PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TENDÊNCIA DA MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DE PERNAMBUCO

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

Jaciele Cristina da Silva Belone
Angélica de Godoy Torres Lima
Tatiane Almeida de Menezes
Arnaldo de França Caldas Jr

Resumo

A mortalidade materna é um problema de saúde pública que afeta desproporcionalmente os países de baixa e média renda, além de ser vista como um marcador potente das condições sociais, e reflete a qualidade de vida e de acesso a bens e serviços de saúde das mulheres de uma determinada região. É utilizada como um importante indicador para planejamento e implantações de políticas públicas voltadas a saúde feminina. Objetivou-se analisar o perfil epidemiológico e a tendência temporal da mortalidade materna em Pernambuco (2010-2020). Estudo analítico, utilizando dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), coletados entre 2022 e 2023, organizados pelo conjunto das variáveis que compõem o óbito materno, com posterior tabulação e análise estatística. Para a análise de tendência, foi utilizado o modelo de regressão por pontos de inflexão (joinpoint regression model). Identificaram-se 898 óbitos maternos, com tendência de curva da razão da mortalidade materna (RMM) estacionária no Estado, com exceção da XII Regional. Predominaram óbitos por causas diretas, com destaque para edema com proteinúria e doenças hipertensivas; e a maioria dos óbitos ocorreu majoritariamente em adultas jovens entre 20 e 34 anos, com maior risco de óbito entre as adultas (>35 anos), pardas/negras, sem companheiro, com menos de sete anos de estudo (tendência crescente), refletindo condições de vulnerabilidade social.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
BELONE, J. C. da S.; LIMA, A. de G. T. .; MENEZES, T. A. de .; CALDAS JR, A. de F. . PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E TENDÊNCIA DA MORTALIDADE MATERNA NO ESTADO DE PERNAMBUCO. Boletim de Conjuntura (BOCA), Boa Vista, v. 14, n. 41, p. 537–556, 2023. DOI: 10.5281/zenodo.7976245. Disponível em: https://revista.ioles.com.br/boca/index.php/revista/article/view/1401. Acesso em: 8 maio. 2024.
Seção
Artigos

Referências

AZIZ, N. et al. “Exploring the Role of Health Expenditure and Maternal Mortality in South Asian Countries: An Approach towards Shaping Better Health Policy”. International Journal of Environmental Research and Public Health, vol. 18, n. 21, 2021.

BATISTA, H. M. T. “Distribuição da mortalidade materna no estado da Paraíba de 2007 a 2016”. Revista de Epidemiologia e Controle de Infecções, vol. 9, n. 4, 2020.

BAUSERMAN, M. et al. “Maternal mortality in six low and lower-middle income countries from 2010 to 2018: risk factors and trends.” Reproductive Health, vol. 17, n. 3, 2020.

BRASIL. Indicadores e Dados Básicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: . Acesso em: 05/04/2023.

BRASIL. Manual dos comitês de mortalidade materna. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: . Acesso em: 05/04/2023.

BRASIL. Marco legal: saúde, um direito de adolescentes. Brasília: Ministério da Saúde, 2007. Disponível em: . Acesso em: 05/04/2023.

BRASIL. Portaria GM n. 569, de 01 de junho de 2000. Brasília: Ministério da Saúde, 2000. Disponível em: . Acesso em: 05/04/2023.

BRASIL. Portaria GM n. 1.459, de 24 de junho de 2011. Brasília: Ministério da Saúde, 2011. Disponível em: . Acesso em: 05/04/2023.

BRASIL. Saúde Brasil 2013: uma análise da situação de saúde e das doenças transmissíveis relacionadas à pobreza. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: . Acesso em: 05/04/2023.

CAVALCANTI, P. C. S. et al. “Um modelo lógico da rede cegonha”. Physis: Revista de Saúde Coletiva, vol. 23, n. 4, 2013.

CEARÁ. Boletim epidemiológico: Mortalidade materna. Fortaleza: Governo do Estado do Ceará, 2020. Disponível em: . Acesso em: 24/05/2023

CHOU, V. B. et al. “Estimating the global impact of poor quality of care on maternal and neonatal outcomes in 81 low- and middle-income countries: a modeling study”. Plos Medicine, vol. 16, n. 12, 2019.

COSTA, N. L, et al. “Avaliação dos desfechos obstétricos entre grávidas adolescentes e adultas: um estudo transversal em um município da Amazônia brasileira”. Femina, vol. 48, n. 12, 2020.

COX, R. S.; FAAN, R. “Global maternal mortality rate declines - except in America”. Nursing Outlook, vol. 66, n. 5, 2018.

DUARTE, E. M. S. et al. “Mortalidade materna e vulnerabilidade social no Estado de Alagoas no Nordeste brasileiro: uma abordagem espaço-temporal”. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, vol. 20, n. 2, 2020.

FIGUEIRÔA, B. Q. et al. “Evaluation of the implantation of the Mortality Information System in Pernambuco state, Brazil, in 2012”. Epidemiologia e Serviços de Saúde, vol. 28, n. 1, 2019.

FREITAS, G. L. T.; SANTOS, J. C. P.; JACINTO, P. M. S. “Inserção da mulher negra no mundo do trabalho: uma revisão de literatura”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 9, n. 26, 2022.

FREITAS-JÚNIOR, R. A. O. “Mortalidade materna evitável enquanto injustiça social”. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, vol. 20, n. 2, 2020.

FRIAS, P. G. et al. “Avaliação dos sistemas de informações sobre nascidos vivos e óbitos no Brasil na década de 2000”. Caderno de Saúde Pública, vol. 30, n. 10, 2014.

