ANÁLISE HISTÓRICA DA RESERVA DE MERCADO NAS ESPECIALIDADES MÉDICAS NO BRASIL E O DIREITO À SAÚDE

Contenido principal del artículo

Evandro Gil de Souza
Antônia Gonçalves de Souza
Rosana Franciele Ruas Botelho
Luís Paulo Souza e Souza

Resumen

Este trabalho traz uma análise da distribuição e da reserva de mercado nas especialidades médicas no Brasil e a garantia do direito à saúde. Aborda-se o processo de formação médica, sua evolução e marcos importantes, para levar o leitor à compreensão dos fatores políticos sociais e econômicos que influenciam na formação e distribuição de especialistas médicas nas regiões do País. Trata-se de um ensaio científico realizado com coleta em várias fontes de pesquisa, principalmente em dados secundários, como documentos históricos, leis, regulamentos e literatura especializada dentre outros a partir do uso de descritores. Em seguida, realizou-se a leitura e análise dos textos. Procurou-se, então, reconhecer as discussões pertinentes a temática que foram agrupadas em núcleos de discussão. Os núcleos foram: 1) A formação médica especializada no Brasil, 2) Especialização versus Reserva de mercado do trabalho médico, 3) Especialização versus Reserva de mercado do trabalho médicoA análise revela desigualdades regionais, descuido da equidade e acesso universal pela população e a concentração de especialistas em poucas áreas, indicando a necessidade urgente de políticas públicas eficazes. Conclui-se que há uma complexidade do sistema, onde interesses diversos moldam a distribuição desigual de profissionais de saúde. A promoção da transparência e da equidade nas políticas de formação e distribuição de especialistas é vital para garantir acesso universal à saúde alinhado às necessidades do SUS e da população brasileira.

Detalles del artículo

Cómo citar
SOUZA, E. G. de; SOUZA, A. G. de; BOTELHO, R. F. R.; SOUZA, L. P. S. e. ANÁLISE HISTÓRICA DA RESERVA DE MERCADO NAS ESPECIALIDADES MÉDICAS NO BRASIL E O DIREITO À SAÚDE. Boletín de Coyuntura (BOCA), Boa Vista, v. 16, n. 47, p. 24–53, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.10086943. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/2525. Acesso em: 20 may. 2024.
Sección
Artículos

Citas

AGUIAR, E. “Medicina: uma viagem ao longo do tempo”. Portal Livro Grátis [2010]. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

AMARAL, J. L. Avaliação e transformação das escolas médicas: uma experiência brasileira, nos anos 90, na ordenação de recursos humanos para o SUS (Dissertação de Mestrado em Saúde Coletiva). Rio de Janeiro: UFRJ, 2002.

BARBOSA, M. L. O. “Para onde vai a classe média: um novo profissionalismo no Brasil”. Tempo Social, vol. 10, n. 1, 1998.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Planalto, 1988. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Decreto n. 7.562, de 15 de setembro de 2011. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Decreto n. 80.281, de 05 de setembro de 1977. Brasília: Ministério da Saúde, 1977. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Decreto n. 86.190, de 07 de julho de 1981. Brasília: Ministério da Saúde, 1981a. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Dinâmica das graduações em saúde no Brasil: subsídios para uma política de recursos humanos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Lei n. 6.932, de 7 de julho de 1981. Brasília: Ministério da Saúde, 1981b. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Brasília: Planalto, 1990. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Lei n. 12.842, de 10 de julho de 2013. Brasília: Planalto, 2013c. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Lei n. 12.871, de 22 de outubro de 2013. Brasília: Planalto, 2013b. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Portaria Interministerial n. 1.369, de 8 de julho de 2013. Brasília: Ministério da Saúde, 2013a. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Portaria n. 1001, de 22 outubro de 2009. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

BRASIL. Resolução n. 3, de 20 de junho de 2014. Brasília: Ministério da Educação, 1990. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2023.

CFM - Conselho Federal de Medicina. Resolução n. 2.116, de 23 de janeiro de 2015. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2015.

CFM - Conselho Federal de Medicina. Resolução n. 2.149, de 22 de julho de 2016. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2016.

DANIELS, J. P. “Health experts slam Bolsonaro’s vaccine comments”. The Lancet, vol. 397, 2021.

DIAS, H. S.; LIMA, L. D.; LOBO, M. S. C. “Do ‘Mais Médicos’ à pandemia de Covid-19: duplo negacionismo na atuação da corporação médica brasileira”. Saúde em Debate, vol. 45, n. 2, 2021

FEUERWERKER, L. “Mudanças na educação médica e residência médica no Brasil”. Interface, vol. 2, n. 3, 1998.

FORGIONI, P. A. Os fundamentos do antitruste. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). São Paulo: Editora Martins Fontes, 1999.

FREIDSON, E. Profissão médica: um estudo de sociologia do conhecimento aplicado. São Paulo: Editora da UNESP, 2009.

GALVÃO, K. E. C. P. et al. “Medicalização do parto: reflexão acerca do (bio)poder sobre o corpo feminino”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 14, n. 41, 2023.

GRAU, E. R. A ordem econômica na Constituição de 1988. São Paulo: Editora Malheiros, 2005.

IUNES, R. F. “Demanda e demanda em saúde”. In: PIOLA, S. F.; VIANNA, S. M. (orgs.). Economia da Saúde: conceito e contribuição para a gestão da saúde. Brasília: IPEA, 1995.

