OBSTÁCULOS NA CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO CIENTÍFICO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES
##plugins.themes.bootstrap3.article.sidebar##
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
A pesquisa consistiu em analisar os obstáculos que dificultaram a elaboração do pensamento científico dos professores-cursistas na formação continuada do Curso de Extensão Mídias na Educação, com as reflexões registradas nas escritas no Diário de Bordo sobre suas trajetórias de aprendizagem no uso das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa e análise de conteúdo. Os resultados apontam para a identificação de dificuldades no processo de ensino e de aprendizagem, incluindo o exíguo tempo para estudo e sobrecarga de trabalho dos sujeitos da pesquisa em suas profissões docentes (obstáculos estruturais), a elevada quantidade de atividades de aprendizagem no curso de formação continuada (obstáculo didático-pedagógico) e a deficiência de conteúdo em tecnologia digital na sua formação anterior (obstáculo epistemológico). As escritas do Diário de Bordo revelaram a presença de pensamentos científicos pela sua natureza questionadora e problematizadora, em que os sujeitos da pesquisa elaboraram novas ideias convertendo seus obstáculos didático-pedagógico e epistemológico em conhecimentos inovadores, superando seus obstáculos estruturais. Com relação à contribuição científica, as escritas do Diário de Bordo apresentaram-se como recurso de reflexão e caminho questionador e problematizador, do fazer docente nas especificidades de cada realidade. Conclui-se que as escritas dos professores-cursistas evidenciaram um despertar de percepções vivenciadas que estavam contidas, demonstrando superação de obstáculos, tanto estruturais quanto didático-pedagógico e epistemológico, emergindo soluções que resultaram na renovação de compreensões e geração de novos paradigmas científicos reflexivos.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos autorais (c) .
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Referências
ALARCÃO, I. “A Formação do professor reflexivo”. In: ALARCÃO, I. (org.). Professores reflexivos em uma escola reflexiva. São Paulo: Editora Cortez, 2003.
ALARCÃO, I. “Escola reflexiva e supervisão. Uma escola em desenvolvimento e aprendizagem”. In: ALARCÃO, I. (org.). Escola reflexiva e supervisão. Porto: Editora Porto, 2000.
ALARCÃO, I. “Formação continuada como instrumento de profissionalização docente”. In: VEIGA, I. P. (org.). Caminhos da profissionalização do magistério. Campinas: Editora Papirus, 1998.
ALARCÃO, I. “Ser professor reflexivo”. In: ALARCÃO, I. (org.). Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. Porto: Editora Porto, 1996.
AMADOR, J. T. “Concepções e modelos da formação continuada de professores: um estudo teórico”. Revista Humanidades e Inovação, vol. 6, n. 2, 2019.
ANTUNES, C. Professores e professauros: reflexões sobre a aula e práticas pedagógicas diversas. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
BACHELARD, G. A formação do espírito científico: contribuição para uma psicanálise do conhecimento. Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 1996.
BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Editora Edições 70, 2011.
BARTOLOMÉ, A. et al. “Educação na cultura digital: novas ambiências de aprendizagem e implicações para a formação de professores”. Perspectiva: Revista do Centro de Ciências da Educação, vol. 39, n. 3, 2021.
BÉVORT, E.; BELLONI, M. L. “Mídia-Educação: conceitos, história e perspectivas”. Educação e Sociedade, vol. 30, n. 109, 2009.
BOSZKO, C.; WERNER DA ROSA, C. T. “Diários reflexivos: definições e referenciais norteadores”. Revista Insignare Scientia, vol. 3, n. 2, 2020.
BRASIL. Lei N. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Planalto, 1996. Disponível em: . Acesso em: 12/04/2023.
BREMM, D.; GÜLLICH, R. I. C. “Do diário de formação à sistematização da experiência: o processo de (auto)formação de professores de ciências”. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências, vol. 24, 2022.
