INFÂNCIA E PANDEMIA: O DIÁLOGO COMO PRINCÍPIO TEÓRICO-METODOLÓGICO NA PESQUISA COM CRIANÇAS
##plugins.themes.bootstrap3.article.main##
Resumo
Este texto apresenta pesquisa exploratória que ocorreu em Brasília, DF, com crianças de uma turma do 2º ano do Ensino Fundamental, de uma escola privada, entre novembro e dezembro de 2021. A abordagem teórico-epistemológica vinculou as crianças ao território da escola, contexto afetado diretamente pelo isolamento social determinado pelo período pandêmico. Nosso estudo procurou compreender as singularidades com que as crianças conceberam, pensaram e sentiram esse período pandêmico. O estudo apresenta a processualidade da pesquisa de campo enfatizando reflexões teórico-metodológicas sobre pesquisa com crianças a partir da utilização de diversos instrumentos metodológicos, como mapas vivenciais e dinâmicas conversacionais, planejados para estabelecer diálogo aberto e dinâmico com elas a partir de brincadeiras. Cumpre destacar que as crianças se manifestaram de forma ativa e criativa no âmbito da pesquisa, o que possibilitou compreender suas percepções sobre a pandemia e sobre os múltiplos e sensíveis impactos que essa teve em suas vidas. As marcas desse período pandêmico foram percebidas pelas crianças para além da problemática dos processos biológicos, pois suas vivências nos planos social e espacial passaram a ter sentidos singulares em suas vidas.
##plugins.themes.bootstrap3.article.details##
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Direitos autorais (c) .
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.
Referências
ALDERSON, P. “As crianças como pesquisadoras: os efeitos dos direitos de participação sobre a metodologia de pesquisa.” Educação e Sociedade, vol. 26 (91), 2005.
ATAÍDE, M. W. O. et al. “A criança e a internet: análise bibliográfica acerca dos riscos e benefícios percebidos por crianças.” Revista Edapeci, n. 9, 2019.
BEHNKEN, I.; HONIG, M. S. (orgs.). “Der inhaltliche Aufau der kindlichen Welt aus Untersuchungsthema”. In: MUCHOW, M.; MUCHOW, H. H. Der Lebensraum des Groβstadtkindes. Berlin: Beltz Juventa, 2012.
CEPAL - Comisión Económica para América Latina y el Caribe. La educación en tiempos de la pandemia de COVID-19. Santiago: CEPAL, 2020
COHN, C. Antropologia da criança. São Paulo: Editora Jorge Zahar, 2005.
CORSARO, W. A. Sociologia da infância. Porto Alegre: Artmed, 2011.
CORTÉS-MORALES, S. et al. “Children living in pandemic times: a geographical, transnational and situated view.” Children's Geographies, vol. 20, n. 3, 2021.
CRACEL, V. L.; AMORIM, R. C. M. “Mapeando sentimentos: Cartografias da quarentena.” Anais do Encontro Regional de Ensino de Geografia, Campinas: UNICAMP, 2021.
CRESWELL, J. W. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Editora Bookman, 2010.
CRETU, D.M.; HO, Y. S. “The Impact of COVID-19 on Educational Research: A Bibliometric Analysis”. Sustainability, vol. 15, 2023.
GONZÁLEZ REY, F.; MITJÁNS MARTÍNEZ, A. Subjetividade: teoria, epistemologia e método. São Paulo: Alínea, 2017.
GONZALEZ, M. P.; PATIÑO, K. N. “Perspectivas de la educación formal con infancias ante el covid-19: el contexto de chiapas”. Cadernos CEDES, vol. 42, n. 118, 2022.
GRINBERG, S. “Dispositivos, gubernamentalidad y escolarización en tiempos gerenciales”. In: GRINBERG, S. et al. Silencios que gritan en la escuela: dispositivos, espacio urbano y desigualdades. Buenos Aires: CLACSO, 2022.
HARTMANN, L. “Como fazer pesquisa com crianças em tempos de pandemia? Perguntemos a elas.” Revista NUPEART, vol. 24, 2020.
HARTMANN, L. Crianças contadoras de histórias. Brasília: Editora da UnB, 2021.
KOHAN, W. O. “Tempos da escola em tempo de pandemia e necropolítica.” Práxis Educativa, vol. 15, 2020.
LIMA, A. E. O.; SANTOS, H.; PAIVA, R. “Políticas públicas para infância: um estudo da condição da criança no brasil e na espanha durante a pandemia da covid-19.” Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 12, n. 36, 2022.
LOPES, J. J. M. “A natureza geográfica do desenvolvimento Humano: diálogos com a Teoria Histórico-Cultural”. In: TUNES, E. (org.). O fio tenso que une a psicologia à educação. Brasília: UniCEUB, 2013.
LOPES, J. J. M. “Geografia das Crianças, Geografia das Infâncias: as contribuições da Geografia para os estudos das crianças e suas infâncias”. Revista Contexto e Educação, vol. 23, n. 79, 2008.
LOPES, J. J. M. et al. “Mapas vivenciais: possibilidades para a Cartografia Escolar com as crianças dos anos iniciais”. Revista Brasileira de Educação em Geografia, vol. 6, n. 11, 2016.
LOPES, J. J. M. Geografia e educação infantil. São Paulo: Editora Mediação, 2018.