KAWAMURA, L. K. “Tecnologia e saúde nas diferentes perspectivas de entidades associativas de médicos”. Revista de Administração de Empresas, vol. 27, n. 2, 1987.

LAMPERT, J. B. Tendência de Mudanças na Formação Médica no Brasil (Tese de Doutorado em Saúde Pública). Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002.

LANNA, A. L. D. “A transformação urbana: Santos 1870-1920”. Revista USP, n. 41, 1999.

LOTTA, G.; FERNANDEZ, M.; CORRÊA, M. “The vulnerabilities of the Brazilian health workforce during health emergencies: Analysing personal feelings, access to resources and work dynamics during the COVID-19 pandemic”. International Journal of Health Planning and Management, vol. 36, 2021.

MACEDO, J. R. Viver nas Cidades Medievais. São Paulo: Editora Moderna, 1999.

MACHADO, M. H. (coord.). Os médicos no Brasil: um retrato da realidade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1997.

MAEYAMA, M. A.; JASPER, C. H. “Revisitando Virchow a partir da COVID-19: a medicina nada mais é do que a política em larga escala”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 3, n. 8, 2020.

MARINHO, M. J. Profissionalização e Credenciamento: A Política das Profissões. Rio de Janeiro: Editora Senai, 1986.

MARTINS, M. S. N. Entre a Cruz e a Capital: As Corporações de Ofícios no Rio de Janeiro após a Chegada da Família Real 1808-1824. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2008.

MENELEU NETO, J. et al. O trabalho do médico: de profissional liberal a assalariado. Fortaleza: Editora da UECE, 2006

MIRANDA-SÁ JUNIOR, L. S. Uma introdução à Medicina. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2013.

NASSAR, L. M.; PASSADOR, J. L.; PEREIRA JUNIOR, G. A. “Programa Mais Médicos, uma tentativa de solucionar o problema da distribuição médica no território brasileiro”. Saúde em Debate, vol. 45, n. 131, 2021.

NEVES, N. C. Ética para os futuros médicos: é possível ensinar? Brasília: Conselho Federal de Medicina, 2006.

NUNES, M. P. T. “Residência Médica no Brasil: situação atual e perspectivas”. Cadernos ABEM, vol. 1, 2004.

PINTO, É.; LIMA, A. M. “Legados históricos que influenciaram a formulação do Mais Médicos e que decorrem de sua implementação”. Revista Ciência e Saúde Coletiva, vol. 46, n. 1, 2022.

PINTO, H. A.; CÔRTES, S. M. V. “O que fez com que o Programa Mais Médicos fosse possível?”. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 27, n. 7, 2022.

REGO, T. C. Memórias de escola: Cultura escolar e constituição de singularidades. Petrópolis: Editora Vozes, 2003.

RIBEIRO, M. A. A. Apontamentos sobre residência médica no Brasil. Brasília: Câmara dos Deputados, 2011. Disponível em: . Acesso em: 20/09/2023.

RODRIGUES, P. H. A. et al. “Regulação do trabalho médico no Brasil: impactos na Estratégia Saúde da Família”. Physis, vol. 23, n. 4, 2013.

ROTHSCHILD, E. Sentimentos econômicos: Adam Smith, Condorcet e o Iluminismo. Rio de Janeiro: Editora Record, 2003.

SANTOS FILHO, L. C. História geral da medicina brasileira. São Paulo: Editora Hucitec, 1991.

SANTOS, N. R. “A luta pela reforma curricular”. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Educação Médica. Rio de Janeiro: UFRJ, 1980.

SCHEFFER, M. et al. Demografia Médica no Brasil 2015. São Paulo: Conselho Federal de Medicina, 2015.

SCLIAR, M. “História do conceito de saúde”. PHYSIS: Revista Saúde Coletiva, vol. 17, n. 1, 2007.

SENA, R. M. C.; SENA, S. R. C. “A relação entre público-privado e a precarização do trabalho em saúde no Brasil”. Brazilian Journal of Health Review, vol. 4, n. 6, 2021.

SEPARAVICH, M. A.; COUTO, M. T. “Programa Mais Médicos: revisão crítica da implementação sob a perspectiva do acesso e universalização da atenção à saúde”. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 26, 2021.

SMITH, A. A Riqueza Das Nações: Investigação Sobre Sua Natureza e Suas Causas. São Paulo: Editora Abril Cultural, 1996.

SOUZA, L. P.; SOUZA, A. G.; TIRELLI, C. “COVID-19 no Brasil: seguimos no mesmo mar, mas não nos mesmos barcos”. Comunicação em Ciências da Saúde, vol. 31, 2020.

SUBTIL, C. L.; VIEIRA, M. “Os Tratados de Polícia, fundadores da moderna saúde pública (1707-1856)”. Revista Enfermagem Referência, vol. 3, 2012.

TESSER, C. D. “Medicalização social (II): limites biomédicos e propostas para a clínica na atenção básica”. Interface Comunicação, Saúde e Sociedade, vol. 10, n. 20, 2006.

TORRES, O. Esboço histórico dos acontecimentos mais importantes da vida da Faculdade de Medicina da Bahia (1808-1946). Salvador: Editora Imprensa Vitória, 1946.

ZAPATA, T.; BUCHAN, J.; AZZOPARDI‐MUSCAT N. “The health workforce: Central to an effective response to the COVID‐19 pandemic in the European Region”. International Journal of Health Planning and Management, vol. 36, 2021.