TRICOTILOMANIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

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Bárbara Battistotti Vieira
Henrique Cabral Furcin
Regina Basso Zanon

Resumo

A Tricotilomania é um transtorno que se caracteriza pelo ato repetitivo e compulsivo de arrancar cabelos ou pelos, resultando em prejuízos físicos e funcionais. A literatura mostra que indivíduos com tricotilomania podem considerar que os profissionais de saúde não estão capacitados ou bem informados para ajudá-los, o que pode gerar vergonha e uma baixa procura por ajuda especializada. O conhecimento sobre como o transtorno é visto e tratado em cada contexto sociocultural é importante, podendo fundamentar o desenvolvimento de estratégias e de políticas que respeitem as especificidades dessa população. O presente trabalho tem como objetivo analisar as produções científicas brasileiras sobre a tricotilomania, com vistas a sistematizar os principais resultados das mesmas em relação às compreensões e tratamentos para o transtorno disponíveis no país. Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, sendo que 24 artigos atenderam os critérios de inclusão e foram analisados qualitativa e quantitativamente. A análise dos artigos na íntegra mostrou que, no Brasil, os principais tratamentos  para tricotilomania relatados na literatura são farmacológicos e as pesquisas se concentram no período entre 2002 e 2012. A maioria dos estudos (91,66%) são da área médica (Psiquiatria e Dermatologia). Dada a importância de um trabalho interdisciplinar no tratamento da tricotilomania, indica-se a necessidade de maior dedicação da Psicologia na investigação científica sobre tricotilomania, em especial na exploração das potencialidades da Terapia Cognitivo-Comportamental, considerando que a psicoterapia vem apresentando resultados mais promissores no tratamento dos sintomas da tricotilomania do que os tratamentos farmacológicos.

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Como Citar
VIEIRA, B. B.; FURCIN, H. C.; ZANON, R. B. TRICOTILOMANIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 16, n. 46, p. 500–515, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.10049265. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/2402. Acesso em: 11 maio. 2024.
Seção
Artigos

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