BROUSSEAU, G. “Les obstacles épistémologiques et les problèmes en mathématiques”. Comptes Rendus de la XXVIII Rencontre Organisée par la Commission Internationale pour l'Etude et l'Amélioration de l'Enseignement des Mathématiques. Louvain la Neuve: CIEAEM, 1976.
COSTA, R. L. S. “Neurociência e aprendizagem”. Revista Brasileira de Educação, vol. 28, 2023.
DIAS-TRINDADE, S.; FERREIRA, A. G. “Relação entre formação docente e tecnologias digitais: um estudo na Educação Básica Portuguesa”. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, vol. 31, n. 65, 2022.
FARIAS, P. C. B. et al. “Desafios da docência no ensino superior: prática docente, ensino remoto, tecnologias de informação e comunicação e currículo”. In: ALMEIDA, E. P. O. et al. (orgs.). Preparação pedagógica: concepções para a prática educativa no ensino superior. Campina Grande: Editora Licuri, 2023.
FREIRE, P. Política e educação: ensaios. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2020.
FÜHR, R. C. A tecnologia na esteira da educação 4.0: aprender a aprender na cultura digital. Belo Horizonte: Editora Paisson, 2019.
FÜHR, R. C.; HAUBENTHAL, W. R. Educação 4.0 e seus impactos no século XXI. Belo Horizonte: Editora Paisson, 2019.
IANNONE, L. R.; ALMEIDA, M. E. B.; VALENTE, J. A. “Pesquisa TIC na Educação: da inclusão para a cultura digital”. In: CGI.BR - Comitê Gestor da Internet no Brasil. Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras: TIC educação 2015. São Paulo: CGI.BR, 2016.
IMBERNÓN, F. Formação continuada de professores. Porto Alegre: Editora Artmed, 2010.
IMBERNÓN, F. Formação permanente do professorado: novas tendências. São Paulo: Editora Cortez, 2009.
MACHADO, R. A. O diário de leituras: a introdução de um novo instrumento na escola. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1998.
NÓVOA, A. “Formação de professores e profissão docente”. In: NÓVOA, A. (org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Editora Dom Quixote, 1992.
NÓVOA, A. Formação contínua de professores: realidades e perspectivas. Aveiro: Editora da Universidade de Aveiro, 1991.
NÓVOA, A.; ALVIM, Y. C. “Os professores depois da pandemia”. Educação e Sociedade, vol. 42, 2021.
OLIVEIRA, R. Informática educativa. Campinas: Editora Papirus, 2001.
PANNUNZIO, M. I. M. et al. “O diário de bordo como instrumento de aprendizagem e avaliação no processo de educação pela arte”. Anais da 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Fortaleza: SBPC, 2005.
PERRENOUD, P. A prática reflexiva no ofício de professor: profissionalização e razão pedagógica. Porto Alegre: Editora Artmed, 2002.
PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Editora Artes Médica, 1999.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Editora Artes Médicas, 2000.
PISCHETOLA, M.; MIRANDA, l. T. A sala de aula como ecossistema: tecnologias, complexidade e novos olhares para a educação. Petrópolis: Editora Vozes, 2021.
PROCASKO, J. C. S. R.; GIRAFFA, L. M. M. “A gestão escolar na promoção da inovação pedagógica: percepções de pesquisadores em educação”. Novas Tecnologias na Educação, vol. 19, n. 1, 2021.
SANTOS, T. W.; SÁ, R. A. “O olhar complexo sobre a formação continuada de professores para a utilização pedagógica das tecnologias e mídias digitais”. Educar em Revista, vol. 37, 2021.
SCHÖN, D. A. Educando o profissional reflexivo: um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto Alegre: Editora Artmed, 2000.
SILVEIRA, V. L. L. et al. “Currículo escolar e tecnologias digitais: uma análise sobre a prática nas escolas estaduais de Rondônia no cenário pós-pandemia da COVID-19”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 15, n. 43, 2023.
TAPSCOTT, D. A hora da geração digital. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2010.
ZABALZA, M. Á. B. Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional. Porto Alegre: Editora Artmed, 2004.