação entre o valor contábil e de mercado do PL, setor, variação do PIB e da taxa de juros. A obtenção dos dados foi realizada por meio de dados secundários com utilização da base de dados Thomson Reuters e das demonstrações financeiras das empresas. Foram utilizados o modelo logístico e modelo linear de regressão para dados em painel. Os resultados demonstraram que em períodos de crise, quando a empresa de auditoria é big four e nos anos em que há mudanças nas normas contábeis relacionadas ao impairment, a chance de a empresa realizar o teste aumenta. No entanto, os fatores exógenos não se apresentaram significativos na estimação da intensidade de reconhecimento da perda por impairment. Conclui-se que os fatores externos estudados aumentam a chance de prever se haverá o teste de impairment mas não o quanto será reconhecido na contabilidade. Por exemplo, a variação do PIB pode indicar a necessidade de testar se o valor contábil está acima do valor possível de recuperação, porém, ao mensurar o valor recuperável de um ativo ou unidade geradora de caixa a empresa fica dependente de muitos outros fatores internos que impactarão no reconhecimento da perda. Isso explica o fato de que duas empresas do mesmo setor podem ter perdas diferentes e isso não é devido aos fatores externos, mas aos internos relacionados às escolhas e estratégia de cada uma.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
NOVAK, D.; SCHLOTEFELDT, J. de O. .; SILVA, P. E. N. T. B. da .; SCHERER, L. M. IMPACTO DE FATORES EXÓGENOS NO RECONHECIMENTO DA PERDA E NA FREQUÊNCIA DO TESTE DE IMPAIRMENT EM EMPRESAS BRASILEIRAS. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 22, n. 66, p. 263–287, 2025. DOI: 10.5281/zenodo.15751222. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/7345. Acesso em: 19 jul. 2025.
Seção
Artigos

Referências

ALVES, K. R. C. P.; SILVA, C. A. T. “Determinantes do reconhecimento da perda pelo impaiment test”. Revista Ambiente Contábil, vol. 12, n. 2, 2020.

AMIRASLANI, H.; LATRIDIS, G. E.; POPE, P. F. Accounting for asset impairment: a test for IFRS compliance across Europe. London: Cass Business School, 2013.

BARROS, A. J. S.; LEHFELD, N. A. S. Fundamentals of Scientific Methodology. São Paulo: Editora Makron Books, 2000.

BARROS, C. M. E. A influência do board interlocking na qualidade da informação contábil em empresas brasileira (Tese de Doutorado em Contabilidade). Curitiba: UFPA, 2017.

BEATTY, A.; LIAO, S.; WEBER, J. “Is the Goodwill Impairment-Only Model Broken? An Examination of Post-Acquisition Accounting for Goodwill versus Other Intangibles. SSRN [2024]. Disponível em: . Acesso em: 12/05/2025.

BRAVO, A. S.; SANTANA, V. F.; SARQUIS, R. W. “A incidência de impairment de ativos não circulantes diante da crise da covid-19”. Revista Contabilidade e Finanças, vol. 34, 2024.

CAMPAGNONI, M.; ROVER, S.; TOMAZZIA, E. C. “Efeito das variações de taxa de juros sobre o impairment de ativos: as taxas de curto prazo são mais relevantes do que as de longo prazo?” Anais do XVIII International Conference in Accounting. São Paulo: USP, 2018.

CAPPELLESSO, G. A utilidade da informação sobre o teste de redução ao valor recuperável do goodwill (Tese de Doutorado em Ciências Contábeis). Brasília: UnB, 2025.

CHAMBERS, R. J. “Measurement in accounting”. Journal of Accounting Research, vol. 3, n. 1, 1965.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 00 (R2), de 10 de dezembro de 2019: Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. Brasília: CPC, 2019. Disponível em: . Acesso em: 12/05/2025.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 01 (R1), de 06 de agosto de 2010: Redução ao Valor Recuperável de Ativos. Brasília: CPC, 2010. Disponível em: . Acesso em: 12/05/2025.

FÁVERO, L. P. L. “Dados em painel em contabilidade e finanças: teoria e aplicação”. Brazilian Business Review, vol. 10, n. 1, 2013.

FÁVERO, L. P.; FAVERO, P. Análise de dados: modelos de regressão com Excel®, Stata® e SPSS®. São Paulo: Editora Elsevier Brasil, 2016.

GAIO, C.; GONÇALVES, T.; PEREIRA, A. “Financial crisis and impairment recognition in non-financial assets”. Revista Brasileira de Gestão de Negócios, vol. 23, 2021.

GASPAR, G. F.; OLIVEIRA, L. M.; PIMENTA, M. M. “An Analysis of Impairment Recognition in the COVID-19 Period: Big Four Versus Non-Big Four”. Pensar Contábil, vol. 26, n. 91, 2025.

GIERUSZ, M. et al. “The Quality of Goodwill Disclosures and Impairment in the Financial Statements of Energy, Mining, and Fuel Sector Groups during the Pandemic Period—Evidence from Poland”. Energies, vol. 15, n. 16, 2022.

GILLIS, A. et al. “What causes mining asset impairments?” Resources Policy, vol. 90, 2024.

GOULART, A. M. C. “O conceito de ativos na contabilidade: um fundamento a ser explorado”. Revista Contabilidade e Finanças, n. 28, 2002.

HAIR JR., J. F. et al. Multivariate Data Analysis. London: Pearson Education Limited, 2013.

HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 1999.

IASB - International Accounting Standards Board. Conceptual Framework for Financial Reporting, de março de 2018. London: IASB. Disponível em: . Acesso em: 23/06/2025.

IASB - International Accounting Standards Board. International Accounting Standards 36: Impairment of Assets, de maio de 2013. London: IASB. Disponível em: . Acesso em: 23/06/2025.

IATRIDIS, G. E.; PAPPAS, K.; WALKER, M. “Narrative disclosure quality and the timeliness of goodwill impairments”. The British Accounting Review, vol. 54, n. 2, p. 2022.

IUDÍCIBUS, S. Teoria da contabilidade. São Paulo: Editora Atlas, 2006.

KREIN, V.; MOURA, G. D.; DAL MAGRO, C. “Efeito da governança corporativa na relação do desempenho financeiro e do oportunismo gerencial com as perdas do goodwill”. Contabilidade Vista e Revista, vol. 32, n. 3, 2021.

MORAES, A.; SILVA, I. D. A. “Determinants of audit fees in the basic material sector on the brazilian stock exchange: the role of asset size and corporate governance”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 21, n. 61, 2025.

RIEDL, E. J. “An examination of long‐lived asset impairments”. The Accounting Review, vol. 79, n. 3, 2004.

SEETHARAMAN, A. et al. “Managing impairment of goodwill”. Journal of Intellectual Capital, vol. 7, n. 3, 2006.

TEODORO, J. D.; SCHERER, L. M. “Impairment nas companhias aéreas internacionais durante a crise financeira mundial de 2008”. Revista da FAE, vol. 16, n. 1, 2013.

VICHITSARAWONG, T.; ENG, L. L. “Corporate governance, financial indicators and asset impairments during the COVID-19 pandemic period”. Finance Research Letters, vol. 58, 2023.

WOOLDRIDGE, J. M. Introdução à econometria: uma abordagem moderna. São Paulo: Editora Pioneira, 2018.

XU, J. et al. “Can auditing facilitate the effective implementation of goodwill accounting? A perspective based on key audit matters”. International Review of Financial Analysis, vol. 98, 2025.