FRUTUOSO, L.A.L.M. et al. “Mortalidade materna em Pernambuco: delineando o perfil epidemiológico (2009-2013)”. Enfermagem Brasil, vol. 18, n. 4, 2019.

GRONVIK, T.; SANDOY, F. “Complications associated with adolescent childbearing in Sub-Saharan Africa: A systematic literature review and meta-analysis”. Plos One, vol.13, n. 9, 2018.

JANNOTTI C. B.; SILVA, K. S.; PERILLO, R. D. “Vulnerabilidade social e mortalidade materna no mundo e no Brasil”. In: BITTENCOURT, S. D. A. (org.). Vigilância do óbito materno, infantil e fetal e atuação em comitês de mortalidade. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2013.

KIM, H. J. et al. “Permutation tests for joinpoint regression with applications to cancer rates”. Statistics in Medicine, vol. 19, n. 3, 2000.

KUMARI, K. et al. “Maternal mortality in rural Varanasi: delays, causes, and contributing factors”. Indian Journal of Community Medicine, vol. 44, n. 1, 2019.

LEAL, M.C. et al. “Saúde reprodutiva, materna, neonatal e infantil nos 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS)”. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 23, n. 6, 2018.

LIMA, M. R. et al. “Alterações maternas e desfecho gravídico-puerperal na ocorrência de óbito materno”. Caderno de Saúde Coletiva, vol. 25, n. 3, 2017.

MACDORMAN, M. F. et al. “Improving US maternal mortality reporting by analyzing literal text on death certificates, United States, 2016–2017”. Plos One, vol. 15, n. 10, 2020.

MARTINS, M. F. S. V. “O programa de assistência pré-natal nos Cuidados de Saúde Primários em Portugal – uma reflexão”. Revista Brasileira de Enfermagem, vol. 67, n. 6, 2014.

MELO-JORGE, M. H. P.; LAURENTI, R.; NUBILA, H. B. V. “O óbito e sua investigação. Reflexões sobre alguns aspectos relevantes”. Revista Brasileira de Epidemiologia, vol. 13, n. 4, 2010.

MENDONÇA, I. M. et al. “Tendência da mortalidade materna no estado do Rio de Janeiro, Brasil, entre 2006 e 2018, segundo a classificação CID-MM”. Cadernos de Saúde Pública, vol. 38, n. 3, 2022.

MORAES, M. M. S. et al. “Classificação de risco gestacional baseada no perfil de óbitos maternos ocorridos de 2008 a 2013: relato de experiência no município de Porto Seguro, Bahia”. Epidemiologia e Serviços de Saúde, vol. 28, n. 3, 2019.

MOTTA, C. T.; MOREIRA, M. R. “O Brasil cumprirá o ODS 3.1 da Agenda 2030? Uma análise sobre a mortalidade materna, de 1996 a 2018”. Ciência e Saúde Coletiva, vol. 26, n. 10, 2021.

NATIONAL CANCER INSTITUTE - USA. “Joinpoint Regression Program”. National Cancer Institute [2022]. Disponível em: www.cancer.gov>. Acesso em: 28/03/2023.

NUNES, M. D. S.; MADEIRO, A.; DINIZ, D. “Mortes maternas por aborto entre adolescentes no Piauí, Brasil”. Saúde em Debate, vol. 43, n. 123, 2019.

ONU - Organização das Nações Unidas. Transformando nosso mundo: a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: ONU, 2015.

PERNAMBUCO. Lei Ordinária n. 13.959, de 16 de dezembro de 2009. Recife: Assembleia Legislativa, 2009. Disponível em: . Acesso em: 02/04/2023.

PERNAMBUCO. Manual de Ações de Investigação de Óbitos de Mulheres em Idade Fértil e Óbitos Maternos. Recife: Secretaria Estadual de Saúde, 2011. Recife: Assembleia Legislativa, 2009. Disponível em: . Acesso em: 02/04/2023.

PERNAMBUCO. Plano Estadual de Saúde 2020-2023. Recife: Secretaria Estadual de Saúde, 2021. Recife: Assembleia Legislativa, 2009. Disponível em: . Acesso em: 02/04/2023.

PNUD.; IPEA.; FJP. Nota Técnica n. 01/2022. Rio de Janeiro: IPEA, 2022. Disponível em: . Acesso em: 05/04/2023.

QUINTANILLA, B. P. A. et al. “Intimate partner violence and severe acute maternal morbidity in the intensive care unit: a case-control study in Peru”. Birth, vol. 47, n. 1, 2020.

RIBEIRO, R. F. S. A.; ROCHA, E. C. “Redução da mortalidade materna em Pernambuco: realidade ou desafio?”. Espaço Público, vol. 2, 2018.

RODRIGUES, A. R. M.; CAVALCANTE, A. E. S.; VIANA, A. B. “Mortalidade materna no Brasil entre 2006-2017: análise temporal”. Revista Tendências da Enfermagem Profissional, vol. 11, n. 1, 2019.

SOMER, S. J. H. et al. “Epidemiology of racial/ethnic disparities in severe maternal morbidity and mortality”. Seminars Perinatology, vol. 41, n. 5, 2017.

SOUSA, G. J. B. et al. “Temporal pattern of tuberculosis cure, mortality, and treatment abandonment in Brazilian capitals”. Revista Latino-Americana de Enfermagem, vol. 27, 2019.

TINTORI, J. A. et al. “Epidemiologia da morte materna e o desafio da qualificação da assistência”. Acta Paulista de Enfermagem, vol. 3, 2022.

WHO - World Health Organization. Trends in maternal mortality: 1990-2015. Geneva: WHO, 2015.