LOPES, J. J. M.; FICHTNER, B. O “espaço de vida da criança: contribuições dos estudos de Marta Muchow às crianças e suas espacialidades”. Revista de Educação Pública, vol. 26, n. 63, 2017.
MACEDO, R. I.; SOUZA, M. P. R. “O Saber Escolar na Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes em Tempos de Covid-19”. In: LEMOS, F. C. S. et al. (orgs.). Educação: Pesquisas Contemporâneas. Boa Vista: Editora IOLE, 2023.
MADEIRA-COELHO, C. M. “O Diálogo na Teoria da Subjetividade e Epistemologia Qualitativa: sobre o que estamos falando?”. In: MITJÁNS MARTÍNEZ, A. et al. Teoria da Subjetividade como perspectiva crítica: desenvolvimento, implicações e desafios atuais. Campinas: Editora Alínea, 2022
MARTÍNEZ MUÑOZ, M. et al. “Hacia una Sociología de Urgencia: por qué escuchar a las niñas, niños y adolescentes confinados”. Documentación Social, vol. 6, 2020.
MARTÍNEZ MUÑOZ, M. et al. Te quedarás en la oscuridad: Desahucios, familias e infancia desde un enfoque de derechos. Madri: Enclave de Evaluación, 2016.
MELO, A. C. F. B.et al. “Crianças e escolas no contexto do isolamento social: aprendizagens e sociabilidades entremeadas”. In: SILVA, I. O. et al (orgs). Infância e pandemia: escuta da experiência das crianças. Belo Horizonte: Incipit, 2022.
MELO, M. A. F. “Pandemia da Covid-19: Efeitos retratados na educação pública brasileira”. Boletim de Conjuntura (BOCA), vol. 7, n. 20, 2022.
MONTANDON, C.; LONGCHAMP, P. “Você disse autonomia? Uma breve percepção da experiência das crianças.” Perspectiva, VOL. 25, N. 1, 2007.
PASTORE, M. D. N. “Infâncias, crianças e travessias: em que barcos navegamos?” Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, vol. 29, 2021.
PENN, G. “Análise semiótica de imagens paradas”. In: BAUER, M. W.; GASKELL, G. Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som: um manual prático. Petrópolis: Editora Vozes, 2002
PINTO, M., SARMENTO, M. J. “As crianças e a infância: definindo conceitos, delimitando o campo”. In: PINTO, M., SARMENTO, M. J. (coord.). As crianças: contextos e identidades. Minho: Universidade do Minho, 1997.
PIRES, F. “Ser adulta e pesquisar crianças”. Revista de Antropologia, vol. 50, 2007.
PROUT, A. “Reconsiderando a nova infância.” Cadernos de Pesquisa, vol. 40, 2010.
QVORTRUP, J. A infância na Europa: novo campo de pesquisa social. Minho: Universidade do Minho, 1999.
RATUSNIAK, C.; SILVA, V. P. “Deus abençoe o nosso Brasil - recomendações para o retorno às aulas presenciais das crianças: a travessia da biopolítica à necropolítica”. Educação, vol. 47, 2022.
RAYOU, P. “Crianças e jovens, atores sociais na escola. Como os compreender?” Educação e Sociedade, vol. 26, n. 91, 2005.
REKACEWICZ, P.; TRATNJEK, B. “Cartographier les émotions”. Carnets de Géographes, vol. 9, 2016.
RIBEIRO K. B. et al. “Social inequalities and COVID-19 mortality in the city of São Paulo, Brazil”. International Journal Epidemiology, vol. 50, 2021.
RODRÍGUEZ-PASCUAL, I. et al. “Cuarenta tareas para la cuarentena: infancia y tareas escolares durante el confinamiento”. Cadernos CEDES, vol. 42, n. 118, 2022.
ROSSATO, M.; MITJÁNS MARTÍNEZ, A. “A metodologia construtiva-interpretativa como expressão da Epistemologia Qualitativa na pesquisa sobre o desenvolvimento da subjetividade.” Atas CIAIQ2017, vol. 1, 2017.
SANTANA, J. P.; LORDELO, L. DA R.; FÉRRIZ, A. F. P. “Quanto tempo o tempo tem? O cotidiano das crianças durante a pandemia da covid-19.” Cadernos CEDES, vol. 42, n. 118, 2022.
SILVA, I. et al. Infância e pandemia: escuta da experiência das crianças. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2022.
SILVA, I. O. et al. “A escola na ausência da escola: reflexões das crianças durante a pandemia”. Cadernos CEDES, vol. 42, 2022.
SIROTA, R. “Emergência de uma sociologia da infância: evolução do objeto e do olhar.” Cadernos de Pesquisa, n. 112, 2001.
SOARES, N. F. et al. “Investigação da infância e crianças como investigadoras: metodologias participativas dos Mundos sociais das crianças.” Nuances: Estudos Sobre Educação, vol. 12, n. 13, 2005.
VIGOTSKI, L. S. Psicologia, Educação e Desenvolvimento: Escritos de L. S. Vigotski. Rio de Janeiro: Editora Expressão Popular, 2021.
VIGOTSKI, L. S. “Quarta aula. O problema do meio na pedologia”. In: PRESTES, Z.; TUNES, E. (orgs.) 7 Aulas de L. S. Vigotski sobre os fundamentos da pedologia. Rio de Janeiro: Editora E-Papers, 2018.