A INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA DAS PALAVRAS NO TEMPO DE CONVERSÃO GRAFOFONÊMICA
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Resumo
Esta pesquisa insere-se no conjunto de estudos acerca do processamento da leitura nas séries iniciais da educação formal. O tema se justifica pela necessidade urgente de qualificação das práticas de alfabetização da educação brasileira. Particularmente, buscamos responder à seguinte questão: é possível observar efeito de frequência das palavras na leitura oral de escolares das classes iniciais do ensino fundamental, considerando tempo e acurácia de conversão grafofonêmica? Para isso, objetivou-se investigar, tanto em palavras isoladas quanto no texto, o efeito da frequência de palavras e pseudopalavras no desempenho na leitura oral, especificamente na variável tempo de conversão grafofonêmica. O estudo avaliou essas variáveis na leitura de 51 participantes, entre sete e nove anos, sendo 17 escolares por turma — 2º, 3º e 4º anos —, de uma escola pública. Os dados foram coletados em três momentos: no primeiro momento, os participantes realizaram a leitura das palavras isoladas; no segundo momento, fizeram a leitura do texto e, no terceiro, os escolares responderam ao instrumento para levantamento da frequência das palavras. Os áudios dos dois primeiros momentos foram gravados. Os dados foram tabulados, tratados estatisticamente e analisados à luz do modelo psicolinguístico simples da Dupla-Rota. Os resultados no seu conjunto mostraram que, de maneira geral, palavras de alta frequência foram lidas mais rapidamente que as demais categorias (média e baixa frequência e pseudopalavra), e que as palavras no texto foram convertidas mais rapidamente que palavras isoladas. Entre outros aspectos, tais resultados sugerem que usar palavras frequentes em situação de ensino nos anos iniciais pode influenciar positivamente no desenvolvimento das habilidades de leitura já que essa estratégia contribui para a transição da conversão da rota fonológica para a lexical